O impacto das vendas em queda e das pressões inflacionárias nas lojas de conveniência
A marca icônica de lojas de conveniência, 7-Eleven, acabou de revelar um plano significativo de reestruturação que envolve o fechamento de mais de 400 estabelecimentos considerados “não rentáveis” na América do Norte. Esta decisão, comunicada pela controladora japonesa Seven & I Holdings, ocorre em meio a um cenário de vendas em declínio, redução do tráfego de clientes e desafios crescentes trazidos pela inflação. O relatório trimestral da empresa destaca que, dos 13.000 pontos de venda da 7-Eleven nos Estados Unidos e Canadá, uma parte crucial tem enfrentado dificuldades, forçando a companhia a tomar medidas corretivas. Assim, cerca de 444 lojas, que equivalem a aproximadamente 3% da rede de lojas na região, serão desativadas. Além disso, é relevante mencionar que a 7-Eleven opera mais de 21.000 lojas no Japão, reforçando sua presença internacional.
Alterações no comportamento do consumidor e as implicações para a indústria de lojas de conveniência
A queda acentuada de 26% nas vendas de cigarros desde 2019, uma das categorias de produtos que anteriormente impulsionava os lucros das lojas de conveniência, também foi destacada como um fator contribuinte na estratégia de reavaliação da empresa. Apesar de uma migração das vendas para outros produtos de nicotina, esta mudança não foi suficiente para compensar as perdas significativas. De acordo com a análise realizada pela Seven & I Holdings, a economia norte-americana, embora tenha demonstrado robustez em termos de consumo por parte de consumidores de alta renda, ainda enfrenta um ambiente desafiador caracterizado por alta inflação e taxas de juros elevadas. A companhia observou que, em particular, os consumidores de classes média e baixa estão se comportando de maneira mais conservadora, o que tem impactos diretos sobre os hábitos de compra nesses estabelecimentos. Para profissionais do setor, essa mudança de comportamento é alarmante, pois significa uma adaptação necessária às novas realidades econômicas e sociais.
Embora a 7-Eleven tenha optado pelo fechamento de lojas com desempenho abaixo do esperado, a empresa não forneceu informações específicas sobre quais unidades seriam afetadas ou quando essas encerramentos ocorreriam. Em suas declarações, a companhia expressou um compromisso em revisar continuamente seu portfólio para garantir que consiga atender às necessidades dos clientes de forma eficaz e onde se faz mais necessário. “Em alinhamento com nossa estratégia de crescimento de longo prazo, constantemente revisamos e otimizamos nosso portfólio para oferecer conveniência onde, quando e como os nossos clientes precisam”, disse a empresa em comunicado. Ao mesmo tempo, a 7-Eleven anunciou que planeja continuar expandindo sua rede de lojas em áreas que demandam mais serviços de conveniência, refletindo uma estratégia dual de otimização e crescimento onde a demanda é maior.
Perspectivas futuras para a rede de lojas de conveniência
A decisão da 7-Eleven de fechar mais de 400 lojas representa não apenas uma resposta imediata às dificuldades enfrentadas no mercado, mas também um movimento estratégico em face de um panorama de mercado em constante evolução. À medida que os consumidores adaptam seus hábitos de compra e o ambiente econômico se torna mais desafiador, empresas como a 7-Eleven precisam continuar a inovar e ajustar suas operações para se manterem competitivas. O fechamento das lojas pode, portanto, ser visto como uma necessidade para garantir a sustentabilidade do negócio a longo prazo, assegurando que a marca continue a oferecer produtos e serviços que reconheçam as mudanças nas preferências dos clientes. No entanto, resta saber como essa reestruturação afetará a lealdade dos consumidores e se será capaz de revitalizar as vendas nas novas lojas que a 7-Eleven pretende abrir em áreas mais estratégicas.