Investigação revela causa mortal e contexto em que as mortes ocorreram
Recentemente, uma tragédia impactou o Zoológico e Jardim Botânico de Hong Kong, onde nove macacos faleceram em apenas dois dias. O secretário de Cultura, Esportes e Turismo, Kevin Yeung, divulgou em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 18 de outubro, que a causa da morte dos primatas foi a melioidose, uma infecção bacteriana que afeta tanto humanos quanto animais. A informação foi reportada pela CBS News e, segundo os especialistas, a doença é adquirida através do contato com solo, ar ou água contaminados.
A melioidose foi provavelmente contraída durante trabalhos de manutenção realizados nas proximidades dos recintos dos macacos, onde foram realizados escavações para reparar tubulações de irrigação sob canteiros de flores. Yeung sublinhou que os primatas se desenvolveram septicemia devido à infecção, indicando um quadro grave e preocupante de saúde que os levou à morte. Ele também ressaltou que o período de incubação da melioidose nos primatas é em torno de uma semana, alinhando-se ao cronograma dos trabalhos realizados com a terra, o que sugere um vínculo direto entre a infestação do solo e as mortes.
De acordo com informações veiculadas pela CBS News e pela Associated Press, o falecimento dos primeiros oito macacos ocorreu no domingo, 13 de outubro, com mais um macaco sucumbindo no dia seguinte após apresentar comportamentos estranhos. Os macacos que morreram incluíam uma espécie de macaco De Brazza, um macaco típico das florestas ribeirinhas e pântanos da África Central, além de um macaco esquilo comum, nativo das áreas tropicais da América do Sul. Incluíam também três tamarinos-de-topete-cotonado, considerados um dos primatas mais pequenos do mundo, e quatro saki de rosto branco.
Importância da preservação das espécies ameaçadas e implicações para a saúde pública
Os tamarinos-de-topete-cotonado estão entre as espécies de primatas mais ameaçadas do planeta, com uma população estimada em menos de 6.000 indivíduos sobrevivendo na natureza, segundo dados do Instituto Nacional Smithsonian de Zoologia e Biologia da Conservação. A perda de nove macacos em um intervalo tão curto de tempo não apenas traz à tona questões sobre a saúde dos animais em cativeiro, mas também sobre a importância da conservação das espécies ameaçadas, que desempenham papéis essenciais nos ecossistemas em que habitam.
Apesar da gravidade da situação, os oficiais do zoológico informaram que as chances de seres humanos contraírem a doença por conta do surto de melioidose são consideradas baixas. Entretanto, a morte dos macacos levanta preocupações quanto à segurança do manejo das instalações zoobotânicas, além de indicar a necessidade de medidas rigorosas de controle sanitário para evitar futuros incidentes semelhantes.
O Zoológico e Jardim Botânico de Hong Kong, inaugurado em 1871, é o parque mais antigo da antiga colônia britânica e uma instituição importante para a educação e conservação da biodiversidade local e global. Os eventos recentes ressaltam a responsabilidade de instituições desse porte em garantir a segurança e a saúde dos animais sob seus cuidados, além de apontar para a fragilidade das populações de primatas em cativeiro e na natureza.
Com o intuito de prevenir qualquer recorrência, as autoridades locais estão realizando investigações adicionais sobre a situação e implementando mudanças nas práticas de manejo dos animais, enquanto os visitantes e a comunidade acadêmica acompanhando a situação esperam que a segurança e o bem-estar dos primatas sejam sempre priorizados. Na perspectiva de reforçar a correta preservação das espécies e evitar infecções perigosas, a atenção contínua das autoridades sanitárias será de suma importância para a saúde pública e a proteção dos primatas ameaçados que habitam os espaços zoológicos.