A eletrificação dos meios de transporte está gerando inovação e transformações significativas no cenário urbano. A startup Infinite Machine, que chamou a atenção ao apresentar sua scooter elétrica de estilo ciberpunk em 2023, agora dá um passo audacioso para alterar a forma como nos locomovemos nas cidades. Recentemente, a empresa com sede em Nova York anunciou que encerrou uma rodada de captação de recursos de US$ 9 milhões, liderada pela equipe American Dynamism da renomada firma de capital de risco Andreessen Horowitz. Este investimento marca um momento crucial na trajetória da Infinite Machine, que se prepara para iniciar a produção e as entregas do modelo P1, com lançamento previsto para o próximo ano a um preço de US$ 10.000 na sua edição de lançamento.
A presença de investidores expressivos, como as empresas de capital de risco Adjacent e Necessary Ventures, além dos fundadores da Reformation, da plataforma de software Replit e da startup de IA HuggingFace, demonstra a confiança no potencial inovador da startup. Joseph Cohen, cofundador da Infinite Machine ao lado de seu irmão Eddie, comentou em uma recente entrevista que, enquanto outras empresas estão se afastando do setor de tecnologia pesada, a Andreessen Horowitz está investindo com entusiasmo na visão da Infinite Machine. Ele destacou a vontade do investidor de realizar desafios significativos e o alinhamento de suas metas com a missão da empresa.
A estratégia de investimento da American Dynamism tem como foco tecnologias que aprimoram a vida americana, abrangendo áreas que vão desde a defesa até a manufatura. David Ulevitch, sócio geral da equipe American Dynamism, ressaltou a visão futurista e a importância do modelo P1 na redefinição do transporte urbano. “As cidades do futuro serão muito diferentes, e empresas como a Infinite Machine estão desafiando os limites da construção de um transporte urbano futurista”, afirmou Ulevitch. A empolgação em apoiar os irmãos Cohen na missão de unir forma, função e sustentabilidade na próxima geração de mobilidade é evidente.
A entrada de Cohen no mercado de mobilidade vem após uma década à frente de sua startup anterior, a Universe, uma plataforma de criação de sites sem código. Ao fazer a transição para a Infinite Machine, ele reconheceu que o setor de scooters elétricas tem enfrentado desafios significativos, com empresas como Bird e VanMoof passando por processos de reestruturação e outras até encerrando operações. No entanto, Cohen acredita que agora é um momento ideal para oferecer aos consumidores americanos uma nova visão sobre as scooters elétricas. Ele observou que muitas dessas empresas falharam por fatores como desperdício de recursos e planejamento inadequado, o que gerou uma desconfiança no mercado. “Vemos isso como uma oportunidade incrível, pois nos beneficiamos das lições aprendidas e temos acesso a talentos e infraestrutura já existentes”, disse Cohen, expressando otimismo em relação ao futuro da Infinite Machine.
Entretanto, ele salientou que o caminho a ser trilhado não é o mais convencional, o que significa que a startup não é um investimento óbvio para os capitalistas de risco no momento. O cenário para a venda de scooters não tem sido promissor nos Estados Unidos, uma vez que a maioria das tentativas anteriores resultaram em fracasso. Concorrentes como a Revel abandonaram o mercado de scooters em Nova York em favor de um modelo de transporte mais tradicional com veículos Tesla. Além disso, a Piaggio, fabricante da famosa scooter Vespa, também enfrentou dificuldades ao tentar introduzir sua versão elétrica no mercado americano, destacando a complexidade do setor.
É nesse panorama desafiador que a Infinite Machine se destaca, optando por um modelo de venda direta, distanciando-se das táticas de muitas empresas que tentaram comercializar scooters. Os irmãos Cohen pretendem começar com passos modestos, incluindo a entrega das scooters diretamente aos clientes em vez de terceirizar a logística. Eles reconhecem que um dos aspectos fundamentais para o sucesso do produto reside no design e na forma como se conectam aos consumidores. Ao invés de usar a terminologia comum do setor, como ‘scooter’, eles preferem referir-se ao seu veículo como um “novo veículo elétrico pessoal radical”, buscando criar uma nova identidade no mercado.
Com uma visão clara do que desejam, os irmãos Cohen acreditam que sua proposta de valor, centrada na qualidade e inovação do produto, conquistará a confiança dos consumidores ao longo do tempo. “Estamos vindo para esse mercado como uma empresa americana, trazendo uma sensibilidade de produto que não existe entre as opções atuais”, assegurou Cohen. A comparação com empresas como Rivian e Tesla sugere uma ambição que transcende a venda de scooters compactas. Eles aspiram a criar um produto que evoque a experiência de um carro favorito, mas com a flexibilidade e praticidade de um transporte urbano moderno.
Num gesto de inclusão e atenção aos detalhes, a Infinite Machine planeja, no futuro, expandir suas operações, incluindo uma possível fabricação de seus veículos em suas instalações em uma sede de 13 mil pés quadrados, localizada do outro lado do rio em relação a Manhattan. Com essa perspectiva, os irmãos se mostram confiantes de que estão construindo uma base sólida para o que eles esperam que seja uma empresa sustentável e inovadora no setor de mobilidade elétrica.
A Infinite Machine não está apenas lançando um produto; está desafiando a forma como os consumidores percebem a mobilidade elétrica. Com um fiel compromisso em melhorar a vida urbana, eles estão se posicionando como líderes em um mercado que deseja ser redefinido, provando que, apesar dos desafios, a inovação e a determinação podem realmente transformar cidades e a experiência de mobilidade das pessoas. “Estamos planejando operar esta empresa pelo resto de nossas vidas”, afirmou Eddie Cohen, ressaltando o propósito e a paixão que impulsionam sua missão na Infinite Machine. O futuro da mobilidade elétrica está apenas começando, e a Infinite Machine está pronta para conduzir essa revolução.