No início da manhã do dia 16 de dezembro de 2022, as detetives de homicídios Abby DeSanto e Jennifer O’Donnell foram chamadas a um prédio de apartamentos no centro de St. Paul, Minnesota, para investigar um suposto suicídio. O corpo de uma mulher de 32 anos, chamada Alexandra Pennig, foi encontrado em seu banheiro com um único ferimento à bala na cabeça. Para as detetives, o que realmente aconteceu com Pennig continua a assombrá-las até hoje. Esta incerteza é o tema central de “A Estranha Tiroteio de Alex Pennig,” um especial do programa “48 Hours”, que será transmitido no sábado, 26 de outubro, às 22h/21c pela CBS e disponível para streaming na Paramount+. A morte de Alexandra, uma enfermeira que tinha lutado contra a depressão e o vício, suscitou uma série de perguntas que foram além do relato inicial de um ato suicida.
Assim que chegaram ao local do crime, as detetives descobriram que Alexandra não estava sozinha no momento de sua morte. O homem que compartilhava o apartamento com ela, Matthew Ecker, também enfermeiro e conhecido de Alexandra, disse aos primeiros respondedores que a arma era dele e que Pennig havia pegado o revólver, trancado-se no banheiro e disparado. Ecker declarou: “Eu pensei que tudo estava bem. E então ela simplesmente pegou a arma.” Após o disparo, Ecker disse que arrombou a porta do banheiro, tentou ajudar e, inexplicavelmente, lavou as mãos antes de chamar a emergência. Essas alegações levantaram suspeitas, especialmente quando os primeiros respondedores relataram que a pia do banheiro estava seca. A detetive DeSanto lembrou: “A pia estava seca. Se ele tivesse dito que chamou a polícia imediatamente, a pia provavelmente teria permanecido molhada, mas estava muito seca lá dentro.”
Enquanto investigavam o histórico de Alexandra, as detetives descobriram que ela havia enfrentado problemas sérios com depressão e dependência química anteriormente. De acordo com o pai de Alexandra, Jim Pennig, ela havia tentado suicídio anos atrás, tomando uma quantidade excessiva de medicamentos. Apesar dessas dificuldades, seus pais afirmaram que a jovem parecia estar bem e feliz quando a viram no Dia de Ação de Graças, apenas dias antes de sua morte. “Sabendo de sua personalidade, isso não fazia sentido,” disse Mary Jo Pennig, mãe de Alexandra, em referência à possibilidade de suicídio. Diante disso, os investigadores direcionaram suas atenções a Ecker, o último a ver Alexandra viva, enfatizando que ele era a única testemunha do que realmente ocorreu naquela noite.
As conversas entre os detetives e Ecker foram duras e metódicas. Ele manteve sua versão de que não houve briga e que Pennig se trancou no banheiro antes de atirar. “A arma disparou atrás de uma porta fechada… Eu não a atirei,” insistiu. No entanto, as detetives mantinham suas dúvidas e continuavam a investigar. Em uma reviravolta crucial, um componente fundamental na cena do crime foi revelado: um pequeno pedaço de metal encontrado sob o corpo de Alexandra, que fazia parte da fechadura da porta do banheiro. “Quando Alex foi deslocada, encontramos uma peça de metal em forma de anel, do tamanho de uma moeda,” explicou O’Donnell. Esse achado foi determinante, pois sugeria que a porta havia sido forçada antes do disparo ser efetuado, contradizendo a narrativa de Ecker.
Com a nova evidência em mãos, as detetives montaram um novo cenário. Elas acreditavam que Ecker, em um ato de raiva ou desespero, havia forçado a entrada no banheiro após uma briga, levando à morte de Alexandra. Desta forma, Ecker foi acusado de assassinato em segundo grau. Em fevereiro de 2024, ele foi condenado e sentenciado a 30 anos de prisão, embora tenha apelado da decisão. A investigação trouxe à tona questões difíceis em torno da saúde mental e do vício, revelando a complexidade das relações pessoais e o impacto trágico dos conflitos não resolvidos que podem culminar em eventos fatais.
Essa história ilustra não apenas os desafios enfrentados por aqueles que lutam contra problemas emocionais, mas também as realidades duras que os detetives enfrentam ao tentar compreender a verdade por trás de uma vida perdida. A dor e a confusão que cercam a morte de Alexandra Pennig continuam a ressoar, não apenas entre seus entes queridos, mas também entre aqueles que se dedicam a manter a justiça em meio ao caos do crime.