A nova empresa de moda chamada Aesthetic, que se propõe a ser o “Shazam para roupas”, foi lançada nesta semana e está apostando na inteligência artificial para ajudar as pessoas a identificar e comprar vestuário que encontram nas redes sociais. O serviço, denominado Alma, surge como uma verdadeira revolução para aqueles que muitas vezes se deparam com roupas deslumbrantes nas mídias sociais, mas não conseguem encontrá-las de maneira prática. Imagine-se navegando pelo Instagram e, de repente, avista um conjunto que parece ter saído de um sonho; com Aesthetic, você pode simplesmente enviar o link daquela postagem diretamente para o perfil da empresa no TikTok ou Instagram e, em questão de minutos, receber um link que leva você a uma página específica no site da Aesthetic, onde pode adquirir o look desejado ou adicioná-lo a uma coleção chamada Lookbook.
O CEO da Aesthetic, LJ Northington, expressou a missão da empresa: “Nosso objetivo é ajudar os usuários a salvar, comprar e compartilhar suas inspirações de moda sem ter que sair de seus aplicativos sociais favoritos.” A ideia de Northington nasceu de uma percepção sobre a falta de inovações tecnológicas no comércio eletrônico. Logo após concluir a faculdade, ele atuou em um projeto para um respeitado diretor criativo, que, ao compartilhar sua insatisfação com a estagnação na tecnologia de compras, inspirou Northington a criar conceitos para um serviço de compras pessoais. No entanto, a difícil tarefa de encontrar a abordagem ideal levou-o a refletir sobre a forma mais simples de entender o estilo pessoal de alguém; sua resposta veio à tona de maneira quase óbvia: observar o feed de redes sociais da pessoa.
O plano para o aplicativo é ambicioso. Na era das redes sociais, onde as estéticas visuais têm forte influência na cultura pop, Northington acredita que sua aplicação pode ajudar criadores a monetizar seus estilos. Ele está em conversações com marcas e gravadoras, propondo que seus artistas criem páginas próprias no Aesthetic, possibilitando que os fãs adquiram as tendências que seguem. É impossível não lembrar de como a indumentária prateada se tornou um fenômeno durante a turnê “Renaissance” de Beyoncé ou os looks em verde neon de Charli XCX na sua turnê Brat Summer. Apesar de não revelar o montante exato que a empresa levantou até agora, Northington confirmou que a Aesthetic recebeu investimentos da Slow Capital e da Zeal Capital Partners, contando com conselheiros de peso, como Victor Herrero, ex-CEO da Guess, e Kelly Helfman, presidente da Informa Markets Fashion.
O desenvolvimento desta plataforma inovadora, que junta inteligência artificial e aprendizado de máquina, está sendo apoiado pelo programa de startups de inteligência artificial do Google Cloud. “Estamos utilizando esse investimento para alcançar a lucratividade,” disse Northington. “Felizmente, o Google está nos ajudando com algumas das questões maiores em inteligência artificial, o que nos permite operar um negócio bastante econômico.” Antes de investir nesse projeto promissor, Northington teve uma carreira em desenvolvimento de negócios e estratégia na Westbrook, a empresa de mídia cofundada por Jada Pinkett e Will Smith. Embora tenha sonhado em ser jogador da NFL por boa parte de sua vida, ele cresceu observando a jornada empreendedora de seu pai e a satisfação que isso lhe proporcionava. Quando sua trajetória esportiva não se concretizou, Northington se deu conta de que o universo dos negócios era a opção mais próxima do que ele considerava ser a vida de um atleta profissional.
A experiência acadêmica de Northington também lhe conferiu uma perspectiva valiosa: ele estudou psicologia em Harvard, o que contribuiu para uma compreensão mais profunda dos hábitos e motivações do consumidor. “Construir tecnologia voltada ao consumidor nos dias atuais é uma empreitada muito psicológica e filosófica,” afirmou. “Criar um aplicativo para o consumidor é, basicamente, um grande experimento social.” A proposta inovadora da Aesthetic, com sua promessa de integrar moda, tecnologia e socialização, pode muito bem estabelecer um novo padrão na forma como as tendências de vestuário são divulgadas e consumidas na era digital. O futuro parece promissor não apenas para a empresa, mas também para aqueles que anseiam por solucionar a equação entre estilo e acessibilidade de maneira fácil e interativa.