Após uma intensa sequência de festivais de cinema em Veneza, Telluride e Nova York, Angelina Jolie e o diretor Pablo Larraín apresentaram o aguardado filme “Maria” no AFI Fest, em Los Angeles, na noite de sábado. Este projeto, que dá continuidade ao estilo de Larraín em retratar figuras icônicas como Jackie Kennedy em “Jackie” e a Princesa Diana em “Spencer”, traz à tona os últimos dias da famosa e conturbada cantora de ópera Maria Callas, explorando suas lutas por redenção e pela recuperação de sua lendária voz, cenário que se desenrola em Paris nos anos 1970.

Durante uma sessão de perguntas e respostas logo após a exibição do filme, Larraín ressaltou a singularidade de Jolie para o papel, afirmando que “não havia outra alternativa”. Ele observou que o filme só existiria devido à presença de uma estrela capaz de capturar a essência impressionante da diva, ao mesmo tempo em que se dedicava às complexidades da performance operística. Nos bastidores, Jolie compartilhou sua própria experiência, revelando que, quando perguntada se poderia cantar, pensou que “cantaria como uma atriz — faria o meu melhor — sem realmente compreender a magnitude de cantar ópera”. Essa jornada, segundo ela, se revelou “uma experiência emocional, especial e aterrorizante”.

O impacto desse papel na vida de Jolie foi profundo. Ao se dirigir ao público presente, destacou que foram raras as vezes em sua carreira em que se sentiu desafiada a dar tudo de si mesma. Para a artista, essa exigência representou um dos maiores presentes que alguém poderia oferecer. Ela compartilhou que, com Larraín como diretor, teve a liberdade de explorar essa vulnerabilidade, afirmando que “voltar a sentir medo” como artista foi um presente valioso. “Você precisa se aventurar em algo que não tem certeza se consegue fazer e, ao final, se surpreender com o que é capaz”, comentou.

No tapete vermelho antes da exibição, Jolie explicou que, mesmo depois de se transformar em uma lenda da ópera, ela ainda não se via como uma cantora. “Através desse papel, acredito que encontrei minha voz novamente”, disse a atriz. A jornada de sete meses de treinamento vocal, somada à intensa pesquisa sobre a vida de Callas, fez com que Jolie se sentisse conectada à personagem de uma maneira muito pessoal. “Ela se tornou como uma irmã para mim, alguém que conheço intimamente e pela qual precisava me apaixonar para ajudar os outros a compreendê-la”, revelou.

À medida que a atriz terminou seu relato, os espectadores sentiram a profundidade de sua conexão com Callas. A apresentação de “Maria” está marcada para chegar aos cinemas selecionados no dia 27 de novembro, e a partir do dia 11 de dezembro, o filme estará disponível para streaming na Netflix. Esta transformação não só desafia a artista a ultrapassar os limites de seu próprio talento, como também reitera a resiliência e a busca pela autenticidade em um mundo que frequentemente exige mais do que podemos oferecer. Com isso, Angelina Jolie não apenas reverencia a memória de uma das maiores divas da história da música, mas também se redescobre, mostrando que, independentemente da fama e do sucesso, a busca por uma voz interna continua sendo um desafio constante.

Portanto, ao refletir sobre o impacto de seu papel, Jolie elucidou o quanto é fundamental para um artista ser desafiado, relembrando a todos nós a importância de abraçar o desconhecido e celebrar as próprias vulnerabilidades como parte do processo criativo. Ao contrário do que muitos podem pensar, ser uma estrela não garante uma jornada tranquila; na verdade, pode ser o oposto – uma verdadeira montanha-russa de emoções e aprendizados. Está claro que para Jolie, “Maria” não foi apenas um filme, mas uma experiencia transformadora que lhe permitiu não apenas explorar os limites de sua arte, mas compreender mais profundamente a essência do que significa ser um artista.

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