A companhia Anthropic tem dado um passo significativo na evolução da inteligência artificial com o lançamento do modelo Claude 3.5 Sonnet, que promete revolucionar a forma como interagimos com softwares no ambiente de trabalho. Durante uma apresentação a investidores no último ano, a empresa manifestou sua intenção de desenvolver uma inteligência artificial que possibilite assistentes virtuais capazes de realizar pesquisas, responder e-mails e atuar de maneira autônoma em funções administrativas. Esse conceito foi classificado como um “algoritmo de próxima geração para auto-aprendizagem em IA”, com a expectativa de que, no futuro, essa tecnologia possa automatizar uma fração considerável da economia em diversas áreas. Após um período de desenvolvimento, essa ferramenta inovadora está finalmente começando a ser disponibilizada ao público.

funções do novo modelo e inovações tecnológicas

No último dia útil, a Anthropic lançou a versão aprimorada do seu modelo Claude 3.5 Sonnet, que agora possui a capacidade de entender e interagir com qualquer aplicativo de desktop. Mediante o novo API de “Uso de Computador”, que se encontra em fase beta aberta, o modelo é capaz de simular a digitação, cliques de botões e movimentos do mouse, imitando essencialmente uma pessoa que opera um computador pessoal. Segundo comunicado da empresa, a formação do Claude como um assistente virtual envolveu preparações para que o software pudesse processar as informações exibidas na tela e utilizar as ferramentas disponíveis para executar tarefas específicas. Os desenvolvedores terão a oportunidade de testar o recurso de Uso de Computador por meio da API da Anthropic, bem como nas plataformas Amazon Bedrock e Vertex AI do Google Cloud.

Embora a proposta de automação em aplicativos não seja uma novidade, com várias empresas já disponibilizando soluções similares, o novo modelo da Anthropic se destaca pela sua robustez. Uma pesquisa recente realizada pela Capgemini indica que 10% das organizações já utilizam agentes de IA, e 82% planejam integrá-los nos próximos três anos. Essa demanda crescente mostra que a indústria está cada vez mais inclinada a buscar soluções que permitam monetizar os volumes expressivos de investimentos em inteligência artificial.

análise da concorrência e diferenciais do 3.5 sonnet

Enquanto empresas como Salesforce e Microsoft promovem suas tecnologias de agentes de IA, a proposta da Anthropic se diferencia ao apresentar um “nível de execução de ações”, que permite ao novo modelo realizar comandos típicos de um desktop. A capacidade do 3.5 Sonnet de navegar na web, uma inovação dentro da linha Claude, possibilita a utilização de qualquer site ou aplicativo. No entanto, a Anthropic salienta que o controle permanece nas mãos dos usuários, que devem fornecer comandos específicos para direcionar as ações da inteligência artificial, como, por exemplo, “use dados do meu computador e da internet para preencher este formulário”. Com isso, é o usuário que estabelece as limitações e permissões necessárias para a boa realização das tarefas.

Um exemplo de aplicação dessa nova tecnologia é o uso do modelo pelo Replit, que criou um “verificador autônomo” capaz de avaliar aplicativos durante seu desenvolvimento. Já a Canva está estudando formas de como o modelo pode apoiar o processo de design e edição. Entretanto, surge a questão: o que realmente diferencia o Claude 3.5 Sonnet de outros agentes de IA disponíveis no mercado, como os desenvolvidos pelas empresas Rabbit e Adept? O que a Anthropic defende como um diferencial é a robustez superior do novo modelo em comparação com competidores como o OpenAI GPT-4o, com base em bancos de dados de benchmark que comprovam sua capacidade superior em tarefas de programação. Além disso, mesmo não tendo sido especificamente treinado para tal, o 3.5 Sonnet tem a habilidade de se autoconsertar e retomar tarefas quando enfrenta obstáculos, algo que pode ser crucial em um ambiente de trabalho dinâmico.

desafios e riscos associados à nova tecnologia

Apesar das inovações, a utilização do Claude 3.5 Sonnet não é isenta de desafios. Durante testes que avaliaram a capacidade da IA em auxiliar em tarefas como reservas de voos, ela obteve sucesso em menos da metade dos casos. Em outro teste envolvendo processos de devolução, a inteligência artificial falhou em aproximadamente um terço das tentativas. A Anthropic reconhece que o novo modelo apresenta dificuldades em ações básicas, como rolar e ampliar imagens, e que pode deixar passar ações e notificações que são de curta duração, em função do modo como captura e processa as telas. Segundo a empresa, o uso do Computador pelo Claude ainda é lento e propenso a erros, levando os desenvolvedores a começarem suas explorações com tarefas de baixo risco.

medidas de segurança e a responsabilidade da empresa

Consciente das implicações da liberação do 3.5 Sonnet, a Anthropic argumenta que os benefícios de monitorar a utilização da IA superam os riscos envolvidos. A empresa implementou uma série de medidas para prevenir abusos. Por exemplo, o modelo não foi treinado com as capturas de tela dos usuários e foi desenhado para não acessar a internet durante o treinamento. Para garantir ainda mais a segurança, a Anthropic desenvolveu classificadores que desestimulam ações consideradas de alto risco. Além disso, como precaução num cenário delicado como as eleições gerais nos Estados Unidos, a empresa está focada em mitigar abusos eleitorais. Mesmo assim, a Anthropic mantém um protocolo de retenção das capturas de tela geradas pelo Uso de Computador, o que pode gerar preocupações entre desenvolvedores que trabalham com informações sensíveis.

Com o lançamento do Claude 3.5 Haiku, a Anthropic também se comprometeu a disponibilizar uma versão econômica e eficiente de sua série de modelos Claude, que deve equalizar o desempenho do Claude 3 Opus em benchmarks, mantendo um custo acessível. A chegada dessa nova versão poderá oferecer aos usuários mais opções e flexibilidade na implementação da inteligência artificial em suas operações. À medida que a Anthropic avança com suas inovações, fica evidente que a jornada da inteligência artificial está apenas começando; a forma como ela será utilizada e os resultados que trará dependerão não apenas da tecnologia, mas também da ética com que será aplicada.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *