Com muito alvoroço gerado em torno do assunto, o lançamento do Apple Intelligence, um conjunto de funcionalidades baseadas em inteligência artificial da Apple, finalmente aconteceu nesta semana com a atualização do iOS 18.1. Usando essas funcionalidades por meses através de software beta, percebi que a nova gama de recursos liberados tem foco em criar conveniência para os usuários, em vez de permitir que desenvolvam ideias ou realizem buscas mais profundas, como em sistemas de inteligência artificial como ChatGPT ou Perplexity. Neste contexto, é interessante refletir sobre como essas inovações se traduzem em práticas que realmente facilitam o dia a dia.

Funcionalidades práticas que prometem melhorar a interação com Siri

Dentre os novos atributos oferecidos, uma das funcionalidades que mais me chamou a atenção foi a possibilidade de interagir com a assistente Siri tanto por mensagens escritas quanto por voz. Agora, consigo facilmente definir temporizadores ou pedir conversões de moedas sem ouvir o infame “não entendi”. Para ativar essa função, é preciso seguir os passos por meio de Settings > Apple Intelligence & Siri > Talk & Type to Siri > Type to Siri toggle e, em seguida, basta um toque duplo na barra inferior para invocar Siri. Essa funcionalidade serve mais como um recurso de conveniência, mas promete melhorar a compreensão da assistente, especialmente em situações onde há hesitações nas respostas ou mudanças rápidas nas solicitações. Entretanto, para muitas consultas, como “o que usar como substituto para pinhões?”, a Siri ainda precisará recorrer a informações da web ou redirecionar para um site específico, o que indica que nem tudo se resolve de maneira integrada.

Limpeza de fotos: um recurso inovador que ainda precisa de ajuste

Outro recurso que se destacou nas últimas semanas foi a funcionalidade de limpeza de fotos da Apple, que permite aos usuários remover objetos indesejados das suas imagens. Por exemplo, você pode eliminar aquele estranho que decidiu fazer uma aparição inesperada na sua selfie, utilizando seleção automática ou manual. Entretanto, o processo de remoção não é perfeito, e uma análise mais minuciosa revela algumas imperfeições deixando vestígios visíveis, que podem até ser mais notáveis em certas situações. Contudo, com um pouco de recorte e o uso inteligente de filtros, essas fotos são suficientemente boas para serem compartilhadas nas redes sociais. Após demonstrar essa funcionalidade para alguns amigos, eles começaram a me enviar as fotos para ajuste, tornando-se um novo passatempo em nosso círculo de amizade. Não podemos esquecer que gigantes como o Google também possuem uma ferramenta semelhante, denominada Magic Eraser, disponível em seus smartphones Pixel e no Google Photos, o que levanta questões sobre quem realmente lidera a inovação no setor.

Sumário de notificações: uma ferramenta cheia de surpresas

Falando em surpresas, a funcionalidade de sumário de notificações é, sem dúvida, uma das adições mais intrigantes. Os usuários agora podem escolher ter um resumo das notificações de todos, de nenhum ou de aplicativos selecionados. Essa função, na maioria das vezes, entrega resultados bastante precisos, mas há momentos em que o texto gerado se torna um tanto quanto incomum, o que pode gerar risadas. Um exemplo curioso aconteceu com uma amiga que, em mensagens separadas, expressou sua preocupação sobre a dor em seus pés, resultando em um sumário peculiar e engraçado, que causou algumas (irônicas) reflexões sobre a interpretação das máquinas. Este fenômeno se tornou objeto de discussão nas redes sociais, onde muitos usuários compartilham suas experiências, incluindo casos em que descobriram términos de relacionamentos através dessas mensagens resumos. Certa vez, um amigo enviou uma imagem de um carro e, curiosamente, a forma como o modelo resumiu a notificação na tela foi algo digno de memes.

Reflexões sobre a nova era da inteligência artificial da Apple

Embora os sumários de notificações tenham se mostrado bastante funcionais na maioria das situações, é evidente que a Apple ainda está ajustando a precisão e a relevância das informações, especialmente em contextos sensíveis. Já no que tange às ferramentas de escrita, embora eu não tenha explorado muito essa opção no meu iPhone, vislumbrei algumas falhas leves, principalmente no que se refere a palavras consideradas inapropriadas em determinados contextos. Este detalhe pode acabar se tornando um limitador para quem busca uma assistente para escrita criativa, como no caso de elaboração de enredos de thrillers, por exemplo. Em comparação, enquanto as funcionalidades disponibilizadas não geram textos ou imagens de maneira autônoma como acontece em ferramentas como ChatGPT, Gemini ou Claude, espera-se que as próximas atualizações possam trazer algumas dessas mágicas integrativas para o cotidiano dos usuários.

Portanto, apesar de o Apple Intelligence ser descrito como um conjunto de ferramentas que melhora a experiência do usuário, a questão que se levanta é: essas funções são realmente inovadoras o suficiente para motivar a aquisição de um novo iPhone focado exclusivamente nesse desenvolvimento? Pode ser que essas melhorias sejam apenas um passo inicial para uma revolução mais ampla no uso de inteligência artificial da Apple, mas por enquanto, a expectativa é de que pequenas mudanças possam agregar um valor significativo à rotina dos usuários, mesmo que ainda necessitem de pequenos ajustes e evoluções.

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