Modelo Compartilha Desafios e Conquistas em Relação ao Reconhecimento da Diversidade Corporal
A participação de Ashley Graham no desfile da Victoria’s Secret em 2024 se tornou um marco significativo, não apenas em sua carreira, mas também na própria evolução da marca. Após um longo período de hesitação inicial sobre se deveria ou não aceitar o convite para caminhar na passarela, Ashley revelou, através de uma postagem no Instagram datada de 16 de outubro, os motivos de sua indecisão e as qualidades transformadoras que a convenceram a participar. A figura proeminente no mundo da moda expressou que, por muitos anos, a Victoria’s Secret não parecia uma marca inclusiva para modelos com seu tipo de corpo, indicando que a visão de beleza da empresa era restrita e focada em um ideal que não a incluía. Esta reflexão vem à tona em um momento onde a discussão sobre diversidade corporal e inclusão na indústria da moda está mais latente e relevante do que nunca.
Graham, de 36 anos, compartilhou uma série de fotos dos bastidores e do desfile, onde não apenas brilhou na passarela, mas também se tornou um símbolo da mudança desejada na representação de diferentes tipos de corpo. Em sua postagem, a modelo destacou: “Quando a @victoriassecret me procurou, serei honesta—eu hesitei”. A frase encapsula anos de luta e estigma enfrentados por muitas mulheres que não se encaixam nos padrões tradicionais de beleza. Contudo, a conversa que teve com a liderança da marca foi um divisor de águas. Após essa discussão, a modelo percebeu um vislumbre de mudança real e autenticidade no compromisso da Victoria’s Secret com a diversidade corporal. Graham afirmou que a marca não tinha a intenção de usar modelos curvilíneos apenas como um símbolo ocasional, mas realmente buscava fazer parte da revolução da diversidade corporal.
No desfile, Ashley Graham vestiu um bodysuit negro rendado, uma robe transparente e grandes asas ornamentadas com flores douradas. Sua presença marcante trouxe uma nova energia ao evento, refletindo a inclusão que tantos esperavam. A modelo mencionou que a marca se comprometeu com uma abordagem de “abraçar a diversidade corporal de uma maneira duradoura e significativa”. Essa declaração não é apenas um testemunho de sua própria jornada, mas também um chamado para uma mudança mais ampla na indústria da moda, onde modelos de todos os tamanhos e formas devem ser representados.
Empoderamento e Representatividade na Indústria da Moda
Antes do desfile, Ashley compartilhou suas emoções com uma publicação para a revista PEOPLE, revelando que estava “muito animada” para caminhar na passarela, sem sentir nervosismo, o que demonstra não apenas autocontrole, mas também um novo nível de segurança. Ela ressaltou a importância da representação no evento, expressando que estava ansiosa para ver como essa mudança se manifestaria na prática. “Sinto uma segurança genuína. Nada vai sair do lugar”, enfatizou Graham, ressaltando que esse conforto foi crucial para que ela pudesse mostrar toda a sua confiança na passarela.
Sua experiência nos bastidores também proporcionou momentos interessantes. A modelo, mãe de três filhos, lembrou que se sentiu um pouco surpreendida com a escolha inicial de sua roupa. “A primeira coisa que me deram foi uma peça íntima tamanho pequeno, e eu pensei, ‘Oi, eu acabei de ter três crianças'”, compartilhou, refletindo sobre as desigualdades nas expectativas da moda. No entanto, a marca ouviu suas preocupações e finalmente lhe apresentou um bodysuit que a deixou se sentindo sensual e poderosa, especialmente quando as asas apareceram. “Quando saíram as asas, pensei ‘Oh sim, eu me sinto uma Angel. Isso é quente'”, declarou, expressando o orgulho e a alegria de representar não apenas a si mesma, mas todas as mulheres que se sentem invisíveis na indústria da moda.
Essa narrativa não só destaca a jornada pessoal de Ashley Graham, mas também reflete um momento significante na dimensão maior que é a moda. A tentativa da Victoria’s Secret de se adaptar e evoluir num cenário que clama por inclusão é um passo na direção certa, mas é fundamental que essa evolução não seja apenas pelas aparências. Para que a mudança seja realmente eficaz, deve ser acompanhada de um comprometimento autêntico e contínuo por parte das marcas, refletindo a diversidade da sociedade de forma plena e respeitosa. Ashley Graham não apenas aceitou o convite para o desfile em 2024, mas também se tornou uma voz proeminente na luta pela representatividade na moda, um testemunho de que todos os corpos merecem ser celebrados e vistos.