Um debate divertido e inusitado tem se desenrolado entre o presidente francês Emmanuel Macron e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, em razão da série de sucesso da Netflix, “Emily em Paris”. A ocasião para a troca de farpas teve início quando Macron comentou sobre os rumos da narrativa, incluindo a mudança da protagonista Emily Cooper para a capital italiana. Em uma entrevista concedida à Variety, publicada no dia 9 de outubro, o presidente francês expressou suas preocupações e descontentamento, afirmando que a série deveria permanecer em Paris. “Lutaremos com afinco. E pediremos a eles que permaneçam em Paris! Emily em Paris em Roma não faz sentido”, declarou Macron, evidenciando a importância da capital francesa como cenário central da trama.
O as pessoas que apreciam a série estão ansiosas pela nova temporada. Vale mencionar que a produção já confirmou uma quinta temporada, na qual, segundo Darren Star, criador da série, a protagonista terá vivências tanto em Roma quanto em Paris. Em suas palavras, “Emily terá uma presença em Roma. Isso não significa que ela deixará de estar em Paris, mas sua trajetória se expandirá para a capital italiana.” Entretanto, essa perspectiva não agradou aos dois políticos, que se mostraram defensores de suas respectivas cidades.
Durante a mesma entrevista, Macron colocou em evidência a importância da franquia para a imagem da França, revelando que ficou satisfeito em saber que sua esposa, Brigitte Macron, faria uma participação na nova temporada. Para ele, “Emily em Paris é extremamente positiva em termos de atratividade para o país. Para os meus negócios, é uma iniciativa muito vantajosa.” Tal afirmação ilustra a confiança do presidente no papel que a série desempenha na promoção da cultura e do turismo francês.
Em resposta às declarações do presidente francês, o prefeito Gualtieri se manifestou através de uma postagem na rede social X, parabenizando a ideia de Emily em Roma, e questionando: “Leve na esportiva, Emmanuel Macron. Emily em Roma é perfeita.” Ele complementou essas palavras em entrevista ao The Hollywood Reporter, insinuando que o mandatário francês poderia estar exagerando ao se preocupar com a série. “Eu gostaria de acreditar, pelo menos espero que Macron estivesse brincando, pois ele deveria saber que uma produtora como a Netflix não recebe ordens de chefes de estado ou toma decisões com base em pressão política.” A declaração de Gualtieri revela um viés mais leve sobre a situação, onde ele sugere que existem outras questões mais urgentes que demandam a atenção do presidente francês.
O prefeito de Roma também enfatizou que a movimentação da protagonista para sua cidade é um sinal do crescente reconhecimento global da capital italiana. Apropriando-se da conversa, ele arrematou que a equipe da Netflix possui plena capacidade para tomar decisões acerca da produção. “Vemos a mudança de Emily para Roma como uma confirmação de que nossa cidade está se tornando cada vez mais importante, e estamos bastante tranquilos com as decisões da produção da Netflix.” Esse comentário ressalta que a relação entre cidades e produções cinematográficas não se limita às preferências pessoais de líderes, mas envolve um contexto muito mais amplo envolvendo a cultura e a identidade de cada local.
Na mesma linha de discussão, Star também se manifestou durante a estreia da segunda parte da quarta temporada de “Emily em Paris” em Roma, mencionando que a inclusão da cidade italiana na narrativa visa ampliar o universo da série. “Roma, para mim, é como a outra grande cidade romântica da Europa, e é um pouco o yin e yang de Paris,” comentou o criador. Ele relatou que tanto a Itália quanto a França são reconhecidas por suas contribuições ao mundo da moda, design e estilo, embora cada uma tenha a sua maneira particular de se expressar. Esta perspectiva indica que a transição da história de Paris para Roma não se trata apenas de uma mudança de cenário, mas de um aprofundamento nas relações culturais e sociais entre as duas grandes capitais europeias.
Concluindo, o embate entre Macron e Gualtieri, mediado pelo humor e a leveza, destaca um curioso aspecto do entrelaçamento entre cultura pop e política. A serie “Emily em Paris” não só entretém, como provoca diálogos e discussões, refletindo a relevância das produções audiovisuais na promoção do turismo e da imagem cultural das cidades. Ambos os líderes demonstram a paixão por sua cultura e suas cidades, cada um defendendo seu ponto de vista com o fervor de quem acredita no valor simbólico que essas produções podem representar. À medida que a série avança para sua quinta temporada, o mundo aguarda ansiosamente para ver como essa interseção de histórias se desenrolará tanto em Paris quanto em Roma, aproveitando a oportunidade para celebrar o charme e a beleza de ambas as metrópoles.