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A recente descoberta de um impressionante conjunto de marcas de bruxas nos muros de uma propriedade Tudor na Inglaterra trouxe à tona questões sobre os rituais de proteção da época e os mistérios que cercam essas inscrições. Com a Halloween se aproximando, a divulgação feita pela English Heritage atraiu uma atenção crescente para este tema fascinante e perturbador, despertando a curiosidade de historiadores e entusiastas. Quanto mais se investiga, mais surgem perguntas sobre o porquê dessa casa ter se tornado um verdadeiro templo de marcas protetivas.

Gainsborough Old Hall e Seu Passado Agitado

O Gainsborough Old Hall, localizado no condado de Lincolnshire, é um histórico casarão que já recebeu visitas do famoso rei Henrique VIII e sua esposa na época, Catherine Howard. Segundo um comunicado da English Heritage, a descoberta das marcas foi realizada por Rick Berry, um voluntário com quase 20 anos de experiência na conservação do local. Berry passou dois anos mapeando cerca de 20 carvings impressionantes, que são de extrema importância para a compreensão dos costumes e crenças do passado Tudor.

As marcas, conhecidas formalmente como marcas apotropaicas, eram acreditadas na época como uma proteção ritual contra o mal, sendo carcomidas na pedra ou madeira, em locais estratégicos como entradas e janelas. A concentração dessas inscrições na ala dos servos do casarão levanta questões sobre a função social e o cotidiano dos moradores daquele período histórico. Entre os desenhos identificados estão círculos que, normalmente, apresentariam um design de seis pétalas, conhecido como hexafoil, que servia para aprisionar demônios. Um porta-voz da English Heritage sugeriu que as pétalas podem ter se desbotado com o tempo ou que a habilidade do artista pode não ter sido suficiente para representá-las adequadamente.

Marcas de Proteção e Mistérios Não Resolvidos

Entre as diversas marcas encontradas, destaque para os Vs sobrepostos, conhecidos como marcas marianas, que são interpretadas por alguns como um chamado à proteção da Virgem Maria. Além disso, um pentáculo que foi utilizado como talismã contra forças malignas também foi descoberto. Rick Berry revelou que a primeira marca que encontrou há alguns anos o deixou surpreso, e desde então, sua busca por novas inscrições se intensificou. Recentemente, ele encontrou um pequeno pentagrama, mas a incerteza sobre quantas mais possam ser descobertas no futuro permanece. “A última que encontrei foi há algumas semanas, mas quem sabe quantas ainda estão por vir?”, refletiu Berry em seu relato.

Uma das descobertas mais intrigantes do trabalho de Berry foi uma marca que parece se tratar de uma maldição lançada sobre um antigo proprietário da casa, William Hickman. A evidência consiste em seu nome escrito de cabeça para baixo, uma prática que, embora mais comumente associada ao período romano e anglo-saxão, nunca havia sido registrada para outras propriedades sob a guarda da English Heritage. Isso levanta questões sobre como os moradores viam e reagiam às crenças em bruxaria e proteção contra o mal.

Um Enigma Histórico Que Desafia Especialistas

O número surpreendente de carvings encontradas em Gainsborough Old Hall intrigou bastante Kevin Booth, chefe de coleções da English Heritage. Ele comentou que é impressionante perceber que, mesmo séculos após a construção das edificações, ainda existem segredos a serem revelados. A história do Old Hall é marcada por reviravoltas, especialmente durante a gestão de William Hickman, que não era bem visto e cuja casa agora parece ser um campo de estudo para o entendimento de marcas e crenças de proteção de seus habitantes. O mistério sobre o alto número de carvings ainda carece de explicações concretas, o que faz com que o local se torne ainda mais fascinante para especialistas e curiosos.

A palavra apotropaica provém do grego e significa “afastar o mal”. Historicamente, marcas como essas eram esculpidas em propriedades construídas entre 1550 e 1750, e em 2019, descobertas semelhantes foram feitas em um sistema de cavernas no East Midlands, central da Inglaterra, indicando um fenômeno mais amplo da utilização de símbolos de proteção em locais sagrados e cotidianos. As marcas eram tidas como fundamental para resguardar os moradores de doenças, mortes e colheitas danificadas, refletindo uma era em que a busca por segurança contra o desconhecido era uma preocupação constante.

Uma Viagem ao Passado

Assim, Gainsborough Old Hall se transforma não apenas em um património histórico, mas também em um labirinto de histórias não contadas e marcas que clamam por uma nova atenção. A descoberta de Rick Berry e sua dedicação ao local nos lembram que o passado não está tão distante quanto parece, e que, de certa forma, todos ainda buscamos proteção contra o que não compreendemos. O que mais poderá ser revelado entre essas paredes antigas? O tempo e a curiosidade humana são os aliados que vão desvendar mais sobre este intrigante capítulo da história Tudor.

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