um avanço significativo na busca por respostas sobre andrew irvine e george mallory
Em setembro de 2023, uma equipe de documentários da National Geographic fez uma descoberta significativa em um glaciar em derretimento no Monte Everest, onde foi encontrado um pé humano dentro de uma bota, acompanhado de uma meia que continha um rótulo de nome. Esse rótulo, meticulosamente costurado, tinha o nome “A.C. Irvine”, clarificando que o vestuário pertencia a Andrew “Sandy” Irvine, um dos montanhistas britânicos que desapareceu durante uma expedição em 1924, ao lado de seu colega George Mallory. A revelação desse achado não apenas ressurge um mistério que perdura há quase um século, mas também pode fornecer pistas vitais sobre o que realmente aconteceu em uma das expedições mais enigmáticas do montanhismo, cuja resolução pode impactar a história da escalada de montanhas em nível global.
O duo desapareceu em 8 de junho de 1924, quando estava a cerca de 800 pés abaixo do cume do Everest, na tentativa de ser o primeiro grupo a completar a escalada documentada da montanha mais alta do mundo. Embora o corpo de Mallory tenha sido encontrado em 1999, o corpo de Irvine, assim como a câmera que portavam, permanecem desaparecidos. Os especialistas acreditam que esta câmera, se localizada, poderia conter imagens que confirmariam se os montanhistas realmente alcançaram o cume antes de suas mortes, uma questão que ainda permanece sem resposta. Os os profissionais de montanhismo especulam que esta descoberta poderia ser o início de uma nova era de entendimento sobre a expedição mortal que cedo se tornou uma lenda nas comunidades de montanhismo e história.
o impacto emocional da descoberta e a resposta da família irvine
Durante a expedição, a equipe da National Geographic, que incluiu o co-diretor do filme “Free Solo”, Jimmy Chin, estava ansiosa para decifrar o que poderiam encontrar. Antes de descobrirem a bota e o pé, o grupo também havia identificado um cilindro de oxigênio de uma expedição de 1933 que havia tentado escalar o Everest, que, embora fracassada, tinha encontrado um machado de gelo de Irvine na crista nordeste da montanha. Essa progressão levou a equipe a acreditar que poderiam estar próximos do corpo de Irvine, e após dias de busca no glaciar, finalmente encontraram o calçado que continha o pé. Chin comentou que a bota parecia ter derretido em condições recentes, permitindo que fosse avistada pelas equipes de exploração antes de ser escavada do terreno gelado.
Assim que a equipe fez a descoberta, eles imediatamente informaram a família de Irvine, levando um momento de grande emoção para Julia Summers, sua sobrinha-neta, que dedicou sua vida a documentar a história de seu tio desaparecido. Ao receber a notícia sobre a bota, Julia ficou “emocionada até as lágrimas”, descrevendo o momento como “extraordinário e profundo”. Desde a infância, esta narrativa a acompanhou, e ela expressou que a história se tornou mais tangível para ela após a localização do corpo de George Mallory em 1999, levando-a a se perguntar se, um dia, o corpo de Sandy Irvine seria encontrado também. Contudo, após 25 anos da descoberta de Mallory, esperava-se que nada mais seria encontrado, tornando a recente descoberta ainda mais impactante.
A devolução do pé e da bota da montanha foi realizada em cooler para a Associação Tibetana de Montanhismo da China (CTMA), onde se aguarda uma confirmação de DNA para comparar as amostras encontradas com as de membros da família Irvine. Caso se confirme que o pé provém de Irvine, a evidência poderá adicionar um novo capítulo importante à narrativa de sua infeliz expedição, trazendo algum alívio, e ao mesmo tempo, um fechamento para a família, que há décadas busca respostas sobre a trágica perda.
Com a escalada do Everest se consolidando como uma atividade não apenas de aventura, mas também de busca por respostas para mistérios históricos, a recente descoberta representa um marco importante não apenas para os entusiastas da montanha, mas também para a comunidade científica. À medida que mais informações forem reveladas e evidências forem analisadas, espera-se que a história de Andrew Irvine e de sua tragédia nas montanhas ganhe um novo entendimento, oferecendo um grau de esclarecimento para as gerações futuras que continuam a contemplar os riscos e os mistérios do espírito humano diante das forças da natureza.