A crescente adoção de inteligência artificial (IA) pelas empresas está acompanhada de um alerta crucial: a vulnerabilidade das organizações a ameaças cibernéticas. Um recente levantamento realizado com mais de 350 líderes de TI revelou que mais da metade dos executivos entrevistados considera que a complexidade das aplicações de IA enfraqueceu as defesas cibernéticas de suas empresas. Essa realidade levanta questões importantes sobre a adequação das práticas de segurança cibernética frente ao avanço acelerado da tecnologia.
Além disso, mais de 40% dos executivos entrevistados acreditam que suas equipes de segurança carecem das competências necessárias para proteger adequadamente as aplicações e cargas de trabalho de IA. Nesse cenário, o aumento na demanda por soluções que assegurem a integridade das aplicações de IA gerou uma onda de startups inovadoras. Nomes como HiddenLayer e Protect AI estão focados em defender sistemas de IA contra ataques adversariais, enquanto a Cranium se destaca por oferecer visibilidade nos sistemas de IA a nível de aplicação.
Surge, então, uma nova startup que promete ir além no combate a essas vulnerabilidades: a Noma Security. Co-fundada por Niv Braun e Alon Tron, a Noma começou suas operações após ambos deixarem a empresa de automação de experiência do cliente, Verint, onde Braun percebeu um “vácuo significativo” entre as necessidades de segurança ao longo do ciclo de vida dos dados e da IA. “As ferramentas existentes foram projetadas para o ciclo de vida tradicional de software”, explica Braun. “No entanto, o ciclo de vida dos dados e da IA é inerentemente diferente, pois envolve processos de pesquisa e desenvolvimento distintos, depende de tecnologias variadas e enfrenta vulnerabilidades técnicas únicas dentro dos modelos de IA.”
A Noma é projetada para facilitar a identificação e correção de configurações incorretas nos componentes utilizados para desenvolver e executar aplicações de IA. A plataforma verifica a presença de dados “sensíveis” em conjuntos de dados de treinamento de modelos, como textos que contenham informações pessoalmente identificáveis. Braun defende que as empresas podem estar mais bem equipadas para lidar com ameaças se conseguirem consolidar as funções de segurança de suas aplicações de IA em um único painel, que pode ser implantado em ambientes baseados na nuvem e auto-hospedados.
“Muitas soluções de segurança de função única estão inundando o mercado para aproveitar o hype da IA”, aponta ele. “Ao ajudar as empresas a entender sua pegada de aplicações de IA e fornecer controles de governança, a Noma não apenas auxilia as organizações a minimizar e mitigar riscos, mas também lhes dá a confiança necessária para expandir o uso da IA de forma mais rápida e em partes mais valiosas dos negócios.” Fundada em 2023, a Noma já conta com clientes pagantes, incluindo empresas da lista Fortune 500 nos setores de software B2B, serviços financeiros e varejo.
Recentemente, a startup finalizou uma rodada de investimento Série A de 25 milhões de dólares, que, segundo Braun, foi antecipada pelos investidores. “Decidimos aceitar o investimento, mesmo com recursos substanciais ainda em caixa, para acelerar nosso desenvolvimento, especialmente nas equipes e esforços voltados ao mercado”, disse. Além disso, a Noma planeja dobrar o tamanho de sua equipe composta por 20 pessoas no próximo ano. A rodada de investimento foi liderada pela Ballistic Ventures, levando o capital total arrecadado pela empresa a 32 milhões de dólares, considerando também uma rodada anterior de investimento não revelada de 7 milhões de dólares, liderada pela Glilot Capital Partners com a participação do Cyber Club London.
À medida que o cenário digital evolui e as empresas se lançam na corrida pela adoção da IA, a segurança cibernética emerge como uma preocupação primordial. As soluções inovadoras, como as oferecidas pela Noma Security, representam uma resposta significativa a esse desafio, permitindo que as empresas não apenas protejam suas informações, mas também navegarem de forma mais confiante no futuro da inteligência artificial.