À medida que se aproxima o 40º aniversário do icônico filme A Hora do Pesadelo, que estreou nos cinemas em 9 de novembro de 1984, estrelas do filme como Robert Englund e Heather Langenkamp relembram os desafios e triumphos que marcaram a criação dessa obra-prima do terror. O filme, que deu origem a uma vasta franquia de terror centrada no aterrorizante assassino de crianças Freddy Krueger, continua a ser uma referência no gênero, mantendo viva a sua temática aterrorizante e personagens memoráveis.

Os Primeiros Passos de Freddy Krueger e a Construção de um Ícone do Terror

Embora o personagem Freddy Krueger seja um ícone do horror por direito próprio, Englund, agora com 77 anos, compartilhou em entrevista que a construção visual do personagem foi um processo repleto de tentativas e erros. Desde os primeiros testes de maquiagem para capturar a aparência da pele queimada do vilão até a escolha do chapéu, havia uma quantidade considerável de experimentações. Felizmente, a produção optou por um fedora, ao invés de um chapéu de papel como o de um mensageiro. Além disso, Englund admite que até encontrar a voz de Krueger, houve um caminho a ser percorrido. Esse som característico, que se tornaria uma marca registrada, surgiu quase acidentalmente durante uma interação com o artista de efeitos especiais enquanto passava horas na cadeira de maquiagem.

Englund recorda o momento em que percebeu que havia encontrado a essência de Krueger: “Me lembro de ver minha silhueta no espelho. Quando coloquei o chapéu e a luva, vi a sombra. Eu pensei: ‘Isso é algo com o que posso trabalhar. Algo que posso explorar'”. Tal revelação não só marcou o início da solidificação do personagem, mas também manifestou a capacidade que o filme teria de aterrorizar plateias ao redor do mundo.

A Primeira Interação com Freddy e Portas para o Terror

Para Langenkamp, que tinha apenas 20 anos na época, a experiência de encontrar Englund como Freddy Krueger pela primeira vez foi nada menos que assustadora. “Eu não tinha visto Robert em sua maquiagem durante alguns dias e, quando entrei na cena da escola onde Tina me leva para o porão, eu o vi pela primeira vez”, relata Langenkamp. Naquele instante, Englund estava completamente imerso no personagem, apresentando “a sombra com o chapéu, o suéter, as botas e a luva”. A atriz recorda que foi uma experiência aterrorizante, e que nem precisava atuar, pois o medo que sentia era genuíno.

Ainda mais impressionante foi quando Englund conta uma experiência que acabou surpreendendo muito sua colega de cena. Durante a filmagem, ele tinha que elevar a luva de garras para o plano de câmera, e para tornar o momento mais “real”, decidiu arranhar uma tubulação e, como resultado, surpreendeu Langenkamp: “Wes queria ver a garra no enquadramento, e eu estava tendo problemas em mantê-la ali. Então, arranhei-a em um tubo, e Heather pulou. Realmente funcionou”, explica. Langenkamp adiciona que o som que o arranhar fez era como “unhas em um quadro negro”, o que a deixou ainda mais nervosa. Englund, por sua vez, não perdeu a oportunidade de brincar: “E foi isso que me fez pensar que poderíamos trabalhar com essa tensão também”.

A Natureza do Aterror em Cada Canto do Set

Outro aspecto que aumentava a ansiedade de Langenkamp durante a filmagem era a luva de Freddy, que tinha lâminas de borracha. Mesmo a luva sendo um simples acessório de cena, a possibilidade de um acidente sempre estava presente. “A luva tinha lâminas de borracha, mas você sabe, mesmo assim, poderia machucar se entrasse em contato com o olho, certo? Então, sim, eu estava constantemente preocupada”, ela compartilha. Englund, com seu humor característico, complementa que, dado o ambiente escuro em que estavam filmando, era compreensível que sua colega estivesse um tanto inquieta: “Entende-se por que ela ficava incomodada com um cara andando por aí com lâminas nos dedos”.

Reflexões sobre o Impacto Duradouro de A Hora do Pesadelo

Langenkamp reflete sobre os momentos marcantes que moldaram a experiência de terror que o filme trouxe para o público. Um exemplo está na célebre cena do beco, onde Freddy pronuncia a frase “Isso é Deus”. “Lembro-me de estar lá e perceber como essa linha seria assustadora para tantas pessoas”, comenta sobre a cena em que Tina, interpretada por Amanda Wyss, foge em pânico. Este tipo de construção narrativa, aliado a uma interpretação genuinamente aterrorizante, é o que permite que A Hora do Pesadelo continue a gerar discussões e análises mesmo após quatro décadas.

Em celebração ao seu 40º aniversário, a Warner Bros. está relançando A Hora do Pesadelo em 4K UHD digitalmente no dia 1º de outubro e em formato físico em 15 de outubro. Essa nova edição promete não apenas reviver os sustos do passado, mas também apresentar a nova geração a uma das obras primas do terror cinematográfico, garantindo que Freddy Krueger continue a assombrar sonhos por muitos anos mais.

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