Deslocamento de Equipes de Socorro e Impacto na Comunidade da Carolina do Norte
Os cerca de 65 mil moradores do Condado de Rutherford, na Carolina do Norte, enfrentam grandes desafios na limpeza do lamaçal e dos detritos deixados pelo furacão Helene. Entretanto, a ajuda federal se deparou com um obstáculo significativo nas últimas semanas. As equipes da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) foram obrigadas a se deslocar de suas áreas de atuação, em resposta a ameaças de grupos armados que se opõem aos esforços de socorro. Essa situação foi inicialmente relatada pelo Washington Post e desencadeou uma série de mudanças nas operações de emergência que visam garantir a segurança dos trabalhadores e das comunidades afetadas.
A FEMA decidiu, por questões de segurança, que suas equipes de assistência a desastres não realizarão mais visitas casa a casa, uma prática comum anteriormente. Em vez disso, as equipes serão alocadas em locais fixos para atender as necessidades dos cidadãos. Apesar das mudanças na operação de campo, a agência reafirmou que as buscas e os esforços de resgate continuam, e os centros de recuperação de desastres permanecem abertos para apoio às vítimas.
Contexto do Furacão Helene e Desafios Futuros
O furacão Helene atingiu a costa da Flórida em 26 de setembro como uma poderosa tempestade de Categoria 4, devastando um extenso território em seis estados e resultando em mais de 225 mortes, a maioria delas na Carolina do Norte. A gravidade da situação levou a FEMA a intensificar seus esforços para ajudar esses municípios, com a agência emitindo declarações garantindo a assistência contínua aos sobreviventes. “A FEMA continua a apoiar comunidades impactadas por Helene e a ajudar sobreviventes a se inscreverem para assistência. Para garantir a segurança de nossa equipe dedicada e dos sobreviventes, a FEMA fez alguns ajustes operacionais”, afirmou um porta-voz da agência em uma declaração ao CBS News.
Um elemento perplexo nessa situação surgiu quando uma comunicação enviada pelo Serviço Florestal dos EUA alertou os agentes federais no Condado de Rutherford sobre a decisão de “interromper” os esforços após o relato de que tropas da Guarda Nacional teriam encontrado milícias armadas que afirmavam estar “caçando a FEMA”. Essa relação entre forças de segurança e entidades armadas levanta preocupações sobre a situação da segurança pública e a eficácia das operações de socorro.
Desinformação e Conspirações Inerentes ao Desastre
Além dos desafios operacionais, rumores infundados relacionados ao furacão Helene proliferaram, afirmando que o governo federal planejou interromper os esforços de busca e resgate para apropriar-se de áreas como Chimney Rock, e que indivíduos afetados estavam recebendo assistência limitadíssima de apenas $750. Em resposta a essas alegações, a FEMA criou uma página em seu site desmentindo os boatos e informações falsas, reafirmando seu compromisso com a transparência e o apoio às comunidades afetadas.
Adicionalmente, a desinformação foi intensificada por figuras políticas, incluindo o ex-presidente Donald Trump, que sugeriu que os fundos destinados às vítimas do furacão foram desviados para atender a imigrantes. O Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, enfatizou que a desinformação resulta em pessoas em situação de vulnerabilidade que não buscam a ajuda da FEMA, mesmo quando têm direito a ela.
Na semana passada, o Presidente Biden também tomou posições contra as alegações falsas, reiterando seu compromisso com a ajuda a desastres e denunciando a retórica que sugere que o governo tem controle sobre fenômenos meteorológicos. “É absolutamente ridículo e deve parar”, disse Biden, em referência às declarações de certos políticos. No final de semana, o presidente visitou a Flórida pela segunda vez em um intervalo de pouco mais de uma semana para inspecionar danos causados pelo furacão Milton, que atingiu a Costa do Golfo como uma tempestade de Categoria 3. Durante sua visita, Biden anunciou US$ 600 milhões em ajuda federal para as áreas afetadas tanto por Helene quanto por Milton, demonstrando um comprometimento contínuo com a recuperação das comunidades devastadas.
O cenário atual, repleto de incertezas e desafios, destaca não apenas a resiliência da população afetada, mas também as complicações que as forças de socorro enfrentam diante de ameaças armadas e desinformações. À medida que a FEMA e outras entidades continuam seus esforços de recuperação, a segurança e a comunicação eficaz devem permanecer como prioridades para garantir que os cidadãos recebam o apoio necessário em tempos de crise.