o tão aguardado reencontro entre tom hanks e o diretor robert zemeckis parece ter começado de forma turbulenta com o lançamento de here, filme baseado na aclamada graphic novel de richard mcguire. apesar das altas expectativas depositadas sobre essa colaboração, a estreia, que ocorreu no festival da american film institute, em 25 de outubro de 2024, não correspondia ao que muitos esperavam, resultando em críticas negativas que comprometeram sua recepção.
um enredo ambicioso em um espaço confinado
here traz hanks e robin wright em uma história que se desenrola inteiramente em um único espaço, abordando diferentes momentos no tempo. o filme explora de forma inovadora questões de amor, perda e a complexidade das relações familiares ao longo das gerações. a narrativa não-linear, entretanto, não foi suficiente para agradar a todos. no momento da publicação, a produção registra um desanimador índice de 32% de aprovação no rotten tomatoes, refletindo um começo difícil para o tão antecipado projeto.
as críticas têm se concentrado na estrutura experimental do filme, que desvirtuou-se de uma narrativa acessível e emocional, o que não agradou a todos os espectadores. o crítico do hollywood reporter, david rooney, ressaltou que, enquanto o filme tenta ser visualmente inovador, ele acaba sacrificando a alma da história, afirmando que “ninguém consegue se livrar da obsessão do filme com a tecnologia visual em detrimento do coração”. o escritor de crítica de cinema odie henderson, do boston globe, foi igualmente crítico, comparando o filme a um “sitcom ruim” ou a uma “peça escolar mal executada”.
consequências negativas para o desempenho nas bilheteiras
considerando a recepção morna, o desempenho nas bilheteiras de here pode ser substancialmente afetado. filmes com críticas negativas frequentemente encontram dificuldades para gerar um boca a boca favorável, elemento essencial para o sucesso de produções mais íntimas e conceituais. com a concorrência intensa na temporada de premiações, que já inclui títulos bem recebidos como emilia perez, anora e gladiador ii, here pode lutar para se destacar entre os mais favoráveis.
o apelo nostálgico gerado pela colaboração anterior de hanks e zemeckis, que nos trouxe clássicos como forrest gump e naufrago, elevou as expectativas. no entanto, a abordagem experimental do filme pode ter afastado os fãs que buscavam uma narrativa mais tradicional. apesar do começo difícil, é comum que projetos ambiciosos inicializem com críticas mistas e, posteriormente, encontrem uma audiência que valoriza sua singularidade.
com o lançamento oficial previsto para 1º de novembro de 2024, muitos estão ansiosos para ver se a resposta do público será mais generosa do que a dos críticos. se a audiência conseguir abraçar a proposta inovadora do filme, há possibilidade de que here deixe uma impressão duradoura, mesmo que não atinja o status de concorrente ao prêmio que muitos esperavam. a trama envolve um jovem casal esperando seu primeiro filho que se vê forçado a acolher a mãe do marido, uma mulher doente e há muito tempo afastada da família, prometendo momentos emocionantes dentro de sua narrativa em um único espaço, desafiando os limites do que podemos considerar cinema convencional.
um futuro incerto para here e para filmes de autor
em um cenário onde sucessos de crítica costumam determinar o fluxo de bilheteiras, here enfrenta um futuro incerto. a falta de aprovação pode limitar seu sucesso em festivais e premiações, o que poderá afetar a carreira de seus talentosos protagonistas e namorado. a inovação tecnológica proposta pelo diretor robert zemeckis, que envolve o rejuvenescimento de atores e a utilização de uma câmera estacionária durante a exibição, é uma tentativa valente em um cenário cinematográfico de crescente experimentação, mas será que o público está pronto para isso?
embora a nossa expectativa para here tenha enfrentado um revés, sempre existe a possibilidade de redescobertas cinematográficas, onde o tempo pode revelar um clássico inesperado. no mundo do cinema, nem tudo é o que parece à primeira vista, e críticos muitas vezes se enganam ao avaliar produções que, eventualmente, conquistam seu espaço e aclamação. portanto, a expectativa se mantém, enquanto aguardamos ver se o público conseguirá encontrar a beleza na jazida do que se apresentou como uma narrativa desafiadora mas potencialmente rica.