A recente falência da FTX, uma das trocas de criptomoedas mais proeminentes, continua a trazer desdobramentos significativos e valores expressivos na sua jornada de recuperação. Em um novo capítulo dessa saga, a FTX assegurou um acordo monetário com a exchange de criptomoedas Bybit, que totaliza mais de 200 milhões de dólares. Esse acordo não só marca uma etapa importante no processo de reembolso para os credores e clientes afetados, mas também reflete a complexidade e a magnitude do colapso da exchange, que deixou um rastro de volatilidade e incerteza no mercado de criptomoedas.
O acordo com a Bybit, que envolve um montante total de aproximadamente 228 milhões de dólares, tem como objetivo apoiar o já aprovado plano de distribuição da FTX. Este plano estipula que a FTX está em processo de recuperação de até 16,3 bilhões de dólares, os quais deverão ser distribuídos entre ex-clientes e credores que sofreram perdas significativas durante a falência da empresa. O tribunal federal de falências, em uma decisão recente, aprovou esse plano de recuperação, que estima que os reembolsos para os clientes da FTX podem chegar a uma média de 118% do valor que eles tinham no momento da declaração de falência em novembro de 2022.
Especificamente, neste novo desdobramento, a FTX alcançou a recuperação de 175 milhões de dólares em ativos que estavam sob custódia na Bybit, além de um acordo que prevê que a Bybit compre os tokens BIT dos credores da FTX por cerca de 53 milhões de dólares. Essa medida permite que a FTX obtenha um valor significativo de ativos que, até o momento, eram considerados ilíquidos e difíceis de monetizar, refletindo a volatilidade do mercado de criptomoedas. É importante ressaltar que, embora os valores de criptomoedas, como o Bitcoin, tenham experimentado um aumento expressivo – o BTC, por exemplo, subiu 304% – os credores não poderão se beneficiar desse crescimento, pois os ativos foram bloqueados durante o processo de falência.
O valor original que a FTX buscava recuperar da Bybit alcançou a impressionante soma de 953 milhões de dólares, um reflexo das alegações de “fundos mal apropriados” antes do colapso da FTX. A ação legal foi iniciada quase um ano atrás, e, ao que parece, as negociações levaram a um resultado substancial, embora muito aquém do valor inicial reclamado. Esta não é a primeira vez que a FTX chega a um acordo significativo desde sua falência; no ano passado, liquidadores da FTX conseguiram um acordo com a Genesis, resultando na recuperação de 175 milhões de dólares, uma quantia que ainda assim é bem menor do que a busca original de 4 bilhões de dólares.
Segundo o CEO da FTX, John Ray, o quadro atual é um passo importante para restaurar a confiança dos credores. Em declaração realizada quando o plano final de recuperação foi anunciado em maio, Ray expressou: “Estamos satisfeitos em propor um plano sob o Capítulo 11 que contempla a devolução de 100% dos montantes das reivindicações de falência, além de juros para credores não governamentais.” Essa promessa de reembolso total oferece um vislumbre de esperança aos ex-clientes da FTX, que estiveram à mercê da incerteza financeira e do impacto negativo causado pela falência da plataforma.
Seguindo as diretrizes estabelecidas pelo tribunal de falências, a FTX pretende processar os pagamentos em dinheiro “dentro de 60 dias” a partir da aprovação do plano, proporcionando um alívio potencial para aqueles que se sentiram traídos e prejudicados durante essa turbulenta fase do setor de criptomoedas. O futuro da FTX ainda apresenta desafios, mas o progresso em recuperação monetária e a correta disposição dos ativos formam um novo capítulo para a empresa e seus credores, enfatizando a resiliência e a adaptação contínua dentro de um mercado em rápida evolução e repleto de incertezas.
Por fim, a situação da FTX serve como um alerta e um ensino sobre a volatilidade do mercado de criptomoedas. Este episódio ilustra que, mesmo em meio a falências e contratempos, há sempre esperança para reestruturação e recuperação, especialmente quando há uma trajetória de ações responsáveis e transparentes. Acompanhar a evolução da FTX nos próximos meses promete ser uma lição valiosa para todos os envolvidos, desde investidores até entidades regulatórias.