Colaboração entre NASA, Aerostar e AeroVironment introduz sistema de gerenciamento no Laboratório de Operações Aéreas
A NASA, em colaboração com as empresas Aerostar e AeroVironment, apresentou um conceito pioneiro de gerenciamento de tráfego aéreo destinado a assegurar operações seguras de aeronaves em altitudes elevadas, acima de 60.000 pés. Esse desenvolvimento acontece no Laboratório de Operações Aéreas (AOL) do Centro de Pesquisa Ames da NASA, localizado no Vale do Silício, na Califórnia. Essa inovação busca criar um ambiente mais seguro para a expansão de missões científicas, cobertura de internet, resposta a desastres e até mesmo voos supersônicos. O conceito é denominado gerenciamento de tráfego da Classe E Superior, conhecido como ETM.
Historicamente, não havia um sistema robusto de gerenciamento de tráfego aéreo para aeronaves operando a essas altitudes, uma vez que os aviões comerciais não eram capazes de operar tão alto devido a limitações dos motores. Contudo, com os avanços recentes em design de aeronaves e sistemas de propulsão, veículos de alta altitude e longa duração, como balões, dirigíveis e aeronaves solares, estão se tornando viáveis para operar a quilômetros acima de nossas cabeças. Essas operações podem fornecer relés de comunicação para resposta a emergências e coletar dados atmosféricos, entre outras funções críticas. Contudo, a dificuldade reside na necessidade de gerenciar essas operações sem sobrecarregar a infraestrutura de tráfego aéreo existente.
Sistema ETM: solução para o gerenciamento de operações em altitudes elevadas
Atualmente, o gerenciamento de tráfego em altitudes elevadas é realizado de forma manual e analisado caso a caso. Para executar uma missão, os operadores precisam entrar em contato com o controle de tráfego aéreo para obter acesso a determinadas áreas do espaço aéreo da Classe E. Durante essas operações, outras aeronaves não podem ingressar nesse espaço aéreo elevado. No entanto, os pesquisadores da NASA argumentam que essa abordagem não atenderá à crescente demanda por missões em alta altitude. Visando superar esse desafio, a NASA e seus parceiros desenvolveram o sistema de gerenciamento de tráfego ETM, o qual permite que as aeronaves compartilhem autonomamente suas localizações e planos de voo. Com isso, elas conseguem manter a separação segura durante as operações.
Durante a recente simulação de gerenciamento de tráfego, realizada no Laboratório de Operações Aéreas em Ames, dados de múltiplos veículos aéreos foram exibidos em dezenas de monitores de controle de tráfego, além de serem compartilhados com computadores fora do local. Esses dados incluíam a localização dos veículos, integridade operacional, planos de voo e outras informações relevantes. Os pesquisadores estudaram as interações entre uma aeronave de asa fixa, de velocidade reduzida, da AeroVironment, e um balão de alta altitude da Aerostar, ambos operando em altitudes estratosféricas. Cada aeronave estava conectada ao sistema ETM, permitindo o compartilhamento de informações em tempo real sobre suas localizações e planos de voo, favorecendo a coordenação e a desconflictuação entre os operadores das aeronaves no mesmo espaço aéreo simulado, sem a necessidade de autorização do controle de tráfego aéreo, possibilitando também a realização de objetivos, como o relé de comunicação sem fio.
Essa simulação representa o primeiro momento em que um sistema de gerenciamento de tráfego conseguiu coordenar de forma segura um conjunto diversificado de operações de aeronaves em alta altitude dentro do mesmo espaço aéreo simulado. Os próximos passos incluirão a validação desse sistema através da realização de diversos testes de voo reais com aeronaves de alta altitude em um espaço aéreo compartilhado. O conceito de gerenciamento de tráfego da Classe E Superior foi desenvolvido em colaboração com a Administração Federal de Aviação (FAA) e parceiros da indústria de plataformas de alta altitude, sob o subprojeto de Conceitos e Tecnologias Exploratórias do Sistema Nacional de Espaço Aéreo da NASA, que é liderado a partir de Ames.