Após as tragédias enfrentadas, os pais clamam por acordos internacionais para resgatar os 100 reféns ainda em cativeiro
No dia 7 de outubro de 2023, o ataque devastador do Hamas a Israel resultou no sequestro de centenas de reféns, entre eles Hersh Goldberg-Polin, um israelo-americano de 23 anos cuja vida foi tragicamente interrompida em agosto de 2024. A morte de Hersh, após mais de 300 dias em cativeiro, evidenciou não apenas a brutalidade do grupo terrorista, mas também o impacto emocional avassalador que tais eventos têm sobre familiares e a comunidade em geral. Seus pais, Jon Polin e Rachel Goldberg-Polin, têm sido vozes proeminentes na luta por justiça e pelo retorno seguro de todos os reféns ainda sob a custódia do Hamas. Em uma entrevista à CBS News, eles expressaram firmeza em sua determinação de não apenas lembrar de seu filho, mas de agir para evitar que outros vivam a mesma tragédia. Os dados sobre a situação dos reféns são alarmantes, pois cerca de 100 pessoas ainda estão sendo mantidas em condições desumanas na Faixa de Gaza, uma realidade que pesa sobre os corações dos pais e ressoa nas consciências de muitos ao redor do mundo.
A história de Hersh começou no festival de música Nova, onde ele foi sequestrado. Meses depois, o Hamas divulgou um vídeo que mostrava o jovem ainda vivo, e a esperança se acendeu, mesmo que temporariamente. Entretanto, a esperança foi brutalmente extinta quando suas autoridades receberam o corpo de Hersh, encontrado em um túnel em Gaza, junto a outros cinco reféns. As declarações de Rachel sobre a condição do filho após meses de cativeiro revelam a crueldade do tratamento a que os reféns estavam submetidos: “Meu filho havia perdido peso, pesando apenas 52 quilos ao ser enterrado, e a brutalidade da sua morte é um alerta aos que ainda estão lá”, declarou com relação à experiência devastadora. Este grito por justiça não é apenas por Hersh, mas por todos que ainda se encontram em mãos inimigas, retratando a necessidade urgente de conscientização sobre a terrível realidade enfrentada por esses indivíduos.
Os Goldberg-Polin não se limitam a responsabilizar o Hamas pela morte de seu filho; eles também expressam uma profunda decepção com as lideranças políticas globais. “Sentimos que falharam conosco, e que a responsabilidade internacional está sendo ignorada. Precisamos de ação, precisamos que líderes mundiais se unam, exatamente como imaginamos que fariam no momento crítico”, destacou Jon. Para ele, a solução diplomática é fundamental, assim como uma união de forças internacionais para transformar palavras em ações concretas e efetivas. A cifra impressionante de reféns liberados por acordos políticos em comparação com aqueles resgatados militarmente demonstra claramente que é imperativo agir pelos que permanecem detidos. “Em 369 dias, apenas sete reféns foram libertados por operações militares. Mais de 100 foram libertados através de acordos de negociação. É evidente que a solução requer um diálogo”, defendeu Jon, enquanto a pressão emocional e psicológica sobre a família se intensificava cada dia que passava.
A questão que permanece é como os Goldberg-Polin podem seguir em frente após perder o filho de maneira tão brutal. “Estou presa em um lugar psicológico onde tenho medo de olhar para trás. Tive que mudar de lugar à mesa, pois não consigo suportar olhar para o lugar vazio onde Hersh costumava sentar”, compartilhou Rachel. Essa luta emocional se torna um reflexo de como a dor da perda é amplificada pela incerteza sobre o destino dos outros reféns. Ela ainda expressa esperança em relação ao futuro, ainda que as tensões na região aumentem com o conflito em expansão envolvendo o Hezbollah e o Irã. “A guerra se intensifica, mas também podemos encontrar uma oportunidade em meio ao caos. As pessoas precisam entender que ninguém está realmente bem, e essa situação precisa ser abordada”, acrescentou Rachel.
A solidariedade em todo o mundo se mostrou forte, com apoio significativo vindo de comunidades judaicas e cristãs. Este apoio tem sido crucial para manter a esperança viva, mesmo em tempos de desespero. “Minha fé em Deus não diminuiu, mas minha fé nas pessoas foi desafiada, pois sinto que poderiam ter feito mais”, concluiu Rachel, destacando a luta não apenas por justiça para seu filho, mas pela recuperação de todos os reféns. A história de Hersh e a incessante batalha de seus pais ressaltam a importância da ação coletiva e da liderança global em tempos de crise.