A Paytm, uma das principais empresas de serviços financeiros da Índia, está celebrando um marco importante após obter a aprovação regulatória que permitirá a retomada da adição de novos usuários ao seu sistema de pagamentos UPI. Essa permissão surge após um período de restrições que durou oito meses, limitando as operações da empresa em um cenário já complexo, marcado por uma intensa concorrência. O sistema UPI, que é responsável por processar mais de 15 bilhões de transações mensais, é uma força dominante nas transações online na Índia, mas a Paytm viu sua participação de mercado cair substancialmente ao longo deste ano.
No contexto do mercado de pagamentos digitais da Índia, o UPI é a espinha dorsal das transações cotidianas, com o PhonePe, de propriedade do Walmart, e o Google Pay controlando aproximadamente 87% das transações UPI. A participação da Paytm, que era de 13%, despencou para 8% após as restrições impostas pelo banco central indiano. Essas medidas rigorosas são uma resposta às múltiplas violações de regras identificadas no funcionamento do banco de pagamentos afiliado da Paytm, que levaram o Banco Reserva da Índia a ordenar a suspensão de várias atividades no começo deste ano. Recentemente, o NPCI, que é o órgão regulador responsável pela supervisão do UPI, aprovou o pedido da Paytm.
Essa nova autorização é vista como um passo significativo para a recuperação da base de usuários ativos da Paytm. Especialistas financeiros de renomadas instituições, como a Bernstein e o Goldman Sachs, destacaram que essa decisão é crucial e pode ajudar a reverter a queda no crescimento de usuários transacionantes da empresa. O número de usuários mensais que realizam transações na Paytm caiu drasticamente, despencando de 100 milhões em dezembro do ano passado para apenas 68 milhões no último mês. Essa retração no número de usuários não é um fenômeno isolado, mas reflete o cenário competitivo e as dificuldades enfrentadas pela Paytm no segmento de pagamentos digitais.
No mais recente informe financeiro, a Paytm divulgou uma receita de $197,4 milhões no trimestre que se encerrou em setembro, um aumento em relação aos $178,6 milhões do trimestre anterior. Contudo, essa cifra representa uma queda de 34% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa registrou uma receita de $299,5 milhões. O lucro no referido trimestre subiu para $110 milhões, após contabilizar um ganho excepcional de $160 milhões provenientes da venda de seu negócio de venda de ingressos de entretenimento para a Zomato. Este cenário financeiro aponta tanto para as dificuldades persistentes da empresa quanto para os desafios futuros que terão de ser superados para que a Paytm volte a ser uma força disruptora no mercado de pagamentos digitais na Índia.
Diante desse contexto, a volta da Paytm ao jogo do UPI pode sinalizar um novo capítulo para a companhia. Com a autorização recebida, a expectativa é que a empresa inicie estratégias para recuperar o terreno perdido e aumentar a confiança dos usuários. No reino das fintechs, onde a inovação e a agilidade são fundamentais, uma abordagem proativa e uma oferta atrativa de serviços será essencial para resgatar a sua posição entre os principais provedores de pagamentos do país. À medida que a cena dos pagamentos na Índia continua a evoluir, todos os olhos estarão voltados para os próximos passos da Paytm, que, com certeza, tornarão essa história ainda mais fascinante e cheia de reviravoltas.