O renomado ator Ralph Fiennes, conhecido por se aprofundar em papéis que não apenas entretêm, mas também provocam reflexão, retorna às telonas com novas interpretações que prometem cativar e desafiar o público. Em seu novo filme “Conclave”, baseado no aclamado romance de Robert Harris, Fiennes interpreta o Cardeal Thomas Lawrence, uma figura central em um thriller que se desenrola no coração da política papal. O enredo leva o espectador para os bastidores da escolha de um novo papa, evidenciando as intrigas e contradições que permeiam tal evento. Para Fiennes, a escolha de interpretar personagens com profundidade e complexidade é fundamental em sua carreira. Ele destaca: “Eu gosto de personagens que têm contradições dentro deles,” revelando a essência de seu gosto artístico.
Ambientado em locais icônicos como a Capela Sistina, o filme “Conclave” mergulha nos desafios emocionais e morais enfrentados por Lawrence. O aclamado ator, que também faz parte de um elenco estelar que inclui nomes como Stanley Tucci, John Lithgow e Isabella Rossellini, observa que a eleição papal não é um evento sereno. A intriga política no filme é palpável e culmina em um desfecho surpreendente que poucos esperam. Ao descrever seu personagem, Fiennes reflete sobre a dúvida que permeia a figura do Cardeal: “Se houvesse apenas certeza e nenhuma dúvida, não haveria mistério, e, portanto, não haveria necessidade de fé.” Essa reflexão sobre fé e dúvida, comum entre os cardeais, torna-se uma profunda exploração da condição humana, um dos temas mais recorrentes na filmografia de Fiennes.
A conversa com Fiennes revela ainda um pouco de sua perspectiva pessoal sobre a fé e a religião. Criado em uma família católica, o ator compartilha que a religião sempre foi uma presença constante em sua vida, mas que ele adotou uma postura de questionamento desde jovem. “Eu fui educado como católico e depois rebelde aos 13 anos,” ele conta. Quando perguntado se encontrou respostas, a resposta é clara: “Não, eu saí com mais perguntas.” Essa busca pela verdade torna-se um combustível para a construção de seus personagens, ampliando a profundidade com a qual ele se relaciona com seus papéis.
Além de “Conclave”, Fiennes está programado para estrelar em “The Return”, que chega aos cinemas em dezembro. Neste filme, ele interpreta Odisseu, um papel que o força a entrar em um estado de vulnerabilidade e exaustão, retratando a jornada de um rei que tentou recuperar sua identidade após a Guerra de Troia. “Ele está exausto. Ele está esquelético e, também, não é mais o guerreiro que era,” descreve Fiennes. A interação entre Odisseu e Penélope, interpretada por Juliette Binoche, destaca a relação entre os dois personagens, que foi reforçada pela amizade de longa data entre os atores. Fiennes revela que o desejo de trabalhar novamente com Binoche foi um dos motivos que o levou a aceitar o projeto, destacando a importância das colaborações artísticas ao longo de sua carreira.
Com uma vasta gama de personagens que vão de vilões inesquecíveis a figuras heroicas, Fiennes construiu uma carreira que se destaca não apenas por sua habilidade dramática, mas também por sua capacidade de provocar reflexão no público. Ao ser questionado sobre seu prazer em interpretar personagens arrogantes, ele menciona a oportunidade de desafiar o público e criar discussões complexas sobre moralidade e poder. “É uma ótima provocação,” diz ele sobre a empatia que pode surgir mesmo das figuras mais desprezíveis.
Por fim, ao olhar para o futuro, Fiennes expressa um entusiasmo contagiante por novos projetos e papéis. Em vez de fixar-se em partes que já recebeu em sua carreira, ele anseia por surpresas e novos desafios. “Quero ser surpreendido por um novo roteiro, algo que nunca ouvi falar,” ele conclui, enfatizando que o verdadeiro tesouro na atuação está na descoberta e na transformação pessoal que cada novo personagem pode trazer.
Oportunamente, o público poderá conferir “Conclave” nos cinemas a partir do dia 25 de outubro e “The Return” em 6 de dezembro, marcando mais um capítulo na carreira multifacetada de Fiennes, que continua a desafiar não apenas a si mesmo, mas também o público a refletir sobre a complexidade da condição humana.