O Contexto de Desinformação Após o Furacão Helene
No cenário crítico que se seguiu ao devastador Furacão Helene, autoridades seniores da administração Biden se mobilizaram para conter uma onda sem precedentes de desinformação sobre a tempestade e a resposta federal a ela. Os encontros de emergência foram organizados em diversas esferas do governo com a finalidade de lidar com o aumento alarmante de informações falsas que circulavam, abrangendo alegações sobre como os fundos de recuperação estavam sendo desviados para serviços para migrantes, além de acusações de que os sobreviventes estariam recebendo apenas assistência mínima. A situação se tornou ainda mais complexa devido à amplificação desses boatos por figuras proeminentes como Elon Musk e o ex-presidente Donald Trump. De acordo com um funcionário do governo, esse episódio foi um momento de galvanização para a Casa Branca e para o governo federal, frente à propagação flagrante de mentiras.
Preocupações Dos Funcionários da Administração e Respostas Imediatas
Ainda que o Federal Emergency Management Agency (FEMA) seja frequentemente chamado a responder a rumores associados a desastres naturais, os líderes dos EUA expressaram preocupação com a magnitude das teorias da conspiração que poderiam comprometer a ajuda a vítimas do furacão. Recentemente, o presidente Joe Biden pediu um memorando à sua equipe para planejar a resposta digital do governo federal, incluindo as estratégias usadas para combater a desinformação. Ao tratar dos preparativos para o Furacão Milton, Biden criticou a “promoção irresponsável e contínua de desinformação” que estaria desestabilizando a confiança no trabalho excepcional de resgate e recuperação já realizado. Ele também não hesitou em apontar o dedo para Trump, atribuindo a ele um papel ativo na disseminação de informações falsas.
Com o Furacão Milton se aproximando da Flórida, as preocupações entre os funcionários da administração aumentaram ainda mais, levando à implementação de novas táticas de comunicação para alcançar diferentes segmentos da internet, entre as quais se destaca a criação de uma nova página da Casa Branca no Reddit. Além disso, funcionários seniores da administração instruíram as equipes de comunicação das agências federais a intensificarem as postagens nas redes sociais a partir dos perfis oficiais do governo, utilizando imagens que mostram como os trabalhadores federais estão desobstruindo áreas afetadas e oferecendo ajuda aos cidadãos.
A Interação Direta com Líderes de Tecnologia para Combater a Misinformação
O secretário de Transporte, Pete Buttigieg, sublinhou a gravidade do problema da desinformação, enfatizando que essa situação não apenas prejudica a capacidade de resposta, mas também é alimentada por questões políticas e pela própria dinâmica da internet, que tende a amplificar os conteúdos mais estranhos. Durante o fim de semana, Buttigieg teve uma conversa com Musk, na qual esclareceu falsidades geradas na rede quanto à restrição do espaço aéreo pela Federal Aviation Administration (FAA) e sobre o falso bloqueio de voos de resgate. Esse diálogo foi parte da estratégia para, além de combater a desinformação, garantir que os recursos essenciais chegassem diretamente aos residentes afetados pelo furacão.
Para isso, a administração Biden também se comprometeu a manter um canal de comunicação claro com os líderes das empresas que operam plataformas digitais, como o X, anteriormente conhecido como Twitter, e a SpaceX, buscando não apenas dissipar as noções equivocadas promovidas por Musk, mas também possibilitar que empresas como a Starlink desenvolvam estratégias adequadas às demandas da região atingida.
A Reação das Autoridades Locais e a Necessidade de Informação Confiável
Além disso, as agências estaduais da Carolina do Norte e a FAA continuam a enfatizar que os aeroportos situados nas áreas afetadas pelo Furacão Helene estão abertos para operações de recuperação, apesar das alegações enganosas disseminadas nas redes sociais. Informações precisas, como a postagem da Carolina do Norte que afirmou que a FEMA não controla qualquer aeroporto na região ocidental do estado, são essenciais para mitigar o impacto das informações distorcidas.
A interação direta entre autoridades e a população é fundamental para garantir que as notícias corretas cheguem aos cidadãos antes que rumores se espalhem. O conteúdo gerado pelas agências deve ser estrategicamente distribuído através de diversas plataformas, incluindo mensagens de texto, telefonemas, e-mails e informações em centros da FEMA. Isso não apenas proporciona um fluxo de informações válidas, mas também oferece segurança e suporte às comunidades afetadas.
O Impacto da Desinformação sobre Operações de Socorro
As repercussões da desinformação já começam a se fazer sentir nas operações de socorro, com trabalhadores da FEMA enfrentando ameaças relacionadas a boatos que circulam on-line. Steve Reaves, ex-presidente do conselho da FEMA, relatou que as mentiras em relação a direcionamento de fundos e a quantia de ajuda disponibilizada são particularmente problemáticas e têm efeitos tangíveis no trabalho da equipe de resposta a desastres. O ambiente de trabalho desses profissionais, que dedicam suas vidas a ajudar os afetados por catástrofes naturais, foi prejudicado pela politicização de sua missão, causando um sentimento agridoce entre os constituintes e perturbando a eficácia das operações.
Conclusão Sobre a Necessidade de Combater a Misinformação
A onda de desinformação que emergiu após o Furacão Helene não apenas representa um desafio para o atual governo, mas também evidencia a urgência em estabelecer estratégias robustas de comunicação e esclarecimento para assegurar que os cidadãos obtenham informações corretas. As conversas com líderes de plataformas digitais e as táticas de comunicação ativa com comunidades locais são essenciais para combater os impactos negativos da desinformação. Portanto, as autoridades estão focadas em restaurar a confiança da população nos esforços de recuperação e garantir que assistência adequada chegue a todos os necessitados. Um esforço concentrado em mitigar a desinformação será crucial não só para a atual crise, mas também para a capacidade futura de resposta a desastres.