Em um suspiro de nostalgia que cativa os amantes da música, a lendária faixa “Michelle”, originalmente do icônico grupo britânico The Beatles, ganhou uma nova vida na interpretação do inigualável Luther Vandross. Apesar de Vandross ter nos deixado em 2005, seu legado musical continua a brilhar intensamente, e o que parecia ser um tesouro perdido agora ressurge com o charme e a elegância que só ele poderia proporcionar. Essa novidade foi anunciada em uma sexta-feira que ficará marcada na história da música, trazendo à tona uma versão que promete conquistar tanto os fãs antigos quanto novos admiradores.
A descoberta desta gravação remete a uma visita de Fonzi Thornton, amigo próximo de Vandross, à família do cantor logo após seu falecimento. Durante essa visita, Thornton decidiu explorar os arquivos musicais de Vandross, onde encontrou não apenas vídeos e efeitos pessoais, mas também fitas cassette que revelariam uma interpretação inédita de “Michelle”. Com um toque de emoção, ele compartilha suas lembranças: “Encontrei duas fitas com o título ‘Michelle’ na caligrafia dele — não tinha ideia do que era. Quando ouvi, percebi que se tratava de uma bela interpretação do clássico dos Beatles, musical e vocalmente ‘Lutherizada’.” A descoberta foi compartilhada com Jeff James e Dave Gottlieb, que, ao ouvirem a canção, ficaram igualmente encantados. A decisão foi unânime e clara: o mundo estava pronto para ouvir essa obra-prima.
Documentário e Álbum de Clássicos: A Ressonância de Luther Vandross
A nova gravação de “Michelle” surge em um momento especial, coincidindo com o lançamento do documentário “Luther: Never Too Much”, que estreou no Festival de Cinema de Sundance. Este documentário, que explora não apenas a carreira de Vandross, mas também suas lutas pessoais relacionadas à sexualidade e à saúde, será lançado em várias cidades a partir de 1º de novembro. Além disso, está programado um álbum repleto de clássicos intitulado “Never Too Much: Greatest Hits”, que será disponibilizado no dia 13 de dezembro, trazendo não apenas faixas inexploradas, mas também remixes e os maiores sucessos do cantor, entre eles “Here and Now”, “Endless Love” e “Power of Love/Love Power”. Tudo isso confirma que Vandross não é apenas uma memória; sua música e impacto continuam vivos.
A interpretação de “Michelle” por Vandross apresenta uma duração aproximada de sete minutos, o que contrasta com a versão original, que tem cerca de dois minutos e meio. O brilho vocal de Vandross é um deleite para os ouvidos e destaca a complexidade e a profundidade de sua performance. O músico e colaborador próximo Marcus Miller descreve a gravação como um projeto que estava em andamento, mas nunca finalizado, revelando que Vandross possivelmente o guardou para concluir mais tarde. No entanto, a beleza de sua voz transparece com clareza nesta gravação: “Ele utilizou cada parte de sua voz com tanta destreza que continua a me surpreender”, ressalta Miller, fascinando-se com a mágica que Vandross criava, especialmente ao deixar seu próprio vocal de fundo em algumas partes.
A Brilhante Devoção de Vandross à Música Clássica
Fonzi Thornton, que também aparece no documentário, relembra que Vandross sempre admirou a forma como “Michelle” foi escrita. O cantor havia elogiado versões de outros artistas, mas nunca mencionou a intenção de gravá-la. Essa nova gravação pode ser vista como um dos muitos experimentos de Vandross em sua busca por capturar a essência de canções românticas clássicas que tanto lhe inspiravam. É curioso notar que, durante todas as suas colaborações passadas, ninguém se lembrava desse registro específico, o que faz a revelação ainda mais intrigante.
Vandross começou sua carreira como cantor de apoio de artistas renomados como Roberta Flack, Chaka Khan, Bette Midler e David Bowie. Em 1981, ele lançou o álbum duplo platina “Never Too Much”, que solidificou seu status e o fez vender mais de 40 milhões de álbuns ao redor do mundo. Os álbuns de Vandross, que ele em sua maioria autoproduziu, frequentemente alcançavam status de platina, refletindo seu imenso talento e dedicação à música. “Luther: Never Too Much”, dirigido por Dawn Porter, chega ao público quase 20 anos após a morte do cantor e promete apresentar não apenas sua carreira, mas também os desafios que ele enfrentou, culminando em sua invalidez e seu falecimento em 2005, aos 54 anos, após ter sofrido um derrame em 2003. O documentário será estreado na CNN, OWN: Oprah Winfrey Network e Max no próximo ano, abrangendo todos esses momentos significantes da vida de Vandross.
Com a nova versão de “Michelle” e o imminente lançamento do documentário e do álbum, fica evidente que a música de Luther Vandross é atemporal e merece ser resgatada e celebrada. É um testemunho à sua capacidade inigualável de tocar os corações das pessoas e um tributo a um artista que, mesmo em sua ausência, continua a nos encantar com sua arte.