O foco da jornada de Simone Biles em seu novo documentário intitulado Simone Biles Rising: Parte 2 vai além das acrobacias e medalhas. A obra, que estreará na Netflix, acompanhará a atleta em sua preparação para os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, ao mesmo tempo em que aborda a sua batalha pessoal em busca do equilíbrio entre saúde mental e desempenho atlético. O lançamento do documentário promete não apenas emocionar os fãs, mas também educar o público sobre a importância de priorizar o bem-estar psicológico em momentos de pressão.
Durante a apresentação do documentário na noite de quarta-feira no Egyptian Theatre, em Los Angeles, Simone compartilhou com a imprensa como foi o processo de expor suas lutas internas e o desenvolvimento que isso proporcionou em sua própria vida. “Eu era muito mais teimosa do que eu pensava.”, revelou a atleta à revista The Hollywood Reporter. Ela enfatizou que permitir-se ser vulnerável foi uma forma de demonstrar coragem, algo que se revelou fundamental em sua trajetória após a desistência das competições nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020. A decisão de priorizar a saúde mental, diante da pressão intensa para competir, reflete um movimento cada vez mais necessário entre atletas de elite, mostrando que força não é sinônimo de ausência de fragilidade.
O documentário não se restringe apenas às paredes da competição, mas traça um panorama da jornada de Simone, incluindo seus momentos de stress e insegurança, especialmente em virtude do impacto emocional causado pela pandemia de COVID-19. Ao contrário do que ocorre em muitos eventos esportivos, onde o apoio da família e amigos é constante, Simone relatou a falta desse suporte durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Eles sabem que eu olho para eles na plateia para me acalmar. É um alívio para o estresse,” afirmou, ressaltando que na próxima edição dos Jogos, em Paris, espera poder ter esse contato tão necessário para sua estabilidade emocional. “Essas são memórias que vamos valorizar juntos”, completou.
O diretor do documentário, Katie Walsh, que trabalhou ao lado de Simone por cinco anos, comentou sobre a evolução da atleta desde a primeira parte do projeto, lançada em julho. “Ela aprendeu muito sobre si mesma e como cuidar de sua saúde mental. A forma como coloca suas necessidades em primeiro lugar é um exemplo positivo para todos nós”, declarou. Essa mensagem se torna ainda mais relevante em uma época onde a pressão sobre atletas só parece aumentar, levando muitos a buscar ajuda profissional para lidar com questões emocionais.
Apesar de ter se tornado uma defensora da saúde mental e ter falado abertamente sobre suas experiências de depressão e ansiedade, Simone revelou que expor sua vulnerabilidade no segundo episódio do documentário foi desafiador. “O que discuti em terapia é bastante sagrado para mim. Isso é meu espaço. O que funciona para mim pode não funcionar para outros”, explicou. Essa reflexão evidencia a necessidade de cuidado ao abordar questões tão pessoais e que podem ressoar de maneira distinta em cada indivíduo.
Contudo, a medalhista de ouro demonstrou que essa exposição foi um ato de força, não fraqueza. “Eu percebi que esse processo de ir até a minha terapeuta e discutir sobre o que eu precisava não era um sinal de fragilidade, mas sim um fortalecimento”, afirmou ela, encorajando seus seguidores a buscarem a ajuda que merecem ao enfrentar desafios pessoais. “Você merece essa ajuda. O primeiro passo é o mais difícil, mas depois disso, estarei com você a cada passo do caminho”, concluiu, transmitindo uma mensagem de esperança e solidariedade.
A exibição de Simone Biles Rising: Parte 2 está programada para a próxima sexta-feira na plataforma de streaming Netflix, prometendo atrair não apenas fãs do esporte, mas também todos que desejam apreciar uma história de superação e autoconhecimento. Ao compartilhar sua história, Simone Biles não apenas redefine o que significa ser uma atleta de elite, mas também se estabelece como uma voz vital na luta pela saúde mental em ambientes competitivos.