A gestão de alertas para equipes de desenvolvimento e operações há muito tempo é considerada um desafio a ser resolvido. Notificar um engenheiro de plantão pode não ser uma tarefa difícil, mas a questão mais crítica que surgiu é quando alertar a pessoa certa e como auxiliá-la diante de uma interrupção de serviço. Muitas organizações estão recorrendo à inteligência artificial para resolver esses problemas, entre elas a empresa Keep, que recentemente anunciou um investimento de $2.5 milhões em uma rodada pré-seed. O que torna a classificação da Keep como uma solução pertinente é sua decisão de oferecer uma versão open source que utiliza um sistema baseado em regras, juntamente com uma opção paga que emprega modelos de IA para reduzir a fadiga de notificações, por meio da deduplicação e correlação dos alertas.

Inovações nos Alertas com a Ajuda da Inteligência Artificial

A Keep se destaca no mercado ao prover um serviço que agrega dados de diversas ferramentas de monitoramento, gerencia e prioriza alertas, além de auxiliar as equipes a diagnosticar a causa que levou à ativação do alerta para um engenheiro de plantão. Segundo Matvey Kukuy, co-fundador da empresa, as plataformas de observabilidade tornaram-se essencialmente uma commodity que, embora ofereçam acesso a métricas e logs, não tornam a interpretação desses dados, especialmente em situações críticas, uma tarefa simples. Kukuy salienta que, ao gerenciar uma grande infraestrutura empresarial, lidam-se frequentemente com milhares de eventos, complicando ainda mais a interpretação dos dados durante crises.

A Keep foi cofundada pelos executivos Tal Borenstein e Tal Glazner, que se conheceram há 13 anos na Unidade 8200 das Forças de Defesa de Israel. Após essa experiência inicial, Borenstein atuou no marco da Cyberbit, uma plataforma de habilidades em cibersegurança, e na Anecdotes, um serviço de compliance. Por sua vez, Glazner trabalhou na Cyberark antes de se reunir novamente com seu co-fundador na Anecdotes. Este ano, Kukuy assumiu o posto de terceiro co-fundador, trazendo uma experiência valiosa como ex-CEO da Amixr, uma startup que estava desenvolvendo um produto para competir com o PagerDuty, a qual foi posteriormente adquirida pelo Grafana Labs.

Integração e Contextualização: A Chave do Sucesso da Keep

No núcleo da Keep reside um serviço de integração que coleta dados de uma ampla gama de serviços de infraestrutura e ferramentas de observabilidade, utilizando essas informações para enriquecer os alertas individuais com contexto adicional. Na versão open source, isso é maioritariamente alcançado por meio das ferramentas de fluxo de trabalho da Keep, que permitem a criação de acionadores e suas ações correspondentes. A empresa monetiza seu serviço utilizando a sua plataforma de IA sobre essas ferramentas open source. Os modelos de IA da Keep oferecem suporte a funções como redução de ruído, correlação de eventos e análise automatizada de causas raízes. Como outras startups que operam em formato open source, a Keep reserva algumas funcionalidades, como retenção de dados expandidos, suporte a autenticação única e implementações privadas, exclusivamente para seus clientes corporativos pagantes.

Borenstein indicou que a empresa encontrou uma forma surpreendentemente eficaz de engajar clientes potenciais, permitindo que as empresas testem a versão open source de maneira simples. O engenheiro pode implantar a Keep até mesmo em um laptop utilizando Docker compose ou Kubernetes, experimentando os benefícios em menos de duas horas. Muitas vezes, essas primeiras experiências transformam-se em campeões dentro das organizações, defendendo a adoção da solução.

Uma Oportunidade no Mercado AIOps em Evolução

Em relação ao ambiente competitivo, Borenstein acredita que há uma janela de oportunidade para startups nesse setor que se manterá aberta por mais um ou dois anos. De acordo com sua análise, existem algumas empresas estabelecidas que ainda operam nesse espaço, mas a maioria das ferramentas de observabilidade tradicionais encara a notificação como uma simples funcionalidade de suas plataformas. Além disso, as startups de AIOps que surgiram anteriormente estão “presas em suas antigas proposições” e não conseguiram se reinventar. Ele acredita que o mercado de AIOps ainda possui grande potencial, e uma nova categoria de produtos está prestes a surgir, focada em fornecer inteligência adicional sobre a pilha de observabilidade.

Com a rodada pré-seed liderada pela Runa Capital, e com a participação de investidores anjos que anteriormente construíram empresas de tecnologia em áreas adjacentes, a Keep está bem posicionada para se tornar uma referência na gestão de alertas, utilizando a inteligência artificial como um diferencial estratégico. O potencial revolucionário dessa abordagem pode não apenas aprimorar a eficiência das operações de TI, mas também contribuir para um ambiente de trabalho mais ágil e responsivo às necessidades de negócios dinâmicos e em constante mudança.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *