Declarações de Johnson ressaltam a importância da prevenção de violência e a necessidade de ações para assegurar a integridade das eleições
No último domingo, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, concentrou seus comentários em questões relacionadas à integridade eleitoral e segurança, desconsiderando questões sobre a possibilidade de violência nas proximidades da certificação dos resultados das eleições presidenciais programadas para o início do próximo ano. Durante entrevista ao programa “Face the Nation”, apresentador por Margaret Brennan, Johnson sublinhou que a integridade das eleições representa um “problema maior” do que as preocupações de segurança em torno do Capitólio. O clima eleitoral nos Estados Unidos continua a ser impactado por questões levantadas durante o ciclo eleitoral de 2020, mas Johnson enfatizou que a promovendo um ambiente eleitoral seguro e transparente é essencial para evitar episódios de violência semelhantes ao ataque de 6 de janeiro de 2021.
Johnson se mostrou confiante de que “muito trabalho excelente foi realizado em nível federal, estadual e local” para prevenir a repetição do “caos” enfrentado após as eleições de 2020, um resultado carregado de controvérsias, especialmente no que tange a alegações de fraude. Ao ser questionado sobre as medidas de segurança a serem adotadas na contagem dos votos eleitorais em 6 de janeiro de 2025, o speaker afirmou que ações já foram implementadas para aprimorar a segurança das instalações do Capitólio, fazendo uma analogia ao fato de que o foco deve ser na integridade do processo eleitoral. Johnson mencionou que é necessário que a eleição seja “grande demais para ser manipulada”, ressaltando que muitos estados têm feito “grande trabalho” para fortalecer seus sistemas e garantir a realização de eleições livres e justas.
O presidente da Câmara também enfatizou a responsabilidade dos governadores em garantir a segurança do processo eleitoral, sublinhando que cabe ao Congresso aprovar medidas de integridade eleitoral e incentivar que essas medidas sejam implementadas em todos os estados. Uma pesquisa recente da CBS News revela que a maioria dos eleitores confia nos sistemas eleitorais de seus estados, enquanto apenas um quarto acredita que haverá fraude generalizada nas eleições de 2024. No entanto, entre os apoiadores do ex-presidente Donald Trump, metade afirmou que espera a ocorrência de fraude em larga escala. Ademais, metade desses eleitores gostaria que Trump contestasse os resultados, caso a vice-presidente Kamala Harris vença a eleição.
Johnson expressou seus receios sobre o sistema de votação ao descobrir que pode haver a possibilidade de cidadãos não naturalizados votarem, em violação à legislação federal. Ele insistiu que é imprescindível que a lei seja seguida e afirmou que em alguns estados não há mecanismos para impedir essa situação. No contexto dessa discussão, a Câmara dos Representantes aprovou legislações que exigem a comprovação de cidadania para registro de voto em eleições federais. Mesmo diante desses desafios, Johnson afirmou que espera e reza por uma “eleição livre e justa, em conformidade com a lei”.
As declarações do speaker surgem em um momento em que sua postura em relação à certificação dos resultados eleitorais parece mais condicional. Em entrevistas recentes, ele afirmou que a Câmara certificaría os resultados caso as eleições fossem justas, reiterando: “se tivermos uma eleição livre, honesta e segura, seguiremos a Constituição — absolutamente”. Johnson, em sua entrevista ao “Face the Nation”, clarificou que “o Congresso seguirá a Constituição”, assegurando que haverá uma transição pacífica de poder.
Historicamente, a contagem dos votos eleitorais pelo Congresso tem sido uma formalidade, mas o ataque ao Capitólio em 2021, onde manifestantes tentaram interromper esse processo, levantou preocupações sobre a repetição de episódios de violência após as eleições deste ano. Com o ex-presidente Trump se recusando a reconhecer publicamente sua derrota nas eleições de 2020 até hoje, as tensões permanecem elevadas. A falta de um posicionamento claro de figuras ligadas a Trump, como seu companheiro de chapa, o senador JD Vance, que evitou responder diretamente se Trump perdeu a eleição em um debate vice-presidencial, contribui ainda mais para a incerteza no cenário político.
Portanto, à medida que o debate sobre a segurança e a integridade das eleições se intensifica, as declarações de Mike Johnson refletem tanto uma preocupação genuína em evitar a agitação quanto a complexidade do clima político atual, que permanece profundamente influenciado pelas narrativas em torno das eleições anteriores. O impacto dessas questões será, sem dúvida, um fator determinante na configuração dos próximos eventos eleitorais e na resposta da população e dos políticos diante do que se avizinha nas urnas em 2024.