As Filipinas estão enfrentando uma das piores crises humanitárias do ano, após as devastadoras inundações e deslizamentos de terra provocados pela tempestade tropical Trami. O último balanço dos órgãos responsáveis pela gestão de desastres no país apontou que pelo menos 126 vidas foram ceifadas nas últimas horas, com um número alarmante de 41 pessoas ainda desaparecidas. O presidente Ferdinand Marcos expressou sua preocupação ao afirmar que muitas áreas continuam isoladas, colocando em evidência a urgência das operações de resgate e ajuda humanitária.
No último período, Trami se afastou da região noroeste das Filipinas, deixando um rastro de destruição em várias províncias. De acordo com as informações coletadas, o governo revelou que 85 pessoas foram dadas como mortas, enquanto outras 41 ainda estão desaparecidas, uma situação que tende a se agravar com o acúmulo de novos relatos provenientes de regiões anteriormente inacessíveis. A crescente intensidade das chuvas, com índices elevados que equivalem a um ou dois meses de precipitação em um intervalo de apenas 24 horas, atingiu os sistemas de drenagem nas áreas afetadas de maneira devastadora, esgotando a capacidade de resposta da administração pública.
Na cidade de Talisay, na província de Batangas, a situação é particularmente alarmante. Na manhã de sábado, equipes de busca compostas por policiais, bombeiros e outros profissionais de emergência escavaram uma das últimas áreas onde se acreditava que um dos desaparecidos poderia ser encontrado. Durante a operação, um pai que aguardava ansiosamente por notícias de sua filha de 14 anos se deparou com uma das mais dolorosas realidades — os socorristas trouxeram um corpo em um saco que ele temia ser o de sua filha. Esse momento traz à tona a fragilidade da vida diante das catástrofes naturais e as profundas marcas que essas tragédias deixam nas comunidades.
A aproximação do presidente Ferdinand Marcos a regiões devastadas pelo fenômeno climático ressalta a urgência da resposta do governo. Visivelmente impactado ao inspecionar as áreas mais afetadas, Marcos reconheceu a magnitude da destruição e dissipou promessas de um projeto de controle de enchentes que poderá amparar as comunidades locais contra os efeitos extremos das mudanças climáticas. “A água era simplesmente demais”, disse ele, refletindo sobre a gravidade da situação que ainda persiste em muitos locais, os quais permanecem submersos e de difícil acesso.
Conforme a tempestade avançou, mais de 5 milhões de pessoas foram diretamente afetadas, com cerca de 500 mil buscando abrigo em mais de 6.300 centros de evacuação distribuídos pela região. A magnitude e a trajetória da tempestade têm gerado preocupación, especialmente com a possibilidade de um retorno, uma vez que as previsões meteorológicas indicavam que Trami poderia alterar seu curso inicial e atingir novamente outras áreas, inclusive em direção ao Vietnã.
Como parte das medidas de segurança, o governo decidiu interromper as aulas e fechar os escritórios públicos, a fim de proteger a população do norte da ilha de Luzon. A interrupção das viagens de ferry inter-ilhas também deixou muitas pessoas isoladas, enquanto as autoridades se mobilizam para mitigar os efeitos da calamidade. Neste contexto, não se pode ignorar a importância da preparação para desastres, considerando que aproximadamente 20 tempestades e tufões atingem as Filipinas anualmente. Eventos passados, como o tremor de 2013, que resultou na tragédia do Tufão Haiyan, com mais de 7.300 mortos, ecoam esta necessidade urgente de uma infraestrutura resiliente.
Embora o clima esteja se estabilizando em algumas áreas, possibilitando uma intensificação dos esforços de limpeza, as feridas causadas por esta tempestade ainda estão profundamente expostas. À medida que a equipe de resgate continua seu trabalho hercúleo, gera-se esperança de que, com solidariedade e esforços conjuntos, a reconstrução das vidas e das comunidades será uma realidade possível. Contudo, para isso, a resiliência e a preparação da população, aliadas a um planejamento governamental eficaz, são essenciais. No horizonte, a narrativa das Filipinas frente aos desastres naturais deve evoluir para algo mais que a mera sobrevivência, prosperando em meio às adversidades eрады.