A contagem regressiva para o dia das eleições nos Estados Unidos chegou a apenas dez dias, e os principais candidatos à presidência, Donald Trump e Kamala Harris, estão intensificando suas campanhas em locais emblemáticos e de grande importância histórica. O ex-presidente Trump escolheu o famoso Madison Square Garden, em Nova York, para realizar comícios que prometem ter uma grande visibilidade. Por outro lado, a vice-presidente Harris optou pelo Ellipse, um parque próximo ao Jardim Sul da Casa Branca, um ponto carregado de simbolismo, onde discursos passados moldaram o cenário político atual. Este texto irá explorar como os dois candidatos conduzem suas estratégias finais e as mensagens que tentam transmitir.
As respectivas campanhas de Trump e Harris estão mais do que nunca focadas em atrair eleitores indecisos. O cenário atual, conforme a última pesquisa nacional da CNN, mostra os dois candidatos com uma taxa de apoio de 47% entre os prováveis eleitores. A urgência para garantir votos é palpável, levando ambos os lados a incentivarem o voto antecipado, além de tentar conquistar o pequeno grupo de eleitores que, embora tenha preferência por um dos candidatos, ainda não se comprometeu a comparecer às urnas.
No que diz respeito às questões em destaque, a vice-presidente Harris aparece como uma defensora dos direitos reprodutivos, uma temática que se mostrou forte para os democratas desde que a Suprema Corte reverteu a decisão de Roe v. Wade em 2022. Ela não tem hesitado em criticar Trump, contrastando não apenas seus antecedentes, mas também apresentando o seu próprio caráter como uma alternativa à figura mais polarizadora do ex-presidente. Em um discurso recente, Harris declarou: “Ou você escolhe Donald Trump, que irá ficar no Salão Oval tramando vingança e retribuição, ou eu, que estarei respondendo às necessidades da população.”
Enquanto isso, Trump insiste na segurança nas fronteiras, um tema que tem estado no centro de suas campanhas desde 2016. Ele intensificou suas críticas em relação a imigrantes indocumentados, utilizando uma retórica que muitos consideram desumanizante. Essa abordagem visa reafirmar sua imagem política, argumentando que os democratas minaram a estabilidade e os sucessos econômicos de sua administração nos últimos quatro anos. Em seu comício programado, Trump se destacou ao afirmar que “vou resgatar cada cidade americana que foi invadida e conquistada”, mostrando sua intenção de manter esse foco até o último minuto da campanha.
O evento de Trump no Madison Square Garden não é apenas uma demonstração de sua própria habilidade de atrair multidões, mas também uma aposta em que essa grande produção televisiva ressoe em todos os estados em disputa. Com Nova York sendo historicamente uma fortaleza democrata, a campanha de Trump espera aproveitar o momento para engajar os eleitores e elevar a moral de seus apoiadores na corrida pela Câmara dos Representantes, onde várias cadeiras atualmente ocupadas por republicanos estão em risco. Este evento, portanto, não é apenas sobre a corrida presidencial, mas também uma estratégia abrangente que poderá impactar a dinâmica política local.
Enquanto isso, Harris continua sua trajetória de fortalecimento ao redor do direito ao aborto, enfatizando estados que possuem legislações severas nesta área. Sua visita ao Texas, um estado onde a interrupção da gravidez é proibida após seis semanas, foi particularmente notável e chamou a atenção da mídia. Ao se referir ao Texas como “o ponto zero na luta pela liberdade reprodutiva”, ela buscou galvanizar a base feminina de eleitores e demonstrar a diferença entre suas diretrizes e as abordagens de Trump, especialmente no que se refere aos direitos das mulheres.
Ambas as campanhas estão conscientes de que, embora o problema da economia seja um dos principais focos de preocupação dos eleitores, as questões sociais e dos direitos civis também são cruciais para a mobilização do eleitorado. Pesquisas indicam que, enquanto Trump tem a vantagem em questões de imigração, Harris lidera de forma significativa em questões de direitos reprodutivos, mostrando um espaço potencial para que os democratas abordem suas mensagens dentro desse contexto. E à medida que o dia da eleição se aproxima, a mobilização de apoio se torna a prioridade absoluta para ambas as frentes, com cada candidato tentando garantir que seus partidários compareçam às urnas.
Como podemos ver, a polarização política continua, com cada campana representando não apenas um indivíduo, mas um conjunto de valores e preocupações que ressoam entre seus eleitores. À medida que nos aproximamos de um dia crucial para o futuro político dos Estados Unidos, será fascinante observar como esses esforços finais se desenrolarão e quais resultados eles trarão após a contagem dos votos.