A Netflix, famosa por suas inovações na forma de consumo de conteúdo, implementou uma estratégia ousada de dividir algumas de suas séries mais populares em múltiplas partes. Essa decisão, que envolve títulos como Emily em Paris e The Crown, visa potencialmente aumentar as visualizações e prolongar o engajamento do público ao longo de vários meses. No entanto, os resultados até o momento têm sido variados, gerando questionamentos sobre a eficácia desta abordagem no cenário atual das plataformas de streaming.
Em sua quarta temporada, o drama jovem Outer Banks conseguiu impressionar, alcançando 62,3 milhões de horas assistidas globalmente na semana de estreia. Um feito notável, especialmente porque essa contagem refere-se apenas à primeira metade da temporada, alinhada com a estratégia da Netflix de soltar suas temporadas em partes. Essa tática permite que a plataforma mantenha um fluxo constante de conteúdo, potencializando o debate e o engajamento nas redes sociais.
Contudo, uma análise mais profunda revela que, embora Outer Banks tenha registrado excelentes números, esses foram cerca de 60% inferiores aos da estreia da terceira temporada, que havia acumulado quase 155 milhões de horas na semana de abertura. Essa discrepância levanta uma preocupação sobre a eficácia das divisões de temporada, pois menos episódios iniciais podem resultar em menos tempo assistido em geral, mesmo que o número de partes liberadas tenha aumentado.
O The Hollywood Reporter observou que de cinco séries populares que tiveram suas temporadas divididas, quatro delas, incluindo You (quarto ano), The Witcher (terceiro ano), The Crown (sexto ano) e Emily in Paris (quarto ano), permaneceram mais tempo no top 10 da Netflix do que as temporadas mais recentes que foram lançadas em formato de binge. Por outro lado, a terceira temporada de Bridgerton manteve-se estável em comparação com a segunda, mas incidentemente, esta última superou a anterior em termos de horas assistidas.
A chave para o sucesso parece residir no engajamento a longo prazo do público. Por exemplo, a primeira parte de Emily in Paris acumulou 45.1 milhões de visualizações em quatro semanas, e após a liberação da segunda parte, esse número aumentou para 72.6 milhões. Isso demonstra que, mesmo em um formato dividido, a soma das visualizações e o tempo assistido podem acabar superando as temporadas que foram lançadas de uma só vez, validando a hipótese de que essa estratégia pode, eventualmente, funcionar em favor da Netflix, se o engajamento do público for cultivado corretamente.
Por outro lado, a terceira temporada de The Witcher retrata a complexidade dessa estratégia, com apenas 57,8 milhões de visualizações ao longo de oito semanas. Isso representa uma queda de 17% em comparação aos 67,2 milhões de visualizações que a segunda temporada havia alcançado em um período de seis semanas. Assim, embora a divisão possa ajudar a manter as visualizações em níveis elevados, a diferença ainda é significativa, e o público parece saturado com as opções.
É importante ressaltar que ao compilar as classificações das séries mais vistas, a Netflix considera o total de visualizações nos primeiros 91 dias de lançamento. No caso de temporadas divididas, a empresa soma o tempo total assistido para cada parte ao longo de 91 dias e depois divide pelo tempo total de execução. Isso levanta questionamentos sobre como a distribuição de conteúdo afeta não apenas os números de visualização, mas também as percepções do público quanto ao valor do tempo investido em cada série.
No momento da publicação desta análise, a segunda metade da quarta temporada de Outer Banks havia completado apenas uma semana de dados disponíveis. A primeira parte registrou um total de 122,7 milhões de horas assistidas ao longo de quatro semanas. Em contrapartida, a temporada como um todo atingiu 77,1 milhões de horas na semana em que a segunda parte foi lançada. Esses números, cumulativamente, colocam a temporada em um total de cerca de 200 milhões de horas exibidas, ficando atrás dos 341,4 milhões de horas da terceira temporada. Apesar disso, a adição do tempo de visualização de ambas as partes sugere boa potencialidade para um desempenho superior na contagem geral de visualizações.
Em um cenário em que as plataformas de streaming competem ferozmente pela atenção do público, a abordagem da Netflix em dividir temporadas é arriscada, mas pode muito bem ser o caminho para maximizar o engajamento a longo prazo, se implementada estrategicamente. Será interessante observar como essa prática evolui e se estabelece como uma tendência no consumo de series na era do streaming.
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