Pense em efeitos especiais de maquiagem que vão além do que você já viu. Em “The Substance”, Demy Moore não só assume o papel de uma celebridade em queda livre, mas também experimenta uma metamorfose física que desafia a lógica, apresentando um processo de transformação que impressiona até os céticos. Sob a habilidade do designer de próteses Pierre-Olivier Persin, o filme revela um universo que inclui, entre outras coisas, uma mistura intrigante de efeitos práticos, desde elementos grotescos como cabeças explodindo até a concepção de uma versão mais jovem da personagem principal, por meio de um medicamento inusitado que promete a fonte da juventude.

Persin, conhecido por seu trabalho em “Game of Thrones”, expressou seu entusiasmo ao descrever a impressionante quantidade de maquiagem prostética utilizada no filme. Como já dizia o veterano, “eles sempre dizem que têm um roteiro cheio de trabalho de próteses, mas frequentemente se limita a algumas maquiagens de envelhecimento”. A grandiosidade de “The Substance” o levou a se envolver de forma tão intensa, que ao ler o roteiro, ele imediatamente sentiu a necessidade de se reunir com a diretora Coralie Fargeat para discutir suas ambições criativas.

Demi Moore interpreta Elisabeth Sparkle, que se encontra usando uma droga clandestina que não só a transforma em uma versão mais jovem – Sue – mas com consequências que a forçam a enfrentar os limites do surreal. Com a ajuda de um elenco diversificado, incluindo Margaret Qualley, que fez sua versão mais jovem, o trabalho de Persin demandou a criação meticulosa de próteses que caprichosamente moldaram o físico de diversas atrizes ao longo das cenas.

Para a cena crucial do ‘nascimento’, na qual o ‘outro eu’ emerge através da coluna aberta de Elisabeth, a equipe utilizou uma combinação de fantoches, próteses e técnicas de dublê. Cada detalhe foi fundamental para manter a autenticidade, assegurando que a sequência fosse não apenas realista, mas também impactante.

A ambição não se limita apenas aos rostos. Persin fez questão de criar um efeito que tivesse um verdadeiro impacto visual, utilizando corpos de duplos e um processo que exigia que Moore estivesse frequentemente disposta a ficar horas na cadeira de maquiagem. Uma das transformações mais desafiadoras ocorreu quando a personagem de Moore adotou sua forma mais grotesca, conhecida como Monstro, uma fusão aterrorizante de Sue e Elisabeth, que incorpora o conceito de decadência. Este feito, que levou horas, também esperava capturar a essência do horror corporal que permeia a narrativa.

De acordo com o designer, o meticuloso trabalho no visual da Monstro envolveu um equilíbrio delicado entre criativa e técnica. Usando uma combinação de esculturas digitais e práticas tradicionais de escultura, a evolução do personagem foi cuidadosamente planejada em várias etapas do filme. O objetivo era construir uma imagem que refletisse a deterioração física e emocional que a personagem vivencia – uma batalha interna que se traduz em deformidade externa.

Com as transformações radicais de Moore, o filme não só explora a superficialidade da beleza, mas também toca em temas mais profundos, como a luta por identidade em um mundo que valoriza a aparência acima de tudo. Essa ambição de contar a história foi uma parte crucial da visão de Fargeat, que desejou entregar ao público não apenas um thriller de terror, mas também uma reflexão sobre a vida e as consequências das escolhas que fazemos.

À medida que “The Substance” se aproxima de sua estreia, os espectadores podem esperar não apenas um show de efeitos especiais, mas uma autêntica exploração da condição humana, desenhada através das lentes inovadoras da arte prostética, que capturam a complexidade da transformação. Moore e sua equipe mostram que a beleza muitas vezes vem com um preço, e a jornada é tão intrigante quanto as transformações físicas que teremos o prazer de testemunhar na tela grande.

A narrativa promissora de “The Substance” não só irá prender a atenção dos amantes do cinema, mas também deixar os espectadores contemplando as profundas questões que permeiam a busca insaciável pela juventude e beleza. Dessa forma, a transformação de Demi Moore não é apenas uma mudança de aparência; é uma busca por significado em uma era onde a imagem pode ser a mais poderosa arma de todas.

Se você estava achando que essas transformações eram extremas, prepare-se. O processo criativo por trás de “The Substance” promete ser tão inesperado e emocionante quanto a própria história, e não há dúvida de que a obra de Coralie Fargeat se tornará uma referência imperdível na indústria cinematográfica contemporânea.

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