À medida que se aproxima a cerimônia do CMA Awards, a comunidade musical está em ebulição, especialmente após a polêmica em torno da exclusão de Beyoncé da lista de indicados. O renomado cantor country Billy Ray Cyrus decidiu compartilhar suas reflexões sobre a questão e não poupou elogios ao trabalho da superstar pop e sua influência na música country.
Em uma mensagem compartilhada em suas redes sociais, que rapidamente ganhou notoriedade, Cyrus expressou seu “surpreendido” sentimento ao notar que a artista não estava entre os indicados, apesar de seu recente álbum Cowboy Carter ter alcançado grande sucesso nas paradas musicais. “Estou tão feliz e orgulhoso de ver a música country abrindo suas portas e formatos para serem inclusivos a todas as pessoas, todos os estilos”, começou com empolgação no post. Ele acrescentou que, embora a colaboração com lil nas x na entrega anterior da premiação tenha sido marcante, considerou que a presença de Beyoncé é fundamental para o crescimento do gênero.
“Fiquei surpreso ao ver que @beyonce não foi nomeada??? Seu álbum foi brilhante… seu single dominou. Mas ela sabe disso. Ela não precisa de um troféu do CMA… ou de permissão… ou de aprovação de nenhum juiz”, comentou, citando Muhammad Ali para enfatizar seu ponto de vista: “Quando você nocauteia eles… você não precisa de juiz”. Com isso, Cyrus levanta uma questão pertinente sobre a validade de premiações que ignoram artistas em ascensão e com impacto significativo nas paradas.
O álbum de Beyoncé, Cowboy Carter, se destacou não apenas por suas vendas, mas também por sua relevância cultural, batendo records nas paradas. Essa performatividade reafirma a interseccionalidade que a música country está começando a abraçar, ainda que lentamente. A análise crítica de Billy Ray Cyrus faz um paralelo com outros artistas que já se manifestaram sobre o mesmo assunto, como a poderosa voz de Kelly Clarkson que, em setembro, se disse confusa em relação à exclusão de Beyoncé e mencionou que “aquelas músicas estavam em todo lugar”.
Além disso, Luke Bryan também se pronunciou sobre a controvérsia. Ele se colocou de forma a sublinhar a importância de incluir artistas que trazem novas sonoridades para o gênero. Bryan, que co-apresentará a cerimônia com Peyton Manning e Lainey Wilson, disse que, embora todos amem o fato de Beyoncé ter feito um álbum country, a interação e a interação com o público do gênero é crucial. “Beyoncé pode fazer o que quiser. Ela é provavelmente a maior estrela da música. Mas venha a um prêmio e dê um tchauzinho para nós e se divirta, e entre na família também”, declarou. Isso mostra que, mesmo dentro do gênero country, o diálogo sobre inclusão e pertencimento é essencial.
Essas declarações refletem um clima bem mais comunitário que muitos dentro da indústria buscam cultivar. A música country, tradicionalmente, foi vista como um gênero que muitas vezes exclui novos estilos e vozes. Mas a presença de Beyoncé não só atrai seu público, mas também abre discussões sobre a natureza do que é considerado “country”. No entanto, a falta de reconhecimento oficial pode desestimular essas mudanças, mesmo quando os números demonstram uma aceitação do público sem precedentes.
O que se destaca aqui, portanto, não é apenas a frustração de um artista renomado com a indústria, mas a esperança de que as coisas mudem, que realmente se abram as portas para uma nova era de inclusão na música country. Este é um chamado à ação não só para os organizadores dos prêmios, mas para toda a indústria musical, que ainda tem um longo caminho a percorrer para que vozes e estilos diversos sejam celebrados com o mesmo vigor que os tradicionais.
Assim, Billy Ray Cyrus, com sua notável sinceridade, continua a ser uma voz proeminente em refletir sobre a evolução da música country e suas interseções com outros gêneros. Seria de bom tom que os CMAs prestassem mais atenção a esses artistas que, sem dúvida, estão moldando o futuro da música.