Se você tem se perguntado se a adaptação cinematográfica de “Wicked: Parte Um” será fiel à obra original de Gregory Maguire, prepare-se para descobrir que a resposta pode não ser exatamente aquilo que você esperava. Enquanto a expectativa pela estreia nos cinemas no dia 22 de novembro de 2024 aumenta, a curiosidade em relação a essa história icônica baseada no universo de Oz e na relação entre Elphaba e Glinda redobra. A dupla, interpretada por Cynthia Erivo e Ariana Grande, irá conduzir os espectadores por uma terra de magia, mas não sem algumas surpresas ao longo do caminho.
o enredo complexo de wicked e suas nuances
Desde sua publicação, “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West” se propôs a explorar questionamentos profundos: somos definidos por nossa natureza ou somos moldados por nossas circunstâncias? E embora tanto o filme quanto o musical façam referências a essa temática, eles se distanciam significativamente do conteúdo abordado no livro. O foco central do romance é mais amplo e abrange temas complexos e sombrios, refletindo sobre as dinâmicas sociais e políticas que permeiam o mundo de Oz, além de questões de moralidade e ética.
A obra de Maguire mergulha em assuntos delicados, como racismo, infidelidade, assédio sexual e os papéis da religião e da política na sociedade, proporcionando uma leitura que se destoa da leveza do musical. Por outro lado, o filme e o musical se concentram mais nas relações interpessoais entre os personagens, explorando a amizade entre Elphaba e Glinda, bem como os embates e conflitos com seus amigos, como Boq e Fiyero. É essa abordagem de desenvolvimento pessoal e de interações sociais que faz com que muitos esperem ansiosamente pela película em cartaz.
a cronologia e a narrativa do livro
Outro aspecto interessante que diferencia as duas versões é a forma como a história é contada ao longo do tempo. O livro é dividido em cinco seções distintas, o que permite explorar a vida de Elphaba desde seu nascimento — cercado de acontecimentos sombrios e nuances profundas — até sua relação com o Mágico de Oz e os desdobramentos que se seguem. Em contrapartida, a adaptação cinematográfica, ao contrário da obra original, encerra sua trama em um ponto específico, culminando na emocionante canção “Defying Gravity”, e proporciona uma experiência que, apesar de longa, não se equipara ao tempo que a leitura do livro requer.
Os fãs da história não precisam temer, pois a produção cinematográfica de Jon M. Chu promete trazer à tona os elementos mais interessantes da narrativa de Maguire, mas talvez aqueles que buscam profundidade e um olhar crítico sobre os temas tratados na obra original possam se sentir um tanto decepcionados. Afinal, ao sair do cinema, a reflexão sobre a essência de “Wicked” pode não ser tão densa quanto a criada pela leitura do livro.
conclusão: o que esperar de wicked: parte um
Portanto, ao se preparar para “Wicked: Parte Um”, é fundamental ter em mente que a experiência cinematográfica será, sem dúvida, enriquecedora e divertida, mas que ela não terá a mesma profundidade e a riqueza de detalhes que a obra original oferece. O filme oferece uma interpretação vibrante e emocionante que promete captar a atenção de novos espectadores, mas ainda assim, muitos dos compromissos sociais e morais presentes no livro potencialmente ficarão em segundo plano. Em última análise, “Wicked” é um testemunho da clara relação entre amizade e rivalidade, de amor e ambição, que sem dúvida levará os fãs a uma nova jornada no maravilhoso mundo de Oz. Então, prepare-se para uma jornada mágica, mas não esqueça: nem tudo é tão simples quanto parece ao olhar para a tela grande.