No cenário atual das redes sociais, onde as práticas de uso de dados pessoais geram uma onda de preocupação entre usuários e criadores de conteúdo, a plataforma Bluesky emerge como uma alternativa que promete respeitar a privacidade de seus usuários. Enquanto a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, adota uma postura que permite o uso dos dados de usuários para treinar ferramentas de inteligência artificial (IA), Bluesky se comprometeu a não fazer o mesmo. Essa declaração chega em um momento em que a popularidade da nova rede social está aumentando, com um fluxo significativo de usuários migrando de X.
Bluesky, que experimentou um aumento considerável em sua base de usuários ao longo desta última semana, fez um pronunciamento destacando sua política de uso de dados, declarando que “não tem a intenção” de usar o conteúdo gerado pelos seus usuários para criar modelos de IA generativa. Essa posição foi comunicada de forma clara e transparente, em um post na própria plataforma, onde enfatizaram que “um número considerável de artistas e criadores fazem de Bluesky sua casa”, e que a empresa estava atenta às preocupações levantadas por eles sobre outras plataformas treinando sistemas em cima de seus dados.
Além de se comprometer a não usar os dados dos usuários para treinar modelos de IA, Bluesky também destacou que utiliza IA internamente para ajudar na moderação de conteúdo e no desenvolvimento de seu feed algorítmico “Descobrir”. No entanto, foi feita a ressalva de que “nenhum desses sistemas é de IA generativa treinada em dados de usuários”, ressaltando a diferença entre seu uso da tecnologia e as práticas de outras redes sociais.
Em contraste, a plataforma X, sob a direção de Elon Musk, recentemente atualizou seus termos de serviço, permitindo que a empresa utilize publicações feitas pelos usuários para “analisar texto e outras informações que você fornece e, de outra forma, fornecer, promover e melhorar os serviços, incluindo, por exemplo, para uso e treinamento de nossos modelos de aprendizado de máquina e inteligência artificial, sejam eles generativos ou de outro tipo.” Essa abordagem gerou uma diversidade de reações negativas entre os usuários, que agora se encontram em uma posição vulnerável quanto à privacidade de suas postagens.
A transição de usuários de X para Bluesky se destaca ainda mais à luz das recentes mudanças de política na plataforma de Musk. Relatos indicam que a Bluesky experimentou um crescimento explosivo em sua base de usuários, com mais de 1 milhão de novas inscrições registradas em apenas 24 horas. Segundo as informações divulgadas, atualmente a plataforma conta com 17,14 milhões de usuários, um indicador claro de que muitos estão em busca de um ambiente mais ético e transparente para compartilhar suas ideias e criações.
Apesar do crescimento notável de Bluesky, vale ressaltar que a Threads do Meta continua sendo o maior concorrente da X, apresentando mais de 275 milhões de usuários ativos mensalmente, além de ter acumulado 15 milhões de novas inscrições somente neste mês. Essa dinâmica competitiva entre as redes sociais ilustra um ambiente em constante evolução, onde os usuários buscam plataformas que não apenas atendam às suas necessidades de conectividade, mas também respeitem sua privacidade e os direitos relacionados ao uso de seus dados.
Em suma, o crescimento rápido de Bluesky, em um momento no qual muitos usuários estão fazendo a transição de X, reflete uma mudança significativa nas expectativas dos usuários em relação ao que desejam em plataformas de mídia social. A promessa de não utilizar dados dos usuários para treinar sistemas de IA representa uma abordagem ética que deve ser cuidadosamente observada e potencialmente imitada por outras plataformas. Enquanto isso, muitos usuários se verão confrontados com a escolha: permanecer em uma plataforma que deseja capitalizar sobre seus dados ou abraçar um espaço que promete integridade e respeito em relação à sua privacidade.