A notícia que vem à tona em Oregon é nada menos do que chocante e provoca indagações sobre a ética nos serviços de emergência. Um ciclista, identificado como William Hoesch, enfrenta a angústia de lidar com um incidente inesperado que não só resultou em ferimentos, mas também em uma conta elevada de um serviço que deveria ter garantido seu bem-estar. Hoesch, que estava pedalando em Rainier, Oregon, no dia 27 de outubro de 2022, foi atropelado por uma ambulância da Columbia River Fire & Rescue. Para agravar a situação, a mesma ambulância que o feriu enviou uma fatura impressionante de 1.800 dólares por sua própria viagem ao hospital.
Os detalhes do acidente foram revelados em uma reclamação registrada no Tribunal de Justiça do Oregon no dia 24 de outubro. De acordo com os documentos legais, Hoesch estava pedalando sentido oeste na West C Street quando, em um cruzamento, uma ambulância fez uma curva súbita à direita diretamente na frente dele, o que resultou na colisão. A reclamação menciona que, além da destruição da bicicleta de Hoesch, o impacto resultou em sérios ferimentos pessoais, os quais, segundo os registros médicos, já custaram a ele cerca de 47 mil dólares, com a previsão de cerca de 50 mil dólares adicionais em tratamentos futuros.
A gravidade dos ferimentos sustentou um quadro complicado, com Hoesch enfrentando não apenas a dor física, mas também implicações emocionais. Os documentos detalham que a colisão causou lesões significativas em várias partes do corpo, incluindo o rosto, a mão esquerda, o quadril esquerdo e o diafragma. Além da dor e desconforto associados a esses ferimentos, a reclamação destaca como essas lesões interferiram nas atividades cotidianas de Hoesch, provocando a indignação natural em qualquer pessoa que passa por uma situação semelhante: a perda da alegria de viver.
O advogado de Hoesch, Travis Mayor, confirmou que a fatura total do serviço de ambulância foi de 1.862 dólares, um valor que muitas pessoas considerariam exorbitante, especialmente considerando que o serviço foi prestado após um atropelamento. A situação se torna ainda mais estranha quando se considera que o motorista da ambulância, que supostamente estava operando a 5 km/h, alegou que não via Hoesch e que tinha seu sinal de mudança de direção ativado. Depois do incidente, o motorista se apresentou ao departamento de polícia e se submeteu a um teste de alcoolemia, que não apresentou qualquer presença de álcool.
O que se desenrola aqui é um verdadeiro dilema ético e legal. Será que serviços de emergência, cuja principal função é salvar vidas e proporcionar cuidados imediatos, devem cobrar os feridos em acidente, especialmente quando são parte do mesmo organismo responsável pelo acidente? A reclamação pediu uma compensação no valor de aproximadamente 900 mil dólares, que inclui danos compensatórios e punitivos. O caso certamente levantará questões sobre a responsabilidade e a obrigação dos serviços de emergência em priorizar a saúde de seus pacientes antes de qualquer consideração financeira. Além disso, expõe uma realidade inquietante: podem profissionais de saúde priorizar a cobrança sobre o cuidado com a vida?
À medida que esse processo avança, fica a expectativa sobre como a justiça se posicionará em um caso tão delicado. Visto que muitos indivíduos enfrentam desafios financeiros por conta de emergências médicas, este caso pode não ser apenas uma disputa entre um ciclista e uma entidade pública, mas sim uma reflexão sobre nossa ética e responsabilidade social. É essencial que a sociedade discuta e avalie esses serviços que, embora sejam vitais, também devem ser responsáveis e justos em suas práticas.