Com a chegada de novembro, a temporada de festas de final de ano se aproxima, trazendo consigo não apenas a expectativa das celebrações, mas também uma excelente oportunidade para os amantes da literatura se deleitarem com novas leituras. Após o Halloween, quando muitos já esgotaram suas listas de leituras assustadoras, surge a pergunta: o que ler agora? Especialistas em literatura como a autora e apresentadora de podcast Becca Freeman, juntamente com a influenciadora de livros Michelle Lecumberry, indicam uma série de subgêneros literários que prometem prender a atenção dos leitores e proporcionar experiências imersivas e envolventes. Dentre os tipos recomendados estão a ‘dark academia’, a fantasia envolvente e a literatura “Sad Girl”, todas perfeitas para os dias mais frios e longos do outono.
O fenômeno da ‘dark academia’ merece destaque. Surgido como uma estética nas redes sociais, especialmente no TikTok, esse subgênero literário apresenta obras que frequentemente exploram temas góticos e sombrios, ambientadas em instituições de ensino como escolas e universidades. Clássicos como The Picture of Dorian Grey de Oscar Wilde e Maurice de E.M. Forster moldaram o que hoje se conhece como ‘dark academia’. Lecumberry, que adora o diálogo espirituoso entre personagens dessa vertente, destaca If We Were Villains de M.L. Rio como uma de suas leituras preferidas nesse estilo. Ela observa que a leitura desses livros permite uma escapada nostálgica para o ambiente escolar, algo que adultos geralmente não vivenciam mais. Afinal, quem não gostaria de se reconectar com os livros e as dinâmicas de sala de aula, mas sem ter que realmente voltar às aulas?
Outro subgênero que se destaca nesta época do ano é a fantasia sombria. Obras que incorporam elementos sobrenaturais e temas assustadores têm ganhado popularidade, e títulos como Serpent and the Wings of the Night de Carissa Broadbent e Anathema de Keri Lake são algumas das recomendações de Lecumberry. Ela descreve essa experiência literária como uma oportunidade para imergir em um mundo repleto de magia e poder, onde os leitores podem se perder enquanto vivem histórias profundas e envolventes. O sentimento de uma grande roupa de época, vagando por castelos frios e sombrios, é exatamente o que se pode esperar ao escolher esse tipo de leitura.
Becca Freeman, que também é a co-anfitriã do podcast Bad on Paper, sugere que o outono é o momento ideal para se dedicar a séries de fantasia mais longas, com títulos como Throne of Glass de Sarah J. Maas e Fourth Wing de Rebecca Yarros em sua lista de favoritos. Para ela, a mudança de estação e o encurtamento dos dias proporcionam a oportunidade perfeita para mergulhar em histórias onde todos os livros estão disponíveis, permitindo que os leitores se deixem levar por várias páginas sem interrupções. As seguidoras de Freeman se sentem atraídas também por obras mais leves de fantasia, como The Very Secret Society of Irregular Witches de Sangu Mandanna, que oferecem um toque de conforto e uma narrativa agradável.
Um subgênero que está ganhando espaço no cenário literário é conhecido como literatura “Sad Girl”. Segundo estudos realizados por editoras como a Penguin Random House, esse tipo de literatura explora abordagens mais sombrias e realistas sobre a feminilidade e os desafios que ela impõe. Livros como My Year of Rest and Relaxation de Otessa Moshfegh e The Idiot de Elif Batuman são comumente listados entre as obras que abordam essas questões. Freeman ressalta que essa literatura normalmente traz temas de luto e emoções profundas, uma forma de processar experiências difíceis da vida. Novas obras, como Intermezzo de Sally Rooney, estão sendo celebradas neste contexto, embora a autora se identifique com o significado otimista de suas histórias.
No âmbito da literatura jovem contemporânea, estrelas como Aristotle and Dante Discover the Secrets of the Universe de Benjamin Alire Sáenz também se mostram poderosas, tratando de questões de saúde mental e depressão. Lecumberry destaca como essas narrativas impactantes se relacionam intimamente com a realidade enfrentada por muitos jovens, reafirmando que, independentemente da idade, os desafios da vida emocional nunca desaparecem.
Por outro lado, algumas pessoas podem preferir histórias mais leves e confortantes, como os romances. Freeman sugere que essas leituras trazem uma sensação de alívio e esperança, apelando para o apelo do “feliz para sempre” que muitos buscam em tempos de incerteza. Não é raro que um enredo envolvendo amor e superação se torne uma tarja de segurança em meio a um mundo caótico. Livros como Evvie Drake Starts Over de Linda Holmes e When In Rome de Sarah Adams exemplificam essa conexão emocional, oferecendo a validação que muitos leitores precisam em momentos difíceis, especialmente em um contexto social repleto de ansiedades.
Por fim, embora a pressão social muitas vezes incentive a busca por lançamentos e best-sellers, é fundamental lembrar que a verdadeira magia da literatura está na capacidade de conectar o leitor à sua própria realidade e às questões universais da vida. Independentemente do subgênero que escolher, o importante é que a leitura proporcione prazer e identificação. Como observado por Lecumberry, no mundo dos livros, a busca por um reconhecimento de que não estamos sozinhos é uma das experiências mais gratificantes que se pode ter.