A cidade de Asheville, na Carolina do Norte, recentemente vivenciou um momento de esperança em meio à tragédia provocada pelo furacão Helene. O fenômeno natural, que assolou a região em setembro, resultou na devastação de lares e na perda irreparável de memórias para muitas famílias. Entre elas, destacava-se a história da família Moss, que, após perder sua casa, descobriu que não estava completamente sem esperança. Graças ao extraordinário trabalho de um detetive local, eles puderam recuperar preciosas fotografias que trazem à tona a memória de um ente querido que partiu prematuramente.
A tragédia se abateu sobre a família Moss quando, durante o furacão, sua residência foi arrastada pelas águas do rio Swannanoa. De acordo com relatos da imprensa local, incluindo o The New York Times, até o dia 12 de novembro, o furacão já havia deixado um rastro de destruição, resultando na morte de 102 pessoas na Carolina do Norte. A família Moss, que havia perdido tudo, dedicou-se a uma busca incansável por fotografias de seu falecido filho, Tommy James Moss, que tinha partido devido a uma desordem genética. Em uma busca que durou dez dias, eles conseguiram resgatar apenas alguns pertences, como uma pequena estatueta do filme O Rei Leão, ficando desanimados com a aparente perda de todas as recordações de Tommy.
Mary Moss, a mãe de Tommy, expressou sua profunda tristeza ao acreditar que todas as fotos e lembranças preciosas de seu filho haviam se perdido para sempre nas águas do furacão. “Era apenas desolador”, desabafou Dallas Moss, irmão mais novo de Tommy, que também participou da busca. A sensação de impotência foi avassaladora, mas a história da família Moss estava prestes a dar uma reviravolta inesperada.
Em uma reviravolta emocionante, no dia 17 de outubro, a Polícia de Asheville publicou em sua página no Facebook fotos de várias famílias que haviam sido encontradas após a tempestade. “Embora a água fosse forte o suficiente para demolir edifícios, arrancar árvores e dobrar e rasgar aço, ela não poderia apagar as memórias contidas nessas fotos. Portanto, o Departamento de Polícia de Asheville gostaria de devolvê-las aos seus legítimos proprietários”, afirmaram os agentes no post. Dallas foi alertado sobre esse post e, para sua surpresa, encontrou uma coleção de fotos da família Moss, incluindo imagens de sua infância com Tommy.
Essas descobertas foram possíveis graças ao trabalho diligente do Detetive Sam DeGrave, que estava diretamente envolvido na evacuação e no resgate de pessoas durante a tempestade. Nos dias seguintes ao desastre, DeGrave começou a vasculhar os destroços. Além das fotos da família Moss, ele encontrou mais imagens que pertenciam a diversas famílias de Asheville, somando aproximadamente 300 fotografias recuperadas do barro e de galhos de árvores. “Foi nesse momento que percebi que o objetivo era salvar algo para alguém que havia perdido tudo, em vez de usar essas fotos como pistas para encontrar pessoas desaparecidas”, comentou DeGrave, refletindo sobre sua missão.
A tragédia do furacão Helene impactou profundamente a comunidade, com várias famílias perdendo entes queridos. Neste contexto de dor e perda, a habilidade de DeGrave em encontrar e salvar lembranças preciosas trouxe um alívio inesperado. A recuperação das fotos proporcionou um momento de nostalgia e esperança em um período marcado pela tristeza. “Tem sido agridoce poder me concentrar nessas fotos e no fato de que, ao menos, eu tenho algumas”, declarou Mary Moss, que acrescentou com fé: “Deus age de maneiras misteriosas”.
Enquanto a Carolina do Norte ainda estava se recuperando do impacto devastador do furacão Helene, histórias como a da família Moss lembram a todos sobre a resiliência humana e a importância de preservar memórias que transcendem o tempo e as tragédias.