O gigante do entretenimento Disney anunciou um acordo que envolve o pagamento de $43,25 milhões para resolver uma ação coletiva originada por cerca de 9.000 funcionárias na Califórnia, que acusavam a empresa de discriminação salarial de gênero.

De acordo com os termos do acordo, a Disney comprometeu-se a manter especialistas para investigar as “significativas diferenças salariais” utilizando um modelo encomendado pelos advogados que representam as funcionárias, conforme afirmaram em um comunicado.

A ação judicial foi iniciada em 2019 e focou nas alegações de trabalhadoras que estão na Disney desde 2015, afirmando que recebem salários inferiores em comparação aos seus colegas homens, apesar de realizarem funções substancialmente semelhantes. As reclamantes foram LaRonda Rasmussen, uma experiente gerente de desenvolvimento de produtos nos estúdios da Walt Disney, e Karen Moore, que possui mais de duas décadas como administradora de direitos autorais na Hollywood Records da Disney. Embora a empresa tenha negado as alegações de viés salarial em diversas divisões corporativas, as demandantes buscavam até mesmo $300 milhões em compensação.

Recentemente, o acordo foi proposto em setembro, mas os detalhes não foram divulgados na época. Na segunda-feira, os advogados das reclamantes moveram um pedido de aprovação do acordo, e o juiz Elihu M. Berle, do Tribunal Superior de Los Angeles, está agendado para avaliar a concordância no dia 10 de janeiro.

A Disney, em um comunicado, expressou seu compromisso com a justiça salarial, afirmando: “Sempre nos dedicamos a pagar nossos funcionários de maneira justa e demonstramos esse compromisso ao longo deste caso, e estamos satisfeitos em ter resolvido essa questão.”

A advogada Lori Andrus, responsável pela defesa das mulheres, enfatizou que a Disney “se comprometeu a realizar revisões anuais de equidade salarial de forma a promover ainda mais a equidade salarial.” Segundo ela, isso ajudará a fortalecer a empresa e sua imagem como um importante empregador e contribuinte para a economia da Califórnia.

O caso, que se arrastou por um longo período, ultrapassou um marco significativo no ano passado, quando um juiz certificou uma classe diversificada de funcionárias que atuam na divisão de produção cinematográfica da empresa, gravadoras, parques temáticos e subsidiárias de distribuição em casa, entre outras unidades, incluindo transmissões e pesquisa e desenvolvimento. Acredita-se que esta seja uma das maiores classes a processar sob a lei de igualdade salarial, abrangendo mulheres empregadas na Disney entre abril de 2015 e três meses antes do julgamento, que estava previsto para começar em maio, mas foi suspenso.

“Esse acordo não teria sido possível sem essas mulheres corajosas. Graças a elas, as mulheres podem esperar um tratamento equitativo na Disney no futuro”, declarou Christine Webber, advogada das reclamantes e sócia da Cohen Milstein. “Estou esperançosa de que o tribunal se mova rapidamente para aprovar o acordo, para que estas mulheres trabalhadoras possam avançar com a confiança de que as melhores práticas serão utilizadas e sem mais obstáculos jurídicos.”

Este acordo representa uma vitória significativa na luta contra a desigualdade salarial e reforça a importância de persistir na busca por direitos iguais dentro do ambiente de trabalho, especialmente em grandes corporações como a Disney, que sempre foram vistas como líderes na indústria de entretenimento.

O que se espera é que este caso se torne um precedente e incentive outras empresas a reconsiderar suas políticas salariais e promover mudanças estruturais essenciais para garantir igualdade de oportunidades para todos os seus colaboradores, independentemente do gênero.

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