Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos na quarta-feira, quando a Associated Press confirmou a vitória do ex-presidente ao declarar Wisconsin a seu favor, garantindo uma impressionante reviravolta política e um retorno ao Salão Oval. Com a conquista de Wisconsin, Trump ultrapassou os 270 votos eleitorais necessários para assegurar a presidência, triunfando sobre a vice-presidente Kamala Harris e conquistando um segundo mandato não consecutivo.
O retorno do republicano ao poder simboliza uma vitória para o Partido Republicano, que emergiu fortalecido após uma campanha populista acirrada, onde Trump expressou frequentemente suas frustrações sobre a derrota nas eleições de 2020 para o presidente Joe Biden. Durante sua campanha, ele reafirmou a dor de perder, articulando suas queixas e prometendo recuperar o que considerava uma eleição injusta. A resiliência de Trump é admirável, considerando as circunstâncias que cercaram sua campanha, incluindo várias disputas legais e tentativas contra sua vida.
Além das vitórias eleitorais, Trump conquistou a lealdade fervorosa dos eleitores enquanto se apresentava como um defensor de seus apoiadores. A magnitude da vitória veio mesmo após ele enfrentar uma série de derrotas judiciais e ser declarado culpado em um caso de “hush money”, marcando um momento inédito na história ao se tornar o primeiro presidente a assumir o cargo depois de ser condenado por um crime. Na véspera de sua posse, o tribunal emitirá o seu veredito no caso mencionado, com penas a serem analisadas no dia 26 de novembro.
A campanha de Trump, que teve um estilo agressivo e uma mensagem populista, foi marcada também por incidentes de segurança pessoais durante eventos públicos. Em maio, o ex-presidente foi alvejado no ouvido durante um comício aberto na Pensilvânia, mas se recuperou rapidamente, comparecendo ao congresso do partido em agosto. No entanto, a situação se tornou potencialmente mais séria com uma tentativa de assassinato descoberta em setembro, quando um intruso foi encontrado próximo a um de seus campos de golfe na Flórida. Essas experiências aumentaram a tensão em torno de seus eventos e moldaram suas interações com o público.
O domínio de Trump sobre o Partido Republicano foi evidente na convenção do GOP em 2024, onde ele desbancou concorrentes proeminentes como o governador da Flórida Ron DeSantis e sua própria vice-presidente Mike Pence, além de Nikki Haley, uma ex-integrante de seu gabinete e outros candidatos. Ele optou por não participar dos debates primários e, mesmo assim, manteve uma vantagem de dois dígitos sobre seus oponentes ao longo de toda a campanha.
Trump lançou sua candidatura em 15 de novembro de 2022, utilizando seus comícios como uma plataforma para expressar suas queixas sobre as dificuldades legais que enfrentou e sua frustração decorrente das eleições de 2020. Neste contexto, sua retórica tocou os corações de muitos apoiadores, solidificando sua posição como figura central do partido e trazendo novos eleitores para sua base de apoio.
Apesar das alegações de que a eleição de 2020 teria sido roubada, o ex-presidente continua a atrair uma base leal. Ele defendeu os apoiadores do MAGA envolvidos no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro, numa tentativa de solidificar seu apoio e reverter as narrativas adversas em relação ao seu histórico de liderança. No final de 2023, as mentiras associadas a sua campanha sobre as eleições passadas ultrapassaram o custo de um bilhão de dólares, refletindo a profundidade das divisões políticas no país.