No mais recente movimento da transição de seu governo, o presidente eleito Donald Trump anunciou, na última segunda-feira, a nomeação de Sean Duffy, ex-representante de Wisconsin e apresentador da Fox, como seu candidato a secretário de Transporte. Essa escolha não apenas reflete a estratégia de Trump de cercar-se de figuras conhecidas do mundo da mídia, mas também indica um foco renovado na reforma e modernização da infraestrutura dos Estados Unidos, uma promessa que figura entre as prioridades de sua administração.
Duffy, que também foi uma figura proeminente em programas de realidade da televisão americana, se destacou como um defensor fervoroso do presidente, frequentemente aparecendo em canais de notícias a cabo, o que é uma preocupação significativa para um presidente que valoriza a imagem pública e a comunicação direta com seus apoiadores. Servindo na Câmara dos Representantes por quase nove anos, Duffy atuou no Comitê de Serviços Financeiros e liderou a subcomissão de seguros e habitação antes de deixar o Congresso em 2019. Sua presença proeminente na Fox Business, onde é co-apresentador do programa “The Bottom Line,” reforça a conexão contínua entre sua carreira política e suas atividades na mídia.
Em sua declaração sobre a nomeação de Duffy, Trump enfatizou o papel do ex-congressista como marido da apresentadora Rachel Campos-Duffy, outra figura da Fox, destacando o que ele chama de “uma mulher maravilhosa e uma estrela na Fox News.” Esse laço familiar parece fortalecer a estratégia de Trump de manter indivíduos da mídia próxima à cúpula de seu governo, criando uma rede de aliados que compartilhariam valores e visões semelhantes sobre a comunicação e administração pública.
Este movimento segue a nomeação de outras figuras ligadas à Fox para posições importantes em seu gabinete, como o recente anúncio do apresentador Pete Hegseth como novo secretário de Defesa. Essa tendência levanta questões sobre a influência dos meios de comunicação nas políticas públicas e as direções que a administração pode tomar, especialmente em questões que precisam de atenção urgente, como a infraestrutura do país.
Trump definiu Duffy como alguém que usará sua experiência e os relacionamentos estabelecidos ao longo dos anos no Congresso para “manter e reconstruir a infraestrutura da nação, cumprindo a missão de inaugurar a Era de Ouro da Viagem, focando em segurança, eficiência e inovação.” Esta visão abrange a promessa de transformar não apenas as estradas e pontes, mas de aprimorar a experiência de todos os americanos ao se deslocarem, uma proposta que pode ser bastante ambiciosa dada a escala e a complexidade da infraestrutura dos EUA.
Embora Duffy tenha sido incentivado por Trump a se candidatar ao governo de Wisconsin em 2022, ele decidiu recusar devido a suas responsabilidades como pai de nove crianças, incluindo um filho mais novo com uma condição cardíaca. Este aspecto pessoal de sua vida pode ressoar com muitos americanos e poderia ser um fator importante em sua abordagem como secretário de Transporte, onde a segurança e a experiência do usuário são cruciais.
Além de sua carreira política, a história de Duffy como ex-atleta e sua participação em programas de reality show como “The Real World” e “Road Rules” compõem uma narrativa que se encaixa bem na era contemporânea de política baseada em celebridades e conexões com o público. Em um momento em que a política se entrelaça cada vez mais com a cultura pop, essa escolha pode guiar a administração de Trump em um caminho que busca não apenas reformar a infraestrutura, mas também engajar os cidadãos em um diálogo mais amplo sobre o futuro do transporte nos Estados Unidos.
O Departamento de Transporte supervisiona uma variedade de sistemas de transporte, desde rodovias até ferrovias e transporte aéreo, além de regular o financiamento federal para as estradas. Na iminência da confirmação de Duffy, ele enfrentará desafios consideráveis, inclusive em um momento em que as mortes no trânsito estão em alta e novas tecnologias, como veículos autônomos, estão sendo introduzidas sem a estrutura regulatória adequada. Este é um desafio que requer não apenas habilidade política, mas também uma visão clara e pragmática sobre como gerenciar a transição para tecnologias mais seguras e eficientes.
A escolha de Duffy foi vista de forma positiva por líderes da indústria, incluindo Nicholas Calio, presidente e CEO da Airlines for America, que expressou entusiasmo com a nomeação, destacando o histórico de Duffy em conseguir implementar mudanças. No entanto, a administração de Trump já demonstrou ceticismo em relação a inovações como os veículos elétricos, o que poderá influenciar suas políticas de transporte durante o mandato.
Ao encerrar seu anúncio, Trump prometeu que Duffy “priorizaria a excelência, a competência e a beleza ao reconstruir as estradas, túneis, pontes e aeroportos da América.” Essa visão abrangente destaca a importância do transporte no cotidiano dos cidadãos e como uma administração eficaz pode mudar essa realidade. As promessas de elevar os padrões de segurança e eficiência são bem-vindas, e o sucesso de Duffy nesse papel pode depender de sua habilidade em unir a experiência no Congresso com a inovação necessária para lidar com desafios emergentes.