A série de televisão ‘Happy Days’ não é conhecida apenas por seu enredo cativante e personagens memoráveis, mas também por uma surpreendente tradição que uniu seu elenco ao longo dos anos. Em uma nova obra, intitulada 50 anos de Happy Days: uma história visual de um clássico da televisão americana, produzida por Brian Levant e Fred Fox Jr., é revelado que o elenco mantinha um time de beisebol que se destacou em suas competições. O livro destaca a profunda conexão feita entre os membros do elenco, que ia além da atuação e se fortalecia através do esporte.
Em um capítulo denominado ‘Cruzando o País com um Time de Softball’, Fred Fox Jr. compartilha que o icônico criador da série, Garry Marshall, teve um papel fundamental no desenvolvimento dessa equipe, que não só serviu como uma forma de entretenimento, mas também reforçou vínculos de camaradagem entre os atores. “Garry começou o time de beisebol para promover o espírito de equipe. A disciplina e o trabalho cooperativo que eles mostravam em cena transpareciam também em campo”, observa Levant.
Essa integração entre os bastidores da série e os jogos ao ar livre trouxe para os atores a oportunidade de criar memórias duradouras, as quais estariam longe do estúdio de gravação. Marion Ross, uma das atrizes mais queridas do elenco, é frequentemente lembrada por sua divertida afirmação de que, como “uma mulher de 53 anos, tinha que explicar aos amigos que não poderia ir às compras porque tinha prática de beisebol”. Essas anedotas mostram um lado humano do elenco, longe da fama e dos holofotes.
O time não apenas foi uma forma de entretenimento, mas eles se tornaram realmente bons, com um número impressionante de vitórias em suas partidas. Eles até tiveram a honra de abrir os jogos para times da liga maior durante o auge da popularidade da série, destacando que o talento não se limitava apenas à atuação. Essa habilidade atlética não passou despercebida, pois a equipe também usava o esporte como uma capa para homenagear os militares. Eles viajaram e se apresentaram para tropas em uma série de shows, incluindo duas turnês do USO e vários eventos beneficentes, onde puderam mostrar suas habilidades esportivas.
O impacto dessas atividades esportivas se estendeu a lugares como a antiga fronteira entre a Alemanha Oriental e Ocidental, pouco antes da queda do Muro de Berlim. Durante essas visitas, o elenco se dedicou a proporcionar momentos de alegria e entretenimento para os soldados, criando conexões emocionais profundas com aqueles que serviam. Mesmo após a finalização da série, a tradição do beisebol se manteve viva. Levant e Fox Jr. revelam que, na manhã após a gravação de seu último episódio em 12 de novembro de 1983, o elenco embarcou em um voo para Okinawa, onde conquistaram quatro vitórias em quatro dias, enfrentando equipes militares locais.
O relato continua revelando que, mesmo para aqueles que já estavam acostumados aos holofotes, o grupo se sentiu emocionado com a recepção calorosa dos militares e suas famílias. Trata-se de uma história que explora a união, a amizade e a busca por um propósito maior, características que foram essenciais durante a trajetória do elenco de ‘Happy Days’. Afinal, quem poderia imaginar que, por trás do sucesso e do glamour da televisão, havia um time de beisebol que desempenhou um papel fundamental na formação de laços duradouros e significativos?
Conclui-se que a magia de ‘Happy Days’ vai além do que era exibido nas telas e destaca a importância do esporte como uma forma de construir relacionamentos e se conectar com o público. As memórias criadas em campo, juntamente com os laços formados fora dos sets, são um lembrete de que, muitas vezes, as melhores histórias são aquelas que acontecem nos bastidores e que moldam a verdadeira essência do que significa ser parte de uma equipe.