No contexto de um mercado de trabalho cada vez mais desafiador, as empresas estão se esforçando para atrair e reter talentos valiosos, e uma estratégia eficaz envolve o cuidado com o bem-estar dos funcionários. O México, que se aproxima de uma situação de emprego pleno, oferece um terreno fértil para essas iniciativas, especialmente ao reconhecer a interconexão entre a saúde financeira, física e mental dos trabalhadores. Em meio a essa dinâmica, surgiu a startup Minu, que propõe uma abordagem inovadora para enfrentar os problemas financeiros que afetam a força de trabalho mexicana.
De acordo com Nima Pourshasb, empreendedor e cofundador da Minu, o principal desafio que as empresas enfrentam no México está relacionado a questões financeiras. A startup oferece uma plataforma que disponibiliza mais de 50 benefícios aos funcionários, incluindo telemedicina e acesso a salários já ganhos, aliviando assim a ansiedade que muitos sentem ao esperar pelo dia do pagamento. Com uma base de aproximadamente 2 mil empregadores de diferentes tamanhos e um milhão de usuários, Minu tem se mostrado uma solução valiosa para o mercado.
Recentemente, a Minu conseguiu estabelecer parcerias importantes e captou um financiamento de 30 milhões de dólares em uma rodada de séries B, liderada pela QED, com a participação de investidores recém-chegados, como Endeavor Catalyst e Next Billion Capital Partners. Segundo Pourshasb, a participação de investidores focados em impacto demonstra o reconhecimento do trabalho que a Minu faz para reduzir o estresse financeiro e promover mudanças de comportamento entre os trabalhadores. A utilização de técnicas de gamificação para incentivar a economia e a higiene financeira são diferenciadores significativos da startup.
Desde sua fundação em 2019, a Minu tem como objetivo primordial a mitigação do estresse financeiro, um quadro que os cofundadores, Pourshasb, Rafael Niell e Paolo Rizzi, todos residentes no México, se tornaram obcecados em resolver. A startup opera sob um modelo B2B2C, o que significa que seu foco está tanto nas empresas quanto nos seus colaboradores. O raciocínio por trás dessa abordagem é que, como os funcionários confiam em seus empregadores, a implementação de soluções que promovam a saúde financeira também beneficia as empresas, uma vez que funcionários mais saudáveis tendem a ser mais produtivos e menos propensos a deixar o emprego.
Além disso, a Minu ajuda a reduzir a rotatividade de funcionários e está em conformidade legal com as regulamentações trabalhistas. Em 2018, o México implementou a norma NOM-035, que torna obrigatória a identificação e prevenção de riscos psicossociais no trabalho. Com a lei agora em vigor e multas em jogo para as empresas que não a cumprem, um número crescente de organizações está buscando garantir sua conformidade, o que representa uma oportunidade para a Minu.
Com a demanda em expansão, a Minu tem planos de crescimento, buscando ampliar sua equipe para 150 funcionários até o final do ano. Isso inclui a expansão das áreas de vendas e atendimento ao cliente para fora da sede principal na Cidade do México e do centro tecnológico em Mérida. Em termos de desenvolvimento de produtos, os recursos financeiros obtidos na rodada de série B serão direcionados para novas funcionalidades, incluindo melhorias na saúde física e financeira e ferramentas de recursos humanos, atendendo assim às demandas dos clientes. A aquisição da Plerk, que ofereceu cartões pré-pagos aos trabalhadores, é um exemplo de como a Minu busca diversificar suas ofertas mantendo sua essência de pagamento sob demanda.
Embora enfrente concorrência no segmento de acesso a salários já ganhos e serviços financeiros, a Minu se destaca por sua abordagem abrangente. Se olharmos para rivais como a startup espanhola Cobee, que recentemente foi adquirida pelo grupo francês Pluxee, percebemos que a competição no setor se torna cada vez mais acirrada. No entanto, Pourshasb optou por não divulgar a avaliação da rodada de série B, afirmando apenas que houve um “aumento significativo em relação à avaliação da Série A”, que também não foi revelada. Até agora, a Minu arrecadou 47 milhões de dólares em capital, incluindo 10 milhões em uma rodada de ponte em 2023, que agora se converteram na série B. Mais importante ainda, o CEO declarou que a empresa está no caminho certo para alcançar a rentabilidade até o final deste ano, um feito que evidenciaria o sucesso de suas estratégias e o impacto positivo que está gerando no mercado de trabalho mexicano.