Na última domingo, 3 de novembro de 2024, os Estados Unidos realizaram um voo de um bombardeiro de longo alcance em uma operação tripartite que envolveu a Coreia do Sul e o Japão. Este exercício militar veio em resposta ao recente teste da Coreia do Norte, que lançou um novo míssel balístico intercontinental (ICBM) capaz de atingir o território continental dos EUA. As informações foram confirmadas pelas Forças Armadas sul-coreanas, que ressaltaram a importância da colaboração entre os três países em tempos de crescente tensão na região.
O teste do míssil Hwasong-19, realizado na quinta-feira anterior, foi notável por ser o primeiro deste tipo em quase um ano. Segundo relatos, o líder norte-coreano Kim Jong Un esteve presente no local de lançamento e descreveu a ação como uma “medida militar apropriada” para demonstrar a determinação de seu país em reagir a qualquer movimento considerado ameaçador à sua segurança. Tal linguagem é típica nas retóricas do regime, que frequentemente se coloca como alvo de provocações externas.
Os dados do teste de quinta-feira indicam que o Hwasong-19 voou em uma altura e duração superiores a qualquer outro míssil já testado anteriormente pela Coreia do Norte, sinalizando um potencial avanço nas capacidades militares do país. Como resposta, os EUA destacaram o bombardeiro B-1B, um dos seus mais poderosos ativos militares, acompanhado por caças da Coreia do Sul e do Japão, para realizar um exercício aéreo no espaço aéreo próximo à Península Coreana. Esta manobra, de acordo com as Forças Armadas sul-coreanas, foi uma demonstração clara da firme determinação dos três países em contrabalançar os avanços nos programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
Esse foi o segundo exercício aéreo trilateral entre a Coreia do Sul, os EUA e o Japão no ano, reforçando a importância da colaboração em um cenário global cada vez mais desafiador. Historicamente, os Estados Unidos têm respondido a testes significativos de mísseis da Coreia do Norte com a mobilização de ativos militares potentes, incluindo bombardeiros de longo alcance, porta-aviões e submarinos nucleares, todos posicionados estrategicamente na região da Península Coreana.
As provocações de Pyongyang frequentemente resultam em reações rápidas dos EUA, que são compreendidas por analistas como parte de um planejamento para conter a crescente agressividade do regime norte-coreano. Em 2024, os EUA voaram com o B-1B sobre ou próximo à Península Coreana em quatro ocasiões, sublinhando a capacidade dessa aeronave de transportar uma carga significativa de armamento convencional.
O teste do Hwasong-19, embora tenha indicado avanços no programa de mísseis da Coreia do Norte, ainda levanta preocupações entre especialistas internacionais, que apontam que o país precisa superar questões tecnológicas antes de possuir ICBMs totalmente funcionais que possam realizar ataques nucleares de fato sobre território americano. De acordo com análises, o míssil apresentado pela Coreia do Norte em suas mídias poderia ser consideravelmente superestimado em sua utilidade militar.