A ideia de se tornar um capitalista de risco um dia sempre fez parte da vida de TJ Taylor, agora mais próxima da realidade com a fundação de seu novo fundo, o Hobart Ventures. Com uma sólida trajetória no setor tecnológico, ele cofundou um aplicativo de ações, além de ter trabalhado em plataformas como o Raya, conhecido aplicativo de relacionamentos, e no aplicativo de compartilhamento de fotos Dispo. Após deixar a Dispo no final de 2022, Taylor se viu em uma nova realidade em que o futuro era um mistério. “Era a primeira vez que eu não sabia o que viria a seguir,” relatou ele à TechCrunch.

Nesse período de transição, ele iniciou uma consultoria de startups, onde descobriu a alegria de colaborar com equipes em estágio inicial. “Algumas pessoas da minha rede simplesmente me disseram: ‘Por que você não pensa em começar seu próprio fundo pequeno?’” Recorda. “Eu pensei: ‘Nem sei por onde começar.’” Assim, ele decidiu atuar como scout na Headline, onde adquiriu experiência em um setor que, naquele momento, enfrentava uma queda histórica. Embora a Headline estivesse focada principalmente em rodadas de investimento Série A e acima, Taylor se viu constantemente à procura de oportunidades em estágios iniciais, passando adiante esses negócios para sua rede de contatos até perceber que precisaria seguir o conselho de seus amigos e lançar seu próprio fundo.

Com isso, TJ fundou o Hobart Ventures, nome inspirado em uma das ruas de sua infância no South Central de Los Angeles. Ele começou a trabalhar na estruturação do fundo em dezembro passado e lançou oficialmente alguns dias atrás, já contando com alguns investidores. O objetivo é levantar um montante de 8 milhões de dólares direcionados especificamente para startups de consumidores em estágio inicial. Embora ainda não tenha feito investimentos a partir do fundo, ele já possui algumas startups em mente nas quais está ansioso para investir, com cheques de tamanho médio variando entre 150 mil e 300 mil dólares.

A escolha por focar no setor de consumidores é uma extensão natural de seu histórico, onde as startups podem ser tanto um sucesso como uma decepção para os investidores. Alguns têm uma visão otimista sobre o setor, enquanto outros o encaram com certo receio. Entretanto, como Taylor pontuou, o setor de consumo é vasto e diversificado: dados da Carta revelaram que a tecnologia voltada para consumidores levantou 7,1% de todos os recursos de investimento no ano passado, uma leve queda em relação aos anos anteriores, mas superior a categorias como hardware, energia e criptomoedas. “À medida que a tecnologia se transforma, o clima macroeconômico muda, ocorrem mudanças de comportamento e gerações. Isso representa uma oportunidade, certo?” disse ele, fazendo referência a um momento de transformação pelo qual a sociedade está passando. “Os gastos dos consumidores continuam aquecidos. Os consumidores sempre encontrarão uma maneira de gastar dinheiro.”

Segundo Taylor, o processo de captação de recursos para o fundo não foi muito difícil, embora ele tenha notado que os investidores ainda não retornaram aos dias de fluxo abundante do chamado ZIRP (taxa de juros próxima de zero). Contudo, ele se sente otimista em relação ao futuro do setor, especialmente se o mercado de IPOs reabrir em breve e os investidores limitados conseguirem começar a receber retorno sobre seus investimentos, permitindo novos reinvestimentos. “Acredito que, com a expectativa de cortes nas taxas de juros, haverá mais dinheiro de investidores limitados à margem ou, esperançosamente, mais distribuições para esses investidores, possibilitando assim novos investimentos em fundos e startups,” concluiu Taylor, mostrando que mesmo em tempos desafiadores, as oportunidades continuam a surgir para aqueles que se arriscam a inovar.

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