A Firefly Aerospace, uma das promissoras empresas de tecnologia espacial, anunciou a captação de $175 milhões na sua rodada de investimento Series D, um passo decisivo que marca a expectativa de um ano repleto de lançamentos significativos. Este investimento elevou a avaliação da companhia para mais de $2 bilhões, refletindo a confiança do mercado nas novas lideranças da empresa, especialmente na figura de Jason Kim, o novo CEO, que assumiu o comando em 1º de outubro. Kim traz consigo uma rica experiência da Boeing, onde esteve à frente da Millennium Space Systems, especializada em satélites.

A Firefly Aerospace tem planos concretos para usar esse novo capital com o objetivo de atingir a produção em escala total do seu foguete Alpha e acelerar o desenvolvimento do Medium Launch Vehicle, um projeto feito em parceria com a Northrop Grumman. Este capital será crucial para a empresa seguir em frente com o seu cronograma de lançamentos, que inclui a aguardada missão que visa à superfície lunar, programada para este ano, e a primeira missão do seu novo foguete Elytra no próximo ano. Desde setembro de 2021, a Firefly lançou seu foguete Alpha cinco vezes, tendo sucesso em três delas em colocar cargas úteis em órbita. Vale ressaltar que a terceira missão, intitulada Victus Nox, estabeleceu um novo recorde ao ser lançada apenas 27 horas após receber a autorização da U.S. Space Force. Essa agilidade impressionante lhe garantiu um segundo contrato de “resposta rápida” para um novo lançamento no ano que vem.

O novo aporte financeiro terá um papel fundamental para a Firefly cumprir com uma série de acordos firmados, entre eles um com a L3Harris, previsto para realizar até 20 lançamentos a partir de 2027, e outro com a Lockheed Martin, que já comprometeu 15 lançamentos até 2029. Estes acordos, que demonstram a crescente procura por capacidades de lançamento de satélites, reforçam a relevância da Firefly no competitivo mercado espacial.

A última rodada de fundraising foi liderada pela RPM Ventures, um novo investidor, que se juntou a investidores já existentes e novos participantes, como a GiantLeap Capital e a Human Element. Um dado interessante sobre a RPM Ventures é que ela costuma focar seus investimentos em empresas em estágio inicial, com aproximadamente 75% de seu portfólio relacionado a companhias na fase Série A. Portanto, essa decisão de se aventurar em uma rodada de estágio tardio como a da Firefly é um sinal claro do potencial que o setor espacial ainda possui, mesmo em meio a um contexto onde as transações grandes têm sido mais escassas.

De acordo com um relatório da firma britânica Seraphim Space, as transações de estágio tardio têm rareado em 2023, enquanto o cenário tem sido dominado pela movimentação em estágios iniciais de investimento, como seed e Série A. Essa mudança contrasta fortemente com o período anterior de 2019 a 2021, quando mais de 50% do investimento de capital de risco foi destinado a empresas em estágios D e superiores.

A Firefly Aerospace, portanto, não apenas se destaca por sua rapidez em lançamentos, mas agora também por sua capacidade de atrair investimentos significativos em um cenário desafiador. Assim, com a capacidade de mobilizar tais quantias, a empresa está se posicionando de forma estratégica para ser uma das líderes na próxima era da exploração espacial. À medida que o ano avança, observaremos com grande expectativa os desdobramentos que esta nova fase trará, não apenas para a Firefly, mas para o ecossistema espacial global como um todo.

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