No início da manhã de quinta-feira, o furacão Rafael afastou-se de Cuba após causar estragos significativos na ilha ao atingir a costa como um furacão de Categoria 3, que resultou no colapso do sistema elétrico nacional. As autoridades locais estão agora avaliando os danos e dando início aos trabalhos de recuperação. Este fenômeno climático, que já começou a se desviar de seu trajeto original, promete trazer novos desafios à costa do México no dia seguinte, uma vez que sua trajetória alterada reduz os riscos para os Estados Unidos.
Com sua intensificação rápida, o furacão Rafael chegou ao Golfo do México na noite de quarta-feira. Agora classificado como um furacão de Categoria 2, ele começará a se mover em direção ao oeste do Golfo durante o final de semana, mantendo-se longe da costa. A previsão indica que a tempestade passará a semana no Golfo, e sua possível aproximação à costa como uma tempestade mais fraca deve ocorrer apenas no início da próxima semana. Enquanto isso, os ventos mais fortes do furacão dispersaram-se em Cuba, mas chuvas persistem, aumentando os desafios para equipes de limpeza e recuperação da infraestrutura elétrica.
Rafael foi a quinta grande tempestade do ano no Atlântico e o furacão mais forte a formar-se tão tarde no ano desde 2020. O fenômeno se intensificou rapidamente antes de fazer landfall em Cuba, o que traz à tona uma preocupação crescente com a frequência de tais intensificações devido ao aquecimento dos oceanos e à poluição proveniente de combustíveis fósseis, um aspecto cada vez mais observado em eventos climáticos atuais. Este ano, já são nove as tempestades que passaram por intensificação rápida na bacia do Atlântico.
A rede elétrica de Cuba em colapso total
O impacto de Rafael em Cuba foi devastador, visto que o furacão se tornou o primeiro da Categoria 3 a atingir a ilha desde o furacão Ian em 2022. Na quarta-feira, conforme o furacão se aproximava, o sistema elétrico nacional entrou em colapso devido aos fortes ventos. Segundo relatos do diretor nacional de despacho da União Elétrica, Félix Estrada Rodríguez, a sobrecarga nas linhas elétricas causou oscilações na frequência do sistema, levando a um colapso total. Este evento trágico levanta questões sobre a resiliência da infraestrutura elétrica do país, que já havia enfrentado colapsos em situações anteriores, incluindo no caso do furacão Oscar, que resultou na morte de pelo menos sete pessoas.
Embora os danos ainda estejam sendo avaliados, vídeos das consequências mostram postes de energia caídos e infraestrutura elétrica severamente danificada. Centenas de técnicos foram mobilizados na quinta-feira para tentar restabelecer a energia em várias regiões, conforme amplamente coberto pela mídia estatal. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, anunciou em rede social que as províncias de Havana, Mayabeque e Artemisa foram severamente afetadas. Ele também declarou que visitará as áreas impactadas para supervisionar pessoalmente as operações de recuperação.
A evacuação de milhares de pessoas nas zonas costeiras da província de Artemisa foi realizada antes da chegada do furacão. O núcleo da tempestade fez landfall logo a leste de Playa Majana. Enquanto isso, a defesa civil cubana declarou estado de alarme nas províncias ocidentais e centrais, recomendando às pessoas que limitassem seus deslocamentos. As ruas de Havana, acostumadas a estarem cheias de vida, apareceram desertas na tarde da quarta-feira, demonstrando a gravidade da situação.
Rafael é o furacão mais forte a percorrer o Caribe noroeste em novembro desde 2009, segundo dados do NOAA. O monitoramento contínuo da tempestade indicou uma mudança significativa em sua trajetória. Inicialmente, acreditava-se que poderia atingir a costa dos EUA, especificamente áreas da Louisiana, mas esse risco diminuiu consideravelmente à medida que o furacão entrou no Golfo e agora se espera que permaneça lá por vários dias. A mudança na trajetória referentes a Rafael está ligada à dinâmica atmosférica e às águas quentes do Golfo do México, que geram incertezas em sua movimentação, mas os especialistas garantem que a costa do México poderá sentir suas consequências de forma mais direta.
Alterações significativas na trajetória de Rafael
A trajetória original de Rafael parecia alinhada a um possível impacto direto nas costas dos EUA, como outras cinco tempestades do ano, mas com a tempestade agora no Golfo, as probabilidades de um impacto na costa americana se tornaram mínimas. A expectativa é que a tempestade mantenha sua trajetória ao sul, com o cone de previsões deslocando-se para o oeste, excluindo a maior parte dos EUA dos riscos diretos. Contudo, por conta de ondas vigorosas e correntes marítimas perigosas, a costa do Golfo dos EUA poderá enfrentar riscos indiretos nos próximos dias.
Enquanto as empresas Chevron, Shell e BP se preparavam para a aproximação da tempestade, foram tomadas medidas preventivas, incluindo o transporte de pessoal para a costa e o fechamento de plataformas de perfuração no Golfo do México.
Esta sequência de eventos ressalta a importância de um monitoramento constante durante a temporada de furacões. À medida que Rafael continua sua jornada pelo Golfo do México, a atenção se volta para as operações de recuperação em Cuba e as previsões sobre o que o futuro reserva para a costa mexicana nos próximos dias, uma vez que a temporada de furacões ainda não acabou. Os cubanos enfrentam a dura realidade da recuperação, enquanto as autoridades locais trabalham incansavelmente para restaurar a normalidade e proteger a população dos desafios naturais.