As girafas estão enfrentando desafios sérios e alarmantes que ameaçam sua existência. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (USFWS) revelou, em uma proposta datada de quarta-feira, que três subespécies desses majestosos animais serão listadas como em perigo de extinção, enquanto outras duas serão consideradas ameaçadas de extinção sob a Lei de Espécies Ameaçadas. Essa ação é um reflexo da preocupação crescente sobre a drástica diminuição das populações de girafas, que, de fato, enfrentam uma sequência de crises.
A principal razão apontada para a queda acentuada das populações de girafas inclui a caça ilegal e a perda de habitat, além das mudanças climáticas que, juntas, pintam um cenário desolador para esses animais icônicos. Embora as girafas não sejam nativas dos Estados Unidos, a inclusão delas na lista proporciona uma proteção significativa, abrangendo não apenas a fauna americana, mas também assegurando esforços mais abrangentes para a conservação global.
A Lei de Espécies Ameaçadas, que foi implementada em 1973, visa garantir que peixes, animais selvagens e plantas listados como ameaçados ou em perigo recebam as devidas proteções. Essa legislação determina que agências federais devem se certificar de que suas ações não coloquem em risco as espécies elencadas, refletindo um compromisso maior com a conservação da biodiversidade.
O diretor do USFWS, Martha Williams, em comunicado à imprensa, enfatizou que “as proteções federais para as girafas ajudarão a proteger uma espécie vulnerável, promovendo a biodiversidade, apoiando a saúde dos ecossistemas e combatendo o tráfico de vida selvagem”. Williams destacou ainda que esses esforços buscam garantir que os Estados Unidos não contribuam ainda mais para o declínio dessas magníficas criaturas.
Especificamente, a proposta de listagem ajudará a combater a caça ilegal e o comércio de girafas, instituindo a necessidade de licenças para a importação destes animais nos EUA. Embora o comércio não seja o principal fator por trás da queda populacional, o USFWS reconhece que ele exerce um papel significativo. Práticas culturais que utilizam pelos e caudas de girafas para a medicina tradicional também têm contribuído para a demanda e a caça dessas criaturas em anos recentes. A crescente busca por carne de bushmeat também se destacou como uma grande ameaça aos habitantes da savana africana, que são geralmente considerados herbívoros pacíficos.
Incluir as girafas na lista da Lei de Espécies Ameaçadas também irá aumentar o financiamento para a conservação de espécies nos países onde essas girafas habitam, além de impulsionar pesquisas focadas em conservação. Essa decisão, segundo o USFWS, proporcionará um suporte financeiro auxiliar limitado para desenvolver e administrar programas que visem a conservação das girafas.
Os dados atuais sobre as subespécies de girafas na África são preocupantes. O USFWS sugeriu a inclusão das girafas da África Ocidental, Kordofan e Nubiana na lista de espécies ameaçadas, enquanto as girafas Masai e reticuladas estão sendo propostas como ameaçadas. Desde 1985, essas três subespécies do girafa do norte diminuíram suas populações em impressionantes 77%. Atualmente, estima-se que existam cerca de 5.900 girafas, sendo que apenas aproximadamente 690 são girafas da África Ocidental.
A enorme maioria das girafas reticuladas vive no Quênia, com uma população estimada em 15.985, conforme indicado pelo USFWS. Já as girafas Masai, que somam em torno de 45.400, representam cerca de 67% de sua população da década de 1970, sugerindo uma queda drástica na sua presença ao longo do tempo. A alimentação das girafas, composta por folhas, caules, flores e frutas, torna-nas altamente vulneráveis ao crescimento da população humana e à perda de habitat. Além disso, as instâncias de seca aumentaram os conflitos entre humanos e vida selvagem, colocando ainda mais pressão sobre as girafas e seu ambiente.
O prazo para comentários sobre a proposta de inclusão das girafas nas listas de proteção é de 90 dias, e a contribuição da sociedade nesse processo de debate e opinião pública será vital para determinar o futuro dessas espécies tão queridas e essenciais para a biodiversidade do planeta.