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A recente incursão de milhares de insurgentes sírios em Aleppo provocou uma reviravolta significativa na dinâmica de poder dessa região, desafiando a administração do presidente Bashar al-Assad. No sábado, testemunhas relataram que os insurgentes, utilizando veículos com armaduras improvisadas e caminhonetes, avançaram para áreas emblemáticas da cidade, como a antiga cidadela, depois de atravessar os portões de Aleppo sem enfrentar resistência significativa das forças governamentais. Esse acontecimento vem apenas um dia após sua entrada na maior cidade da Síria, o que deixa no ar a pergunta: o que realmente está acontecendo em Aleppo?
Relatos indicam que vários ataques aéreos foram realizados nas bordas da cidade na noite de sexta-feira, visando reforços dos insurgentes, e a área dos bombardeios teria afetado regiões residenciais. Segundo um monitor de guerra, aproximadamente 20 combatentes foram mortos nos ataques, refletindo a gravidade da situação. As forças armadas da Síria, em resposta, divulgaram um comunicado afirmando que estavam se reorganizando para absorver o impacto do novo ataque e preparavam uma contraofensiva, embora o reconhecimento da invasão de partes significativas da cidade pelos insurgentes seja um duro golpe para a zelação da imagem do regime de Assad.
Vídeos registrados por testemunhas mostraram insurgentes nas imediações da sede da polícia, no centro da cidade e ao redor da cidadela de Aleppo, onde rasgaram cartazes do presidente Bashar al-Assad, pisando em alguns e queimando outros. Essa surpreendente tomada de Aleppo representa uma grande vergonha para o presidente Assad, que havia recuperado o controle total da cidade em 2016, após expulsar insurgentes e milhares de civis durante uma árdua campanha militar, com o apoio da Rússia, Irã e seus aliados.
Desde a batalha de 2016, Aleppo não havia sido alvo de forças da oposição. Aquela batalha foi um marco no conflito que se intensificou após os protestos de 2011 contra o regime de Assad se transformarem em uma guerra total. As tensões que precederam o atual ataque foram alimentadas por semanas de violência de baixos níveis, incluindo bombardeios governamentais em áreas controladas pela oposição. O que era apenas uma tensão crescente explodiu em um ataque audacioso e coordenado que visava consolidar o controle da insurgência sobre a região, especialmente em meio à distração de grupos aliados ao governo, como o Hezbollah, que estavam envolvidos em suas próprias batalhas no Líbano.
A ofensiva em Aleppo coincide com um significante ressurgimento de atividades insurgentes na área, que passaram a ser alvo após a frustração do apoio diplomático da Turquia, que buscava impedir os ataques do governo sírio. Isto é visto como uma violação de um acordo alcançado em 2019 entre Rússia, Turquia e Irã, que pretendia congelar a linha de confronto na região. Os relatos ressaltam que a intervenção das forças russas é iminente, uma vez que os combatentes dissidentes estão firmemente enraizados em áreas urbanas, e a retirada das forças do governo é visivelmente notória. De acordo com o que se observa, enquanto as tropas de Assad ainda mantém um controle superficial do aeroporto da cidade e da Academia Militar, muitos batalhões se retiraram rapidamente, evidenciando a precariedade da situação.
Rebeldes erguem bandeira sobre a cidadela de Aleppo
Com testemunhas observando que as forças da oposição se posicionaram ao redor de várias partes da cidade, a sensação de incerteza paira sobre os residentes, que permanecem extremamente apreensivos quanto ao futuro. Abandono das ruas e fechamento generalizado de escolas e escritórios do governo retratam a atmosfera de medo e confusão no ar. Pero, não obstante, os forasteiros insurgentes estão fazendo todo o possível para descrever-se como uma força de segurança, divulgando informações visando manter a calma entre os cidadãos, ao mesmo tempo em que erradicam qualquer percepção de anarquia ou violência.
Os insurgentes lançaram sua ofensiva surpreendente na terça-feira, controlando rapidamente uma série de aldeias e cidades antes de penetrarem em Aleppo na sexta-feira. As autoridades governamentais não tardaram a responder, com relatos de bombardeios aéreos visando linhas de suprimento rebeldes. Entretanto, o caos se intensificou, com mais de 20 combatentes sendo mortos nos ataques aéreos, somados a relatos de confrontos e disparos em várias partes da cidade, o que levou alguns à fuga.
Seus cidadãos, ao mesmo tempo confusos e esperançosos, esperam que uma nova era de governança possa emergir da atual incerteza, ao mesmo tempo em que permanecem cientes dos perigos que ainda os cercam. Desde a chegada dos insurgentes, a preocupação é palpável. Muitos dos moradores, como Abdulkafi Alhamdo, que retornaram à cidade após anos fora, expressaram um misto de emoções, incluindo dor e tristeza, ao relembrar o que perderam durante o conflito e se perguntam: “Como foi que isso aconteceu?”
Esse novo capítulo em Aleppo destaca mais uma vez a complexidade do conflito sírio, onde uma luta pela liberdade e autonomia se mistura com questões de controle territorial e exercício do poder. As próximas semanas estarão crucialmente moldadas pelo que vai ocorrer a seguir, pois tanto a administração de Assad quanto os insurgentes estão prontos para um embate que, sem dúvida, continuará a alterar o equilíbrio já tumultuado na Síria.
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