Londres — A surpreendente jornada de vida de John Tinniswood, considerado o homem mais velho do mundo, chegou ao fim. Ele faleceu na última segunda-feira, aos 112 anos, no lar de idosos onde residia em Southport, no noroeste da Inglaterra, conforme divulgado pelo Guinness World Records, citando sua família. Nascido em Liverpool em 26 de agosto de 1912, sua vida foi repleta de eventos significativos que moldaram sua história pessoal e coletiva.
John Tinniswood se tornou o homem mais velho do mundo em abril deste ano, após a morte do venezuelano Juan Vicente Perez, que tinha 114 anos. Nos últimos momentos de sua vida, o ambiente ao seu redor foi repleto de música e amor, conforme relatou sua família em comunicado. Eles aproveitaram a oportunidade para agradecer a todos que cuidaram dele ao longo dos anos, demonstrando a gratidão por uma vida tão longa e cheia de experiências.
Nascido no mesmo ano em que o Titanic afundou, Tinniswood viveu através de ambos os conflitos mundiais e observou o impacto de eventos históricos em sua pátria e no mundo. Quando questionado sobre o segredo de sua longevidade, ele creditou sua vida longa à “pura sorte”. Essa afirmação aparentemente simples esconde uma profunda sabedoria, refletindo sobre a imprevisibilidade e a fragilidade da vida.
Com um olhar cômico sobre a vida, ele afirmou que “você vive muito ou vive pouco, e não pode fazer muito a respeito disso”. No entanto, ele também ofereceu conselhos práticos, sugerindo moderação em todas as coisas para manter a saúde. “Se você beber demais ou comer demais ou andar demais, se fazer demais de qualquer coisa, você vai sofrer eventualmente”, advertiu.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Tinniswood ocupou um cargo administrativo no Royal Army Pay Corps, e posteriormente trabalhou em contas para grandes empresas do setor petrolífero, como Shell e BP. Ele foi um defensor fervoroso do Liverpool Soccer Club e era conhecido por se deliciar com peixe e batatas fritas todas as sextas-feiras, uma tradição que ele manteve ao longo de sua vida. Os funcionários de seu lar de idosos em Southport descreveram Tinniswood como um “grande falador”, alguém que iluminava o ambiente com sua presença calorosa.
Atualmente, a mulher mais velha do mundo é a japonesa Tomiko Itooka, que aos 116 anos, abrevia a distância entre as gerações mais velhas, assim como John, que nos deixou um legado de vivência e uma nova perspectiva sobre a longevidade.
Ao refletir sobre a vida de Tinniswood, fica claro que sua história não é apenas um testemunho de tempo vivido, mas também de como pequenas partes do cotidiano, como uma conversa e uma refeição preferida, podem se entrelaçar para criar uma vida rica e significativa. Sua partida não é apenas a perda de um recordista, mas de um contador de histórias que representa uma era cheia de resiliência e transformação.