A atriz Keke Palmer, famosa por sua versatilidade e talento, recentemente compartilhou experiências marcantes durante as filmagens da série Scream Queens. Em uma entrevista à Los Angeles Times, publicada em 10 de novembro, ela relembra um episódio delicado envolvendo o co-criador da série, Ryan Murphy, que expôs a tensão nos bastidores da produção. O relato faz parte de seu próximo livro intitulado Master of Me: The Secret to Controlling Your Narrative, programado para ser lançado no dia 19 de novembro.

Palmer, que interpretou Zayday Williams na série durante suas duas temporadas de exibição entre 2015 e 2016, trouxe à tona um incidente específico em que ficou ausente de um dia de filmagem devido a um conflito de agenda. O que poderia ser um simples desentendimento rapidamente se transformou em uma situação tensa. Segundo a atriz, Ryan Murphy não ficou nada satisfeito com sua ausência e fez questão de expressar seu descontentamento de forma direta e contundente.

Ao relatar a conversa, Palmer descreveu a sensação de estar como se estivesse na sala do diretor, onde Murphy “rasgou” o verbo para expressar sua desaprovação. “Ele me disse: ‘Eu nunca vi você se comportar assim. Não posso acreditar que você, de todas as pessoas, faria algo assim’”, compartilhou a atriz. Isso demonstra não apenas a pressão que os atores enfrentam no meio, mas também o papel que a produção desempenha na cobrança de resultados e comprometimento.

No entanto, Keke argumentou que sua ausência se deu por um compromisso previamente assumido, que já estava agendado antes da nova alteração na programação de filmagens. “Eu estava agendada para não trabalhar naquele dia, mas como a produção resolveu mudar a escalação, preferi honrar meu compromisso anterior”, disse a atriz. Ela acreditava que o episódio poderia ser apenas um pequeno mal-entendido, mas logo percebeu que não era bem assim. Após dias, um comentário de uma colega de elenco a fez questionar se realmente estavam “em paz”.

Palmer relatou que, ao mencionar que Murphy havia lhe falado e estava “tranquilo”, sua colega de elenco respondeu: “Isso é ruim”. A reação da atriz deixou Keke incomodada, pois parecia que sua companheira de trabalho tentava amedrontá-la, uma situação que, segundo ela, era desnecessária e um pouco irritante. Este episódio ilustra a complexidade das relações interpessoais em um set de filmagem, onde não só as exigências profissionais estão em jogo, mas também as dinâmicas pessoais entre os membros do elenco.

Ainda assim, Palmer não deixou que esse incidente definisse sua experiência na produção. Em seu livro, ela expressa a esperança de que seu ato de se afirmar e priorizar seus compromissos faça com que Ryan Murphy a veja também como uma parceira comercial. A busca por respeito mútuo e reconhecimento é uma parte fundamental da experiência de qualquer artista, e Palmer parece ter consciência dessa realidade e empenho em mudar percepções.

Contudo, não foram apenas tensões profissionais que permeavam o ambiente das filmagens. Keke revelou em sua narrativa que um comentário racista feito por uma colega, que se referiu apenas como “Brenda”, trouxe à tona questões sérias de discriminação. Palavras dela, proferidas em uma troca de farpas dentro do set, chocaram a atriz e evidenciaram os desafios adicionais que ela enfrentou durante as gravações. Ao tentar intermediar um desentendimento entre Brenda e outra colega, Palmer sugere que elas deveriam se divertir e se respeitar, sendo prontamente censurada pela resposta ácida que recebeu: “Keke, literalmente, apenas não. Quem você pensa que é? Martin Luther King?”.

Esses episódios ilustram como o ambiente das gravações pode se tornar um campo de batalha não apenas para a performance criativa, mas também para dinâmica de poder, preconceitos e a luta por respeito e dignidade. Apesar do peso das palavras e das situações desconfortáveis, Keke mostrou-se resiliente, enfatizando em sua obra que não se considera uma vítima. “Eu não me permitirei ser limitada por isso; sei quem sou e não deixarei que isso me paralise”, declarou.

Scream Queens foi uma série de comédia de horror que, além de Palmer, contou com a presença de astros como Jamie Lee Curtis, Emma Roberts, Billie Lourd, Lea Michele e Abigail Breslin, além de participações especiais de Nick Jonas e Ariana Grande. Com seu humor ácido e críticas sociais, a série conquistou uma legião de fãs, mas, como demonstrado pelas experiências de Palmer, também lidou com questões significativas que refletem o estado atual das indústrias criativas.

Por fim, enquanto a presença marcante de Keke Palmer continua a brilhar na indústria do entretenimento, suas lembranças sobre os desafios vividos em Scream Queens não apenas revelam o lado menos glamouroso da fama, mas também proporcionam uma reflexão sobre a necessidade de um ambiente de trabalho mais respeitoso e inclusivo. Espera-se que sua narrativa inspire outros a se afirmarem e batalharem por um espaço seguro e acolhedor nas produções.

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