Um inquérito militar revelou que o naufrágio do navio da Marinha da Nova Zelândia, HMNZS Manawanui, ocorreu após a equipe de bordo deixar a embarcação em “piloto automático”. Este incidente, que ocorreu em outubro próximo à Samoa, resultou na perda do navio e em um resgate dramático de dezenas de marinheiros. A análise das causas foi divulgada na última sexta-feira, trazendo à luz não apenas o erro humano, mas também ressaltando a fragilidade das operações navais em situações críticas.

O HMNZS Manawanui colidiu com um recife, pegou fogo e, em um triste desfecho, afundou a sul da ilha de Upolu, a mais populosa de Samoa. Este evento marcou um ponto histórico triste, pois foi a primeira vez que a Nova Zelândia perdeu um navio desde a Segunda Guerra Mundial, conforme relatado pela BBC. O Manawanui era um dos nove navios da pequena frota da Marinha neozelandesa e estava em uma missão de mapeamento do fundo do mar no momento de sua desgraça.

Navio da Marinha da Nova Zelândia HMNZS Manawanui

Imagem fornecida pela Força de Defesa da Nova Zelândia mostra mergulhadores examinando a área ao redor do HMNZS Manawanui após o naufrágio.

O tribunal militar de inquérito que investigou a tragédia chegou à conclusão de que o navio foi afundado porque o “piloto automático não foi desligado quando deveria”. Para a nossa surpresa, a situação se desenrolou de forma dramática, com a embarcação mantendo um curso em direção à terra, resultando na sua iminente encalhada e afundamento. Os integrantes da tripulação perceberam que o navio havia se desviado de sua rota e tentaram mudar a direção, acreditando que haviam perdido o controle devido a uma falha no sistema de propulsão. No entanto, negligenciaram a verificação do desligamento do piloto automático, um erro que reverberou ao longo do incidente.

As consequências foram desastrosas, pois, em vez de desviar do perigo, o navio “começou a acelerar em direção ao recife”, uma sequência de erros humanos que culminou em uma das situações mais embaraçosas para a Marinha da Nova Zelândia. O comandante Golding, que presidiu o inquérito, expressou sua consternação: “Deveria ter havido uma verificação automática, uma memória muscular que fez com que a pessoa que estava no comando se inclinasse para o painel e checasse se o display indicava ‘piloto automático’ ou não.”

A Ministra da Defesa, Judith Collins, compartilhou seu desagrado com a ocorrência: “Foi um dia terrível. A Marinha e as forças de defesa não estão evitando esse assunto. Foi extremamente decepcionante, mas é o que aconteceu”. Apesar do impacto emocional, o naufrágio não resultou em fatalidades, mas alguns marinheiros sofreram ferimentos leves. A atenção se voltou ainda para a carga de 950 toneladas de combustível diesel que o navio transportava no momento de seu afundamento, levantando questões sobre o risco de uma mancha de óleo que poderia afetar a vida selvagem e a segurança alimentar nas águas locais. Felizmente, a Marinha neozelandesa relatou que os tanques de combustível principais parecem estar intactos, e as equipes de salvamento estão trabalhando para recuperar o combustível de maneira a evitar vazamentos significativos.

A Marinha não é a única a enfrentar dificuldades, pois alguns dias após o naufrágio do Manawanui, um incidente similar ocorreu com o navio de reabastecimento de óleo da Marinha dos EUA, o USNS Big Horn, que também ficou encalhado ao largo da costa de Omã. Embora os danos que o Big Horn sofreu também tenham sido significativos, não houve relatos de feridos, mas isto evidencia uma série de desafios que têm surgido recentemente na condução de embarcações militares.

As redes sociais também não passaram ilesas ao incidente, com alguns usuários dirigindo ataques à capitã da embarcação. A Ministra da Defesa se posicionou contra esses comentários, chamando-os de “almirantes de sofá”, uma expressão que critica aqueles que opinam sem o entendimento adequado da situação. Ao final, o que resta é um lembrete contundente sobre a importância de práticas seguras e vigilantes em todas as operações no mar, além da necessidade de responsabilidade em um ambiente tão desafiador e crucial como o das forças armadas.

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